Ruídos (Noise, 2024) - Crítica, Fatos e Curiosidades do filme de terror coreano - A2 Filmes Ruídos (Noise, 2024) - Crítica, Fatos e Curiosidades do filme de terror coreano - A2 Filmes

Ruídos (Noijeu, 2024) | Crítica do Filme de Terror

O cinema de terror sul-coreano volta aos cinemas brasileiros com Ruídos (Noijeu), longa dirigido por Kim Soo-jin que estreia no Brasil dia 9 de outubro, com distribuição da A2 Filmes. Após circular por festivais internacionais com o título de Noise, o filme chega aos cinemas com uma proposta que mistura terror sobrenatural e crítica social, explorando um dos problemas urbanos mais comuns da Coreia do Sul: o chamado “ruído de piso”. Confira a nossa crítica:

Crítica de Noise: o terror do cotidiano

Na Coreia do Sul, o ruído entre andares — sons de passos, batidas ou arrastar de móveis — é uma fonte constante de conflitos em edifícios residenciais. Esse incômodo serve como ponto de partida para Ruídos, transformando o barulho cotidiano em elemento de horror psicológico.

A trama acompanha Joo-young (Lee Sun-bin), uma jovem com deficiência auditiva que se muda com a irmã mais nova, Joo-hee (Han Soo-a), para um novo apartamento. Quando Joo-hee desaparece misteriosamente, Joo-young inicia uma busca desesperada que revela tensões entre vizinhos, sons inexplicáveis e segredos escondidos no porão do prédio.

O som como personagem em Ruídos

O design de som é o verdadeiro protagonista do filme. Kim Soo-jin utiliza ruídos aparentemente banais — passos, pancadas, ecos — para construir um clima constante de ameaça. À medida que Joo-young ganha um novo aparelho auditivo, sua percepção sonora se intensifica, e o espectador é envolvido por uma experiência sensorial que alterna entre o real e o sobrenatural.
O barulho, aqui, é também uma metáfora para o trauma e para o isolamento. Cada som é um lembrete da instabilidade emocional dos personagens e da opressão social que se acumula nos espaços urbanos apertados e decadentes.

O prédio como espelho social

Além do terror, Ruídos insere-se na tradição do cinema coreano de usar o espaço físico como símbolo de desigualdade. O edifício onde vivem as protagonistas reflete o colapso social: apartamentos desorganizados, corredores escuros e um porão tomado pelo lixo clandestino. A diretora transforma esses ambientes em um retrato da crise imobiliária e da sensação de claustrofobia que permeia a vida urbana contemporânea.
Temas como preconceito, superstições e o medo do “outro” reforçam a crítica social. As vizinhas que culpam Joo-young pelos infortúnios do prédio representam o peso da desconfiança e da exclusão dentro das comunidades.

Ruídos (Noise, 2024) - Crítica, Fatos e Curiosidades do filme de terror coreano - A2 Filmes

Atuação e construção dramática do filme coreano

Lee Sun-bin entrega uma performance precisa, transmitindo vulnerabilidade e determinação na mesma medida. Kim Min-seok, como Ki-hoon, o namorado da irmã desaparecida, sustenta bem o contraponto racional diante do terror crescente. Já Ryu Kyung-soo se destaca como o vizinho ameaçador, cuja presença amplifica a tensão.

Embora o terceiro ato adote um ritmo mais voltado à ação e ao sobrenatural, o longa mantém a coerência temática. A transição para o terror explícito pode parecer abrupta, mas serve para amarrar os elementos psicológicos com as manifestações paranormais que se revelam no desfecho.

Crítica: Ruídos é um filme de terror que reverbera

Ruídos é uma obra que transforma o barulho cotidiano em fonte de angústia, mostrando como o som pode ser tanto ferramenta narrativa quanto símbolo de desconforto social. Ao equilibrar horror e comentário urbano, o filme reafirma a força do cinema sul-coreano em explorar o medo que nasce da vida comum.
Com estreia marcada para 9 de outubro exclusivamