“O holocausto foi uma aberração ou apenas um reflexo do que realmente somos?”
Depois de refletir sobre a morte no episódio 9, os irmãos Wachowski trazem a dádiva do nascimento para Sense8 com o décimo episódio, intitulado “O Que é Humano?”.
Wolfgand é forçado a devolver os diamantes que roubou, tendo como objetivo a segurança sua e de seu amigo Félix. O problema é que seu rival (também seu primo) não é uma pessoa tão confiável e muito menos estável psicologicamente para honrar qualquer acordo. E é quando seu plano B dá errado que Lito Rodriguez tem sua primeira participação efetiva como visitante em uma conexão com outro sensate. Após excelente participação, o mexicano decide consertar toda a cagada que aprontou e ir resgatar a inútil Daniela. Fazer com que ele se encontre com o barman do episódio anterior antes de agir foi uma boa sacada, mas é um porre que tudo tenha que se resolver em beijos e frases de efeito (até para um dramalhão mexicano) no arco de Lito. O medo é que ele volte a brincar de casinha depois do seu desfecho digno em “O Que é Humano?”.
Outra vertente interessante é a respeito da semente plantada sobre a confiabilidade de Jonas Maliki. Ele continua detido num consultório que pode ficar em qualquer lugar do planeta, mas mesmo assim continua a se encontrar com Will Gorski. O diálogo entre eles mais uma vez é semi didático a respeito dos Sense8, que estão presentes no mundo desde o início dos tempos e que não se tratam de uma evolução do homo sapiens – apenas uma variação da espécie. O objetivo de Jonas em garantir que eles estejam presentes até o final da raça humana pode ser interpretado de tantas formas que você pode acreditar inclusive que irá rolar um plot twist envolvendo o personagem.
Kala passa por uma consulta pré matrimonial com seu pai, que como quase todo mundo sabe que ela não quer se casar. 10 episódios se passaram e ela ainda não tomou providências em relação a isso, então é redundante dizer que já passou da hora, certo? Uma de suas conexões se dá com Capheus, que pra variar está assistindo Leão Branco – O Lutador Sem Lei, com Jean Claude Van Damme.
Mesmo sendo espetaculoso demais, é muito bonito ver a queima de fogos no Dia da Independência americana através de Will e seu pai, num diálogo pra lá de ereditário que prepara o expectador pra conclusão épica do episódio. Com direito ao pai de Riley no piano, acompanhamos o exato momento do nascimento de cada um dos Sense8, começando com a islandesa e seguido pelos outros: Kala, Will, Sun, Wolfgang, Capheus, Nomi e Lito, com cada indivíduo nascendo de modo peculiar e não habitual, seja num cemitério, viatura de polícia ou até uma cesária. A dica para quem não tem muito estômago para acompanhar um parto é fechar os olhos e se deliciar com a música de Ludwig van Beethoven. Menos Riley que possui uma ligação muito mais trágica no que diz respeito ao nascimento.
Sense8 está disponível para os assinantes Netflix.