Sua Culpa (2024) - Crítica do Filme do Prime Video Sua Culpa (2024) - Crítica do Filme do Prime Video

Sua Culpa (Culpa tuya, 2024) | Crítica do Filme | Prime Video

A sequência Sua Culpa (Culpa Tuya, 2024), novamente dirigida por Domingo González e lançada pelo Prime Video, dá continuidade à história iniciada em Minha Culpa. Baseada no segundo livro da trilogia escrita por Mercedes Ron, a produção espanhola tenta expandir o universo de Noah e Nick, agora lidando com as consequências de um relacionamento que continua tão conturbado quanto polêmico. Mas, ao contrário do primeiro filme, o segundo capítulo perde o equilíbrio entre drama e entretenimento, entregando uma trama confusa e excessivamente melodramática. Leia a crítica:

Trama de Sua Culpa: Noah e Nick em um novo ponto da relação

Em Sua Culpa, Noah (Nicole Wallace) acaba de completar 18 anos e começa uma nova fase da vida, ingressando na faculdade e tentando conciliar a liberdade recém-conquistada com um relacionamento que ainda precisa permanecer em segredo. Nick (Gabriel Guevara), por sua vez, tenta amadurecer trabalhando no escritório de advocacia do pai, enquanto lida com o ciúme e a impulsividade que marcaram sua trajetória.

A relação entre os dois permanece marcada por tensão e desejo, mas o filme parece perder o frescor que caracterizava o embate entre o casal em Minha Culpa. A química entre Wallace e Guevara ainda está presente, mas o roteiro repete situações e reforça os mesmos conflitos, agora com menos impacto emocional. A trama tenta justificar a continuidade do relacionamento proibido com novos obstáculos — como a desaprovação dos pais, a aparição de novos interesses amorosos e um retorno a corridas de rua e brigas —, mas o resultado é um enredo disperso.

Exageros e inconsistências narrativas

Domingo González mantém o estilo visual do primeiro longa, com cenas de luxo, festas e automóveis esportivos, mas o excesso de situações aleatórias dilui qualquer tentativa de coerência. Sua Culpa alterna entre o melodrama juvenil, o suspense e o romance erótico, mas não encontra um tom que una essas vertentes.

O filme também amplia o universo de personagens, introduzindo figuras que servem mais como distrações do que como contribuições reais para o desenvolvimento da trama. Há uma tentativa de inserir temas de traição, vingança e ciúme, mas tudo é abordado de forma apressada, sem consequência narrativa. Até mesmo a tentativa de criar uma atmosfera de tensão com a reaparição de figuras do passado de Nick e Noah se perde em diálogos rasos e situações previsíveis.

A perda do equilíbrio entre o drama e a ironia

Enquanto Minha Culpa abraçava sua natureza novelesca e assumia o exagero como parte do encanto, Sua Culpa tenta se levar a sério demais. O resultado é um filme que perde o senso de humor e a autoconsciência que tornavam o anterior um “prazer culposo”. Aqui, o tom melodramático ultrapassa o limite, tornando a história mais cansativa do que envolvente.

Os protagonistas, antes marcados por uma curiosa mistura de rebeldia e vulnerabilidade, tornam-se repetitivos. Nick se afunda em atitudes impulsivas e ciumentas, enquanto Noah oscila entre a independência e a submissão emocional. Até mesmo os adultos — especialmente os pais — deixam de ser figuras conciliadoras e passam a agir como vilões unidimensionais, o que reforça a artificialidade das relações.

Sua Culpa (2024) - Crítica do Filme do Prime Video

Um elo de transição para o desfecho da trilogia

No fundo, Sua Culpa funciona como uma ponte para o terceiro capítulo da franquia, Nuestra Culpa. O roteiro prepara o terreno para a conclusão, mas carece de substância própria. As cenas de intimidade são mais frequentes, porém menos significativas, e a narrativa gira em círculos em torno de dilemas já esgotados.

Crítica: Sua Culpa é uma boa sequência?

Sua Culpa tenta manter vivo o fenômeno iniciado por Minha Culpa, mas tropeça ao substituir o exagero divertido por um drama forçado. A sequência preserva a estética luxuosa e a química entre os protagonistas, mas perde o ritmo e o tom que tornaram o primeiro filme um sucesso popular. Em vez de aprofundar os personagens ou expandir o universo criado por Mercedes Ron, a produção se contenta em repetir fórmulas — um meio-termo que deixa a história em ponto morto, à espera de um final que justifique a jornada.