Há algo de extremamente familiar na história de Samurai de Olhos Azuis (Blue Eye Samurai, 2023). É uma mistura entre Memórias de uma Gueixa (2005), um filme que, admito, gostava bastante na infância, e Samurai X (1996-1998), que até hoje é um dos meus animes favoritos. Inclusive, lembro de ler sobre o fato de que Rurouni Kenshin é baseado em um samurai que realmente existiu, e que, mesmo sendo muito poderoso e respeitado, parecia tão pequeno e delicado que era por vezes associado ao fenótipo feminino. Vai que também serviu de inspiração para Samurai de Olhos Azuis.
Bem, sou um pouco suspeita, mas vou me atrever a falar dessa série, cuja primeira temporada está disponível na Netflix, e que, eu espero, ainda terá várias outras. Primeiro de tudo, já me instiga esse tipo de história que desenvolve o arquétipo da mulher guerreira, — Joana d’Arc, Mulan, Diadorina, Yentl — a qual finge ser homem (apesar disso ser discutível no caso de Diadorim) para melhor passar na sociedade machista de sua época, chegando até a superar os “homens de verdade” ao seu redor. E Samurai de Olhos Azuis consegue enriquecer esse modelo construindo um contexto também muito interessante: o Japão feudal, da era do Xogunato, fechado ao mundo para proteger-se dos males da colonização, tornando proibida a presença de estrangeiros, principalmente brancos ocidentais.
Embora houvesse exceções, na época aguda desse período — justamente quando se passa a história — sequer era permitida a tradução de livros estrangeiros no Japão. É possível entender, portanto, que a existência de uma pessoa japonesa com olhos azuis, ou seja, descendente de uma relação “inter-racial”, era algo raríssimo. Aliás, era demonizado, um mal que deveria ser cortado pela raiz.
Infelizmente, ainda hoje os filhos de relações interétnicas sofrem preconceitos e muitas vezes não são considerados “nacionais” de verdade. O Japão, inclusive, continua sendo um país muito fechado para imigrantes estrangeiros, embora, paradoxalmente, haja uma certa influência da cultura ocidental a ponto de tornar moda o uso de lentes coloridas por parte das mulheres japonesas. Os criadores da série, Amber Noizumi e Michael Green, contam que tiveram a ideia para a história a partir do nascimento da própria filha, que tem ascendência japonesa e nasceu com olhos azuis. Amber fala que, em um primeiro momento, ficou feliz porque a filha parecia mais branca e menos asiática por ter olhos azuis. Esse pensamento quase instintivo a fez refletir sobre sua identidade racial, então começou a imaginar como seria possuir olhos desta cor no Japão do século XVII, no período em que as fronteiras foram fechadas. Como deveria ser “mestiço” em uma época na qual não ser totalmente japonês era uma das coisas proibidas? Esse foi o mote para o desenvolvimento da história. Michael, por sua vez, foi quem apelidou a filha deles de samurai de olhos azuis, o que, além de ser muito fofo, deu um ótimo nome para a série.
Na trama, essa questão é levada ao limite ao resgatar o passado da protagonista Mizu, uma criança “mestiça” que estampa isso em seus olhos azuis. Escapa da morte ainda bebê, sorte que seus semelhantes não tiveram. Porém, ela parece viver apenas para ser tratada como um monstro, um erro. Depois que sua mãe adotiva, uma prostituta que aceitara cuidar dela por dinheiro, morre justamente por escondê-la, o ódio toma conta da menina. Assim, ainda criança, faz um voto e jura matar os quatro ocidentais que estavam ilegalmente no Japão na época de seu nascimento. Essa passa a ser a razão de sua vida, aquilo que dá norte ao andarilho — “o samurai de olhos azuis”.
