Crítica | Safe é entretenimento rápido e seguro na Netflix

Série de Harlan Coben, Safe traz Michael C. Hall (Dexter) numa nova empreitada

Um pai recém-viúvo percebe que sua filha desapareceu, mesmo estando dentro de um condomínio seguro. Ele então inicia uma empreitada em busca da garota, numa situação que vai se complicando até o ponto de não termos a mínima noção de como tudo isso irá terminar. Essa é a premissa de Safe, e nesse sentido, a série exclusiva da Netflix consegue ser bem-sucedida até certo ponto.

O problema é que, em algum momento, o clima bem construído de mistério acaba tomando rumos insossos.

O imponderável explica as motivações de torcer o nariz em Safe. Jenny (Amy James-Kelly) decide tirar satisfação sobre o passado da mãe, aparentemente sem motivo algum, porque de fato não o tem, então chamamos isso de processo de luto. O grande segredo da trama não é alimentado de forma correta para que entendamos também as ações de Sophie, que conta com boa atriz (Amanda Abbingtonmas ficou mal construída com o desenrolar dos fatos.

Créditos / Netflix

A maior falha, no entanto, é que Safe trata da história de um pai com problemas gritantes de relacionamento com as filhas: distanciamento do luto, excesso de vigilância virtual e falta de cumplicidade são alguns exemplos. Tom (Michael C. Hall, ator marcado até demais pela série Dexter) começa e termina a curta temporada da série sem mudança significativa sobre quem ele é, tampouco foi preciso rever qualquer vislumbre do seu comportamento para a resolução dos problemas apresentados. O ator (que também é produtor executivo) se esforça dignamente, mas alguma coisa fica faltando.

C. Hall está cercado de elementos de apoio para tentar dar um resultado consistente para a trama, que infelizmente acaba murchando a empolgação do espectador quando ruma para o final, uma pena, pois os primeiros capítulos de Safe são bastante interessantes. Seu melhor amigo, Pete (Marc Warren), assim como diversos outros personagens, carregam grande carga misteriosa levantando assim alguma suspeita aqui e ali, e isso ajuda o roteiro até certo ponto. Faltou substância ao longo desses oito episódios, que seriam um sacrilégio caso fossem dez ou treze.

No mais, Safe é um entretenimento agradável caso você queira algo rápido e sem conclusões muito complexas, digno de reviravoltas previsíveis na trama. A série criada por Harlan Coben está disponível no catálogo da Netflix.