O texto a seguir contém SPOILERS dos dois primeiros episódios de Narcos. Se você ainda não viu, está esperando o que para ficar viciado também?
José Padilha + Wagner Moura + a história de Pablo Escobar. Só isso já deveria bastar para você deixar de enrolar e começar a assistir Narcos. A nova série da Netflix entrega, pelo menos em seus episódios iniciais, tudo que o hype criado pelos trailers e imagens havia criado. É impossível não tirar Tropa de Elite da cabeça enquanto vamos acompanhando o desenrolar inicial dos eventos. E tenho que dizer o quanto isso é bom.
A narração didática de Steve Murphy (Boyd Holbrook) vai nos guiando pelos eventos que antecedem o surgimento de Pablo e do temido Cartel de Medelín. Logo, não é preciso ser um expert em história para se envolver com Narcos. Aliás é até melhor chegar nessa festa sem conhecer muito, pois as informações que são passadas vão fazer sua cabeça explodir. E acredite quando eu digo, Pablo Escobar ganhou mais dinheiro do que você imagina.
Wagner Moura destrói como sempre. Esqueça a rigidez adotada quando viveu o Capitão Nascimento (que parece ser vivido agora, mesmo que em menor qualidade, por Boyd Holbrook), sua interpretação mostra um Pablo Escobar mais malandro, embora não menos perigoso. Como é dito em certo momento, ele provou do sangue e gostou. E o que não falta em Narcos é sangue.
Aqui a clássica frase de Pablo é seguida quase como um mantra: Prata ou Chumbo. Padilha dirige os três primeiros episódios, dos quais vi apenas dois. Mas fica clara sua “mania” de amarrar seus personagens e criar conexões que terão resoluções trágicas no final. Já sabemos o destino de Escobar, mas a narrativa nos mostra algo que parece não está incluso em nenhum outro documentário, filme ou livro. É como se os mesmos nomes ganhassem uma abordagem quase inédita.
Mas mesmo com vários nomes nacionais envolvidos, Narcos ainda é uma série americana. Criada por Chris Brancato (roteirista de Hannibal) ao lado de Adam Fierro (The Walking Dead), é possível sentir o clima de filme de máfia tão presente em produções norte-americanas, como O Poderoso Chefão e Os Bons Companheiros. Estou louco ao fazer essa comparação? Talvez. Mas aí você terá que ver para crer. Várias críticas ao governo dos EUA estão presentes, tendo nas figuras de Nixon e Reagan os principais culpados para o problema criado pela cocaína.
Narcos tem sexo, drogas, dinheiro e homens poderosos. Mas parece saber misturar tudo isso em uma ótima história. Se vai dar certo, só saberei ao fim do último episódio da temporada. Enquanto isso vou voltar para o meu vício, pois dessa droga quero consumir o máximo possível. Te espero lá 😉
OBS: Que abertura linda da série. E a música tema, Tuyo, é cantada por Rodrigo Amarante (ex- Los Hermanos).