A série animada faz um ótimo trabalho de localização no tempo e no espaço enquanto brinca com o fluxo de memórias da protagonista e dos que estão a sua volta, intensificando as emoções do que ocorre no presente. E falando na personagem principal, a esta altura não deve ser spoiler (ou talvez seja, então ALERTA!) que “O Samurai” na verdade é uma mulher, cuja voz original é de Maya Erskine, que, para quem conheceu em PEN15 (2019-2021), vai achar irreconhecível na voz de Mizu. O tom aqui é bem diferente do de PEN15, onde Maya traz questões sobre sua vivência enquanto uma criança asiática-estadunidense.
Outros destaques que enriquecem o elenco incluem Brenda Song, a eterna London Tipton de Zack & Cody, fazendo a voz da Princesa Akemi, e Darren Charles Barnet, conhecido pela série Eu Nunca…, desempenhando o papel de Taigen. Além disso, diversos talentosos atores que possuem descendência asiática integram o elenco, destacando um aspecto crucial: a limitada oferta de papéis disponíveis para artistas dessa etnia em Hollywood.
Enfim, à trama
A narrativa começa quando Mizu, quase como um forasteiro de um faroeste, entra em um restaurante e aborda um homem que esbanja ser possuidor de armas de fogo europeias, a fim de saber com quem ele adquiriu os revólveres. Após arrancar a informação (na base da força) do homem, que a ajudará a encontrar um de seus possíveis pais, ela nota que alguém a segue: Ringo (Masi Oka), um carismático PCD que se encanta com o misterioso samurai de olhos azuis, que tem uma pose de forte guerreiro, mesmo sendo uma “aberração” como ele.
Inicialmente, Mizu não quer a companhia de Ringo, mas, aos poucos, ele conquista o posto de “não ser tão indesejado assim” por ela, após se mostrar útil no enfrentamento dos obstáculos. Depois, Mizu dá o braço a torcer e reconhece nele um bom companheiro. Essa é uma das relações que balançam Mizu, que sempre reluta em fazer laços com quem passa em seu caminho, além de provocar nela um incômodo em relação a assumir o papel de monstro que todos lhe atribuem, consequência da sua jornada cega de ódio.
Por meio de flashbacks ou subtextos, entendemos que Mizu já matou um dos seus quatro possíveis pais e está em busca do segundo alvo. Acompanhamos ela ficar cada vez mais fria, menos resistente para matar e mais habilidosa ao fazê-lo. Após a morte de sua mãe adotiva, praticamente invade a casa de Mestre Eiji (Cary-Hiroyuki Tagawa), um ferreiro cego que aceita criá-la e, além de dar-lhe abrigo, atua como mentor dela. Por sua condição, Eiji não se importa com seus olhos azuis, nem percebe que é uma mulher. E a relação entre os dois é uma das melhores da série — o mestre ranzinza que não queria cuidar da criança no início, passa a ficar preocupado com o adulto que ela se torna: um assassino profissional que se perde em lutas e talvez nunca volte. Como um bom guru, sempre dá conselhos poéticos, abstratos e não muito óbvios, que ajudam ”O Samurai” a abrir o coração e a seguir seu caminho.
O vai e vem de memórias chega ao ápice no episódio 5. Neste capítulo, vemos três camadas diferentes de história. A primeira, vou considerar como o presente, em que Mizu enfrenta um exército de mercenários. A segunda ocorreria em um passado próximo, em que assistimos ao envolvimento dela com um homem que quase a fez desistir da promessa. Porém, após a traição dele, dá a entender que seu voto se deve não mais a vingar a morte da mãe, mas a si mesma, por conta da impossibilidade de viver em paz como a mestiça que é. A terceira linha narrativa é desenvolvida como uma peça de marionetes sobre uma lenda japonesa — o demônio Onryō — que se revela acontecer no futuro.
Contar tanta coisa em um episódio só é um risco que poderia resultar em uma bagunça narrativa, mas na verdade os três fios são tecidos e se entrelaçam de modo muito envolvente. E é muito bem construída a forma com que diferentes personagens da peça de marionetes — tanto o andarilho que fez um voto de vingança quanto a esposa traída e morta por ele, que vira o demônio Onryō constituído por ódio — se encontram em Mizu.
