Sala Escura (2024) crítica do filme de terror brasileiro Sala Escura (2024) crítica do filme de terror brasileiro

Sala Escura (2024) | Crítica do Filme | Prime Video

O cinema brasileiro vem explorando com mais frequência o gênero do terror, e Sala Escura (2024), dirigido e roteirizado por Paulo Fontenelle, é um exemplo dessa tentativa de diversificação. Disponível no Prime Video, o longa aposta em uma proposta claustrofóbica e em um cenário único — uma sala de cinema — para desenvolver um jogo mortal entre nove desconhecidos. Leia a nossa crítica:

A trama de Sala Escura

A trama parte de uma premissa simples: um grupo de pessoas entra em uma sessão de cinema comum, mas logo percebe que o que está sendo exibido na tela tem relação direta com o que está prestes a acontecer com eles. O que começa como curiosidade se transforma em pânico quando o grupo percebe que está preso no local, sob o controle de um assassino que parece se divertir com a situação.

Fontenelle, conhecido por transitar entre documentários e produções de ficção, aposta em um formato concentrado, filmando praticamente toda a ação em tempo real. Essa escolha cria uma tensão constante, mas também limita o desenvolvimento dos personagens. A dinâmica entre eles é estabelecida de forma funcional, porém sem profundidade. O espectador entende rapidamente quem é quem dentro do grupo, mas não há espaço para nuances — o que se vê é uma sucessão de reações diante da ameaça.

A atmosfera do horror

A construção da atmosfera de horror se apoia em efeitos práticos e em uma fotografia escura que reforça o clima de aprisionamento. O uso do som também é fundamental para criar impacto, alternando entre o silêncio incômodo e os gritos que ecoam na sala. Apesar de algumas sequências de tortura bem elaboradas, o filme sofre com cortes bruscos e certa irregularidade rítmica, o que prejudica a imersão.

Sala Escura (2024) crítica do filme de terror brasileiro

O roteiro flerta com a metalinguagem ao colocar o público do lado de fora diante de outro público preso dentro da sala, assistindo a um “filme” dentro do próprio filme. Essa camada adicional tem potencial para discutir o voyeurismo e a passividade do espectador diante da violência, mas o texto não aprofunda essas ideias, preferindo seguir o caminho direto do slasher.

Vale à pena assistir Sala Escura no Prime Video?

No fim, Sala Escura funciona como um exercício de estilo dentro do terror brasileiro contemporâneo. Mesmo com suas falhas de ritmo e motivações pouco claras, o longa reforça a capacidade do cinema nacional de explorar novos territórios de gênero, entregando uma experiência que, ainda que irregular, tenta aproximar o público local da estética do horror moderno.