SONIC 3 & KNUCKLES: O MAIS COMPLETO JOGO DO AZULÃO PARA O MEGA DRIVE! SONIC 3 & KNUCKLES: O MAIS COMPLETO JOGO DO AZULÃO PARA O MEGA DRIVE!

Sonic 3 & Knuckles: o mais completo jogo do azulão para o Mega Drive!

Apesar da maioria dos jogadores casuais brasileiros terem um apelo maior por Sonic 2, já que este mexe com as memórias da maioria de nós, o Sonic 3 & Knuckles é considerado pela maioria dos fãs do mascote como o melhor jogo da era clássica.

Isso porque, assim como o Sonic 2 pega todos os pontos do Sonic 1 e o faz melhor, o S3K faz exatamente o mesmo com seu antecessor.  Há mais fases, sendo estas maiores e com mais rotas alternativas; três personagens jogáveis, cada um com suas habilidades, o que multiplica por três o fator replay; uma aventura exclusiva para o novo personagem, Knuckles; mini-chefes; modo multiplayer com fases exclusivas; fora a excelência nos gráficos, nas músicas, e até mesmo uma história elaborada para os padrões dos jogos de plataforma 2D.

Após o grande sucesso de Sonic 2, que tornou-se o jogo comercialmente mais bem sucedido do Mega Drive, os superiores da SEGA deram ao Yuji Naka, o programador da série e considerado o pai do Sonic, a missão de desenvolver um terceiro título para a franquia.

Assim como o Sonic 2, a ideia inicial era que americanos e japoneses trabalhassem juntos neste mais novo jogo do mascote. Na época, a equipe japonesa morava em São Francisco, nos Estados Unidos. No entanto, Naka recusou a oferta, alegando que ele não queria ficar trabalhando apenas na série Sonic, além de que a produção de Sonic 2 foi conturbada devido às barreiras culturais e linguísticas entre os membros de ambas as nações.

Eventualmente, ele acabou aceitando com a condição de que o game seria produzido unicamente pela equipe japonesa. Graças a essas circunstâncias, a SEGA deu a equipe americana o desenvolvimento do primeiro spin-off da série, o jogo que eventualmente se tornou o Sonic Spinball.

Inicialmente, Naka queria usar uma nova tecnologia que permitia colocar gráficos em 3D rudimentares para o Mega Drive. A ideia era fazer um jogo em visão isométrica com gráficos inteiramente poligonais, só que os planos acabaram mudando quando os superiores da SEGA disseram que o chip não ficaria pronto a tempo até a data do lançamento, e então, a equipe de desenvolvimento decidiu seguir os moldes dos dois jogos anteriores. No fim das contas, apenas Virtua Racing usou este chip.

O diretor dos dois jogos anteriores, Hirokazu Yazuhara, quis que o título fosse consideravelmente maior que o Sonic 2, e também decidiu que um novo personagem surgiria. Depois de uma competição interna, o vencedor foi Knuckles, o equidna. A ideia original era que ele fosse verde, se chamasse Dreads, e fosse mais um amigo do Sonic. No entanto, os desenvolvedores acharam melhor alterar a cor dele para vermelho, dar um novo nome a ele, e também um novo papel: ser um rival do Sonic.

Curiosamente, a SEGA tinha um contrato com a famosa produtora de tênis, a Nike, e o símbolo no peito do personagem seria o símbolo da empresa. No entanto, eventualmente o contrato foi rompido, e desde então alteraram a marca no peito do Knuckles para a que conhecemos até hoje.

Enquanto desenvolviam o título, a equipe decidiu que ele seria dividido em duas partes para conseguirem extrair ao máximo a potência do Mega Drive. Para isso, o segundo cartucho contaria com uma nova tecnologia chamada “Lock-on”, onde a parte superior dele possui uma entrada para incluir outro.

Com isso, seria possível conectar dois jogos para fazer uma única grande aventura. Por isso, foi lançado primeiramente o Sonic 3, e alguns meses depois, o Sonic & Knuckles com essa tecnologia. Unindo os dois, você tinha aventura completa, o Sonic 3 & Knuckles.

A equipe se inspirou nos lugares em que descansavam. A Angel Island, por exemplo, tem este nome em homenagem a uma pequena ilha que fica na costa de São Francisco,  a Carnival Night foi inspirada nas festas em que eles iam para se divertirem, e a Ice Cap veio de um lugar onde eles faziam snowboarding.