Nesse sentido, tenho que discordar do que diz a diva Isabela Boscov, não sobre esse capítulo especificamente, mas quando ela fala que às vezes a série se arrasta sem ter tanto pra contar. Acho, na verdade, que faltou tempo para desenvolver tudo; já que, para mim, cada detalhe esmiuçado parecia muito interessante. Para mim, o que incomodou e rebaixou um pouco o nível deste capítulo foram outras coisas. A principal é que, ao final, Akemi cobra de Mizu uma aliança que não é cumprida pela protagonista, que faz a princesa odiá-la, e Ringo se decepciona a ponto de se afastar dela. Tudo bem, as duas se uniram e sobreviveram juntas a uma grande batalha, mas não acho que a relação ganhou bagagem suficiente para parecer uma verdadeira traição. Penso que faltou a construção de um acontecimento que justificasse aquilo que queriam os roteiristas neste ponto da trama.
As lutas
Outro aspecto que pode chamar a atenção de forma negativa (ou não), tanto neste episódio quanto em outros momentos do enredo, são certas lutas que Mizu trava, as quais mais parecem saídas de um videogame. Como estamos lidando com uma narrativa fílmica, algumas dessas configurações podem facilmente levar à suspensão da descrença. O quinto episódio é um bom exemplo do que quero dizer, assim como o que ocorre um pouco antes, quando Mizu invade uma propriedade para cumprir uma missão, ou em capítulos mais adiante, quando ela escala uma torre, com cada andar apresentando um obstáculo mais difícil. Ao alcançar o último andar, ela enfrenta o ”Chefão”. Cheguei a me imaginar jogando um game enquanto assistia.
Há um trabalho incrível de decupagem nas batalhas (nisso eu e Isabela Boscov concordamos). Em algumas das lutas, os olhos azuis de Mizu se destacam sobre os inimigos, um efeito bem explorado, que até dá um medo quando ela enfrenta um grupo de mortos-vivos de olhos vermelhos (me fazendo lembrar de jogos de terror que já havia visto).
Sobre a elaboração visual das lutas, Michael Green revela que elas eram colocadas o mais rápido possível em movimento, testadas nos animatics, já que não seria possível atingir o nível das coreografias apenas na fase de storyboard. Isso na verdade é uma dica de ouro que já ouvi de outros profissionais da animação. Michael e Amber comentam que tomaram alguns cuidados para que a série conquistasse aqueles não muito chegados à animação ou que achassem que uma produção do gênero é algo apenas para crianças. A coordenação foi feita da mesma maneira como se faria em um set de live-action. Já a figurinista, Suttirat Anne Larlarb, empenhou-se para garantir não apenas a precisão histórica das roupas, mas também que a equipe de animação recebesse materiais que conferissem aos designs uma estética artesanal. Dessa forma, mesmo com a utilização de computação 3D, a arte mantém uma aparência de pinceladas, visando a máxima personalização possível.
A escolha da animação francesa, inspirada em desenho japonês, mas que se aproxima do que é produzido na Europa, dá um toque de originalidade e maturidade à história que, por outro lado, como já disse, parece algo muito familiar. E normalmente é melhor representar esse tipo de personagem — a mulher que se passa por homem — na animação. Em live-action, é mais difícil tornar crível que ninguém perceba seu segredo.
Referências estéticas e outras histórias
Pode ser óbvio para os fãs das obras de samurai, mas é importante avisar que Samurai de Olhos Azuis se desenvolve de um modo bem gore. Também é óbvia a comparação com Kill Bill (2003), uma referência declarada que não dá para escapar, principalmente quando a trilha que embala as disputas de Mizu é um rock misturado com música japonesa. Não vou mentir que achei engraçado, talvez porque, inicialmente, dê a impressão da trilha sonora nessas horas estar meio deslocada dada a grave atmosfera construída para a série. Por outro lado, fica divertido, ainda mais por conta da nostalgia e da inevitável lembrança aos filmes de Tarantino.
