O diretor Parker Finn retorna ao universo criado em Sorria com uma sequência que amplia o alcance temático do original. Em vez de repetir o mesmo enredo, Sorria 2 (2024) busca explorar novas facetas do medo, focando agora na cultura da celebridade e na pressão da imagem pública. Estrelado por Naomi Scott, o filme combina o terror psicológico com a crítica à exposição constante das figuras públicas, mantendo o tom inquietante que consagrou o primeiro longa. Confira a crítica do filme de terror:
O enredo e os novos temas de Sorria 2
A história acompanha Skye Riley (Naomi Scott), uma estrela pop que tenta retomar a carreira após um período de reabilitação. Enquanto prepara sua nova turnê, Skye tenta lidar com dores físicas e com o trauma da morte do namorado, Paul. A rotina de ensaios e pressão da equipe é interrompida quando ela testemunha o suicídio de Lewis (Lukas Gage), um conhecido que, segundos antes, parecia completamente fora de si. O incidente desencadeia uma série de visões e acontecimentos sobrenaturais que colocam Skye à beira da loucura.
Dessa vez, a “criatura do sorriso” atua sobre as fragilidades da artista, explorando sentimentos de culpa, solidão e insegurança. Parker Finn transforma o palco e os bastidores da fama em ambientes de terror, onde o sorriso — símbolo da perfeição pública — torna-se um disfarce para o desespero. A narrativa ainda flerta com discussões sobre vício, autoimagem e a exploração emocional de ídolos pela indústria.
A atuação de Naomi Scott e o olhar de Parker Finn
O sucesso do primeiro Sorria dependia da entrega emocional de Sosie Bacon. Aqui, Naomi Scott assume esse mesmo desafio com intensidade. Sua performance transmite o colapso mental de uma mulher observada e julgada o tempo todo, tornando a experiência desconfortavelmente real. Finn exige muito de sua protagonista, submetendo-a a cenas físicas e psicológicas de forte impacto, reforçadas por um design de som que amplifica a tensão.
O diretor também utiliza o espetáculo pop como metáfora visual. Sequências como a dos “dançarinos do sorriso” exemplificam seu interesse em misturar terror e estética performática, transformando o palco em um espaço de delírio e horror.
Pontos altos e limitações da sequência
Apesar de suas ambições, Sorria 2 nem sempre mantém a coesão entre seus temas. Em certos momentos, o roteiro demora a revelar informações sobre o passado de Skye, o que enfraquece o vínculo emocional com a personagem. O filme também tenta equilibrar sustos, drama e humor, resultando em uma experiência irregular. Ainda assim, a tensão constante e a atuação de Scott sustentam o interesse até o desfecho.

Crítica: Vale à pena assistir Sorria 2?
Sorria 2 reafirma Parker Finn como um diretor interessado em explorar o terror a partir de traumas humanos. O longa amplia o universo do original, substituindo o horror íntimo por uma crítica à exposição e ao controle da imagem pública. Mesmo com excessos narrativos, o filme mantém o público em alerta e reforça Naomi Scott como um nome de destaque no gênero. Para quem busca um terror moderno com camadas psicológicas, Sorria 2 é uma experiência que vale ser encarada de frente — mesmo que o sorriso nunca pareça tão ameaçador.