Além disso, todas as ideias que foram descartadas em Sonic 2 por problemas de tempo tiveram a oportunidade de surgir em Sonic 3, incluindo uma fase no deserto, uma no gelo,  uma versão ampliada da Wing Fortress que em S3K se chama Flying Battery, a Death Egg, que desta vez são dois atos inteiros como também haviam planejado, e até mesmo a Hidden Palace, a fase deletada mais famosa de Sonic 2, apareceu totalmente reformulada.

As 14 fases já estavam idealizadas e em produção, e a ideia era que o Sonic 3 tivesse sete fases, e o Sonic & Knuckles tivesse as outras sete. No entanto, a Flying Battery foi movida de última hora para o Sonic & Knuckles para dar mais tempo de refiná-la. A ideia inicial era que o Sonic utilizasse o canhão da fase Carnival Night e parasse nela, e depois usaria a porta no final desta fase como o skate da Ice Cap.

Com o lançamento de Sonic 3 em fevereiro de 1994, a equipe teve alguns meses extras para finalizar o Sonic & Knuckles. Querendo ampliar ao máximo as possibilidades deste cartucho, a Sonic Team decidiu que ele poderia se conectar com o Sonic 2 também, dando a possibilidade de jogar com o Knuckles.

Também foi planejada uma aventura com o equidna no Sonic 1, mas a ideia foi descartada porque não haveria tempo suficiente de implementá-lo de modo adequado. Para preencher essa lacuna, incluíram um bônus especial chamado Blue Sphere, onde o jogador pode passar por um número praticamente infinito dos Special Stages do Sonic 3.

E assim, em 18 de outubro de 1994, foi lançado o Sonic & Knuckles. Logo após o lançamento, todos da equipe japonesa resolveram voltar ao seu país de origem, exceto Hirokazu Yazuhara, que decidiu permanecer nos Estados Unidos. Os motivos são desconhecidos, mas reza a lenda que Yasuhara estava insatisfeito em trabalhar com Yuji Naka.

O músico dos dois primeiros jogos, Masato Nakamura, estava ganhando grande popularidade graças as suas composições na série Sonic, e também pela sua banda Dreams Come True. Ele disse que continuaria trabalhando na saga do azulão caso pagassem mais a ele, mas a SEGA recusou a oferta e decidiram contratar um novo compositor.

Sabendo da vaga, ninguém menos que Michael Jackson procurou a SEGA Americana para oferecer os seus serviços. O rei do pop já tinha vínculos com a empresa, que anos antes havia produzido jogos em sua homenagem. A SEGA aceitou a proposta imediatamente, e tanto Michael quanto sua equipe de músicos começaram a trabalhar nas composições de Sonic 3.

De acordo com informações divulgadas, o cantor conversou com Hirokazu Yasuhara e Yuji Naka, perguntando como seriam as fases, quais os temas, e qual o sentimento a ser passado ao jogador.  Na mesma semana, ele foi aos seus estúdios com a equipe, e em poucos dias todas as faixas estavam finalizadas. O problema foi quando Michael ouviu a trilha no hardware do Mega Drive, com o precário som de chips. O rei do pop não gostou nem um pouco do resultado, e disse que não queria ser creditado, pois o áudio iria desvalorizar a sua música.

Além disso, na época começaram as primeiras acusações de que Michael abusaria de crianças, e a SEGA também não quis associar a imagem do cantor ao jogo do Sonic. Mesmo assim, várias músicas compostas por ele estão presentes no jogo, e a sua equipe de musicistas foi creditada.  As informações foram confirmadas pelo diretor musical de Michael, Brad Buxer, após a morte do rei do pop em 2009. Curiosamente, Buxer tem seu nome creditado no jogo.

A única faixa publicamente declarada de Michael Jackson é a melodia de créditos do Sonic 3, que teve seus acordes reutilizados na Stranger in Moscow. No entanto, a música de vice-chefe tem o grito característico do cantor,e a faixa da Carnival Night possui visivelmente os acordes de Jam.