E como toda produção gore, não é difícil imaginar que a série não se priva de mostrar a carnificina das disputas de poder. No meio delas, também é interessante a construção de certos personagens que sempre parecem ter uma razão a mais, mostrando-se mais complexos do que parecem. Abijah Fowler (Kenneth Branagh), por exemplo, é o principal antagonista e é um vilão quase plano, mau dos cabelos ruivos aos pés. Ele é um inglês que passou anos escondido em uma torre, sendo responsável, com a ajuda de poderosos corruptos japoneses, pelo contrabando de materiais vindos do ocidente e, claro, um dos prováveis pais de Mizu.
A manifestação da maldade de Abijah vai desde seus fetiches sexuais até suas intenções políticas, que consistem em tomar o poder dos Xogum e colonizar o Japão. Por mim, tudo bem, não me importo quando as histórias tratam a colonização de forma binária ou maniqueísta. O colonizador é o mal, e ponto. Ainda assim, em certa altura, ele revela algumas vivências de infância que fazem perceber que ele foi feito daquilo que faz. Ele também foi vítima e consequência da miséria de seu tempo. E uma cena com esse personagem me chamou atenção: aquela em que ele conversa com Jesus e pede a benção para sua empreitada, mesmo não sendo religioso. Abijah se coloca como instrumento de vingança divina, por conta dos padres católicos que foram perseguidos por budistas nesse período de isolamento no Japão – tema de Silêncio (2016), filme de Martin Scorsese.
Porém, Abijah Fowler é também um dos personagens que, na minha opinião, explica demais o que poderia ser mais sutil. Sinto isso em outros momentos, por parte de outros personagens. Samurai de Olhos Azuis é quase sempre incrível, mantendo o nível lá em cima, quando de repente se apressa para entregar backstories, motivações, personalidade e conexões entre personagens. Elementos que poderiam aparecer mais naturalmente na trama, pois a sensação é de que já está tudo ali, basta só deixar rolar. Tive essa impressão com certas explicações que infantilizam um pouco o enredo, algo sem necessidade, já que o alvo é estritamente o público adulto.
Uma brecha para o romance
Mizu, além de tudo, também é responsável por separar o casal formado pela princesa Akemi e Taigen. A primeira estava para se casar com quem ama, sem ser refém dos interesses do pai, enquanto ele, um proeminente guerreiro de origem pobre, enfim firmaria sua posição social ao se unir à filha de um nobre. Porém, o samurai de olhos azuis, em sua insaciável busca, atravessa a vida deles ao vencer Taigen em uma disputa, sem se importar se a honra e o casamento dele estavam em jogo. Mesmo com Akemi afirmando que se casaria com Taigen mesmo assim, ele fica tão sedento por se vingar de Mizu que larga tudo pela possibilidade de enfrentá-lo novamente. Ou talvez já estivesse encantado com os olhos azuis dela, que não só deixou de ser o “menino” perdido que conheceu e perseguiu na infância, como se tornou um habilidoso guerreiro.
Nesse aspecto, a história lembra bastante a relação entre Riobaldo e Diadorim em Grande Sertão: Veredas. Porém, em Samurai de Olhos Azuis o ponto de vista principal vem daquele que mantém em sigilo sua identidade. Mas, de maneira similar a da obra literária, Taigen e Mizu desenvolvem algo a partir da disputa de ego e dos rancores do passado, que vem a mostrar-se como um desejo reprimido. Ao longo desse jogo, ora firmam uma amizade, ora se afastam novamente, fazendo renascer a promessa de revanche.
Apesar de inicialmente ser muito mais a favor da relação entre Mizu e Akemi, a química entre os dois samurais é também instigante. Confirmamos que Taigen faz questão de proteger Mizu não apenas para garantir sua vingança. E muito menos Mizu é indiferente a ele, afinal, porque se importaria de salvá-lo se seu único objetivo é matar seus pais? Aliás, por que foi tão difícil enfrentá-lo se ela consegue matar sozinha vários exércitos (inclusive essa contradição aqui também balança um pouco a suspensão da descrença, mas tudo bem)? Sabemos que nenhum dos dois quer se matar, mas queremos saber como vão levar a cabo o que há entre eles.
Enfim, esse suposto triângulo amoroso termina, ao menos nessa primeira temporada, de modo nada romântico e até surpreendente, se comparada a forma com que a personagem de Akemi havia sido construída. Mas, a meu ver, foi bem justificada graças ao amadurecimento pelo qual ela passa nos últimos episódios, além de muito mais legal para quem torce por ela. Afinal, ela descobre como pode ser dona de seu próprio destino, dentro das limitações de um tempo em que mulheres sequer são donas dos próprios corpos.
Samurai de Olhos Azuis: um Épico
Embora se passe em um contexto histórico superinteressante, com o último episódio fazendo referência a um evento específico que aconteceu no Japão em 1657 — a tragédia que foi Grande incêndio de Meireki —, é melhor não esperar tanta veracidade assim, porque Samurai de Olhos Azuis ainda é uma obra estadunidense, uma jornada do herói convencional que se utiliza da história de outro país. Não há uma fiel correspondência quando Abijah Fowler passa por cima do exército do Xogum de Edo, muito menos quando o grande incêndio é consequência da luta entre o inglês e Mizu. Mas óbvio, tudo isso é para refletir externamente e potencializar a trajetória da protagonista. Cabe ao espectador julgar se isso é uma boa escolha narrativa ou distorção histórica. Pessoalmente, embora tenha buscado algo na história para me convencer de que Samurai de Olhos Azuis foi verossímil, não acho um erro grave quando criadores de histórias usam desse artifício.
No geral, Samurai de Olhos Azuis é uma história fantástica e uma bela homenagem aos filmes de samurais, ao mesmo tempo em que coloca no centro uma mulher “meio branca, meio asiática”, em um mundo que a trata como um corpo estranho. Ainda segundo os criadores, toda uma gradação foi planejada para as lutas, como uma escada em que cada degrau mostrasse um enfrentamento mais difícil para Mizu, revelando sua humanidade, não como um ser invencível. Com o passar de cada batalha, a samurai de olhos azuis transcende seus limites humanos, tornando-se uma guerreira épica que alcançará seus objetivos, custe o que custar. Como diz Heiji Shindo (Randall Park) para seu aliado Abijah Fowler no episódio 3: “Nada pode detê-lo. Ele virá. Ele ficará bem aqui e abrirá sua garganta. Ele assistirá você morrer”. Para ser sincera, eu acho isso incrível e arrepiante.
A narrativa é daquele tipo que nos deixa pensativos, remoendo a história dos personagens como se fossem conhecidos, e ruminando tudo aquilo que aconteceu e o que ainda poderá acontecer. Se fiz algumas cobranças aqui é porque acho que a história de Mizu pode chegar a um nível ainda maior de excelência. Ou talvez porque gostei tanto da obra que dá vontade de pegar para mim e assim poder fazer parte da construção dela também. No final das contas, embora pareça familiar como falei, é uma história nova que, no meio desse mar de remakes e live-actions, não é originada nem de um jogo nem de quadrinhos. É um risco que a Netflix resolveu assumir e é uma abertura para animações voltadas para o público adulto, algo ainda não muito comum.
Dar audiência para Samurai de Olhos Azuis pode significar um abrir de portas para mais produções boas assim, inclusive para uma segunda temporada. Eu preciso que ela seja confirmada, por isso, ASSISTAM!