Dia desses, revirando algumas gavetas aqui no apartamento, encontramos no guarda-roupa uma caixa velha. Na caixa estava um videocassete que durante anos habitou a nossa sala de estar e ali, repousava esquecido entre alguns casacos e camisetas.
– O que é isso? – O meu sobrinho de nove anos perguntou como se estivesse acabado de se deparar com um artefato alienígena.
– Ah! A gente conectava isso na TV e assistia filmes. – Eu respondi.
O menino riu e depois perguntou se não era mais fácil assistir um filme no notebook. Ele não sabia que nos longínquos anos 90, para a gente lá de casa, algo como notebooks existiam apenas em alguma história de ficção científica.
O meu sobrinho, assim como eu, é um Geek, ou seja, é fissurado pelas atuais tecnologias que envolvem games e aplicativos, bem como também é um fã devoto de super-heróis e RPG.
E foi aí que eu fiquei pensando: E se de algum modo esse moleque ainda sem espinhas embarcasse em uma máquina do tempo e fosse visitar os anos 90, época em que o videocassete reinava absoluto?
Como será que um garoto do século XXI, acostumado com os gráficos do Playstation, iria encarar os games do Mega Drive e do Super Nintendo?
A velocidade de informação tem tudo a ver com o universo Geek
Um dos aspectos que a internet trouxe para os dias de hoje, especialmente para os Geeks, fãs de cultura pop, é a velocidade da informação. Hoje em dia, as notícias sobre os filmes e lançamentos de games fluem na velocidade da luz.
Para se ter uma ideia, no início dos anos 90, o grande filme de super herói do momento foi o Batman (aquele mesmo com o Jack Nicholson roubando a cena como Coringa).
Antes do lançamento, os fãs da época tinham acesso apenas a algumas reportagens esporádicas sobre o longa-metragem em revistas especializadas e notícias rapidinhas de TV.
Nos dias de hoje, os fãs são bombardeados a todo instante por reportagens, notícias, trailers e imagens de Vingadores – Ultimato, um dos “filmes evento” da atual década.
A relação com a música também era algo que os Geeks dificilmente compreenderiam. As emissoras de rádio, aliadas a MTV, eram os locais para quem queria acompanhar notícias dos seus artistas preferidos.
No cotidiano digital dos dias de hoje vá explicar a relevância da MTV para o Geek moderno, que pode assistir ao videoclipe da sua banda predileta no seu smartphone quando e onde ele considerar conveniente.
E falando em música, o ápice em aparelhagem de som nos anos 90 eram os populares “3 em 1”, que mesclavam as funções de toca-discos, rádio e tocadores de fita K7.
Hoje em dia, os “3 em 1” são dinossauros comparados a smartphones que tocam música e que, entre outras várias funções, exibem e produzem vídeos e fotos.
Como era a produção de conteúdo Geek em relação aos dias atuais
A informação nos dias de hoje não está apenas veloz, ela também pode ser produzida por qualquer pessoa e atingir um público bastante amplo.
Quer um exemplo disso? Um Geek moderno pode baixar e instalar em seu PC o WordPress, uma plataforma intuitiva e que possui vários recursos.
Com isso ele pode criar um blog e ser um produtor de conteúdo, redigindo sobre os seus filmes, games e gadgets favoritos.
E para conferir para esse projeto mais credibilidade e até obter lucro com isso, o Geek pode registrar um domínio para esse seu blog. A contratação de uma boa hospedagem de site também tem a sua importância para dar mais segurança e credibilidade ao blog.
Se o Geek fizer uso das técnicas de SEO, que dão mais visibilidade para o blog nas páginas de resultado, a chance de atrair uma enorme quantidade de seguidores aumenta significativamente. O mesmo vale se souber usar bem as redes sociais.
Enquanto isso, lá nos anos 90, quem queria produzir conteúdo, divulgar artistas e conversar sobre assuntos específicos do cinema, da televisão e da música, tinha como alternativa se aventurar na produção de fanzines.
Fanzines eram pequenos jornais feitos de forma caseira, muitas vezes sem muito cuidado na identidade visual ou diagramação. O que valia mesmo era a boa intenção de propagar conteúdo.
E como os nossos “ancestrais” nos anos 90 distribuíam os fanzines? Em alguns casos era na rua mesmo, para quem se interessava, mas também pelo correio, quando o objetivo era segmentar o seu público de leitores.
Falando assim, em uma época como a de hoje, em que o Geek, no conforto do seu quarto grava um vídeo no Youtube e que pode ser visto até mesmo por quem está no Japão, a década do Mega Drive e do Nirvana parecia mesmo outro planeta.
Conclusão
Ser Geek nos anos 90 era nem saber que a palavra “Geek” existia. O termo mais adequado para esse perfil de consumidor e produtor de cultura pop era “Nerd”. E ainda assim não era lá um predicado elogioso.
Portanto, fico imaginando como eu reagiria naquela época se o meu “eu do futuro” me parasse na rua e dissesse que no século XXI uma tal de Netflix tornaria o meu videocassete Phillips um artigo de museu.