No entanto, o mais curioso é que uma das faixas mais populares do jogo, a Ice Cap, não é originária de uma das canções de Michael. O já citado diretor musical, Brad Buxer, era tecladista de uma banda de rock dos anos 80 chamada “The Jetzons”. Uma das faixas gravadas para o disco da banda de 1982 se chama “Hard Times”, mas foi cortada por motivos desconhecidos. No entanto, a banda disponibilizou a música no Youtube, e podemos ver claramente que a Ice Cap é uma versão “Mega Driviana” da faixa.

É visível o esforço da Sonic Team em fazer com que este jogo fosse a melhor aventura do mascote até então. Como dito anteriormente, tudo que os dois primeiros jogos tinham de virtude, o S3K “potencializa” ao máximo.

A história é incomparavelmente mais elaborada, com direito a pequenas cenas entre as fases; dessa vez é possível salvar a aventura; é possível jogar com Sonic, que pode usar o poder de escudos elementais; com Tails, que pode voar pelos cenários e alcançar novas áreas; e com Knuckles, que pode quebrar certos tipos de paredes e acessar lugares que os outros dois não podem.

Já os Special Stages para coleta de Esmeraldas do Caos estão escondidos pelas fases, acrescentando valores de exploração; e curiosamente, este é o único jogo da série que tem uma hiper transformação, já que nas fases referente ao Sonic & Knuckles podemos ampliar o poder das Esmeraldas do Caos para Super Esmeraldas.  Knuckles também tem as mesmas transformações, enquanto Tails pode apenas se transformar em super ao coletar as super esmeraldas.

O modo multiplayer de Sonic 2 também voltou, mas ao contrário do jogo citado, são cinco cenários exclusivos em três modos de jogo: o Grand Prix, onde passará pelos cenários consecutivamente; o Match Race, te dando a liberdade de escolher qualquer uma delas; e o Time Attack para disputar seus melhores tempos.

Já o level design é indiscutivelmente o melhor da era clássica, e muitos argumentam que até hoje nenhum jogo do mascote o superou neste quesito. Enquanto Sonic 1 valorizava os momentos de plataforma, e o Sonic 2 os de velocidade, o Sonic 3 e Knuckles consegue um excelente meio termo entre ambos, sendo que os cenários são em média três vezes maiores que os jogos anteriores. Fora isso, o jogo ainda conta com uma batalha final exclusiva para a super (ou hiper) transformação de Sonic.

Os chefes também demonstram o grande poder criativo da Sonic Team. Dessa vez, ambos os atos possuem um chefe, sendo que o primeiro é sempre um robô criado pelo Dr.Eggman, enquanto o segundo é o próprio cientista em uma de suas criações mecânicas.

Fora os gráficos que possuem um visível salto qualitativo comparado aos dois jogos anteriores, com todos os aspectos mais bem feitos e detalhados, e as músicas que são consideradas pela maioria dos fãs como as melhores da era clássica, ainda com o “luxo” de cada ato ter uma variação instrumental delas.

No entanto, se formos ter um olhar exageradamente crítico, podemos encontrar alguns defeitos. Sem dúvidas, o que mais incomoda é que temos que adquirir ambos os jogos para termos a sensação de uma aventura completa, já que aqueles que jogarem somente o Sonic 3 ou somente o Sonic & Knuckles poderão passar a aventura de modo tão rápido que pode frustrar pela pouca duração. Além disso, há alguns bugs que podem levar a mortes inesperadas e injustas, apesar de serem relativamente raros e não atrapalhar em anda a experiência.

Mas sem dúvidas, o maior defeito de todos é um latão presente no segundo ato da fase Carnival Night. Confundindo a grande maioria dos jogadores que não sabiam o que fazer, deixando muita gente frustrada em não conseguir passar dessa parte.

Só que a grande verdade é que estes pontos não diminuem em absolutamente nada o valor deste game, e é relativamente simples convencer um fã do gênero plataforma a experimentá-lo. Hoje em dia ambos os games são considerados raros e é importante ter acessado os últimos resultados da loteria para ver se você tem condições de comprar. Caso tenha em sua coleção, saiba que você pode vender e conseguir um excelente dinheiro com ele.

Avaliar o jogo é fácil: se o jogo tem excelência nos gráficos, excelência na música, excelência no level design, excelência em longevidade, excelência no multiplayer, excelência em jogabilidade, logo o jogo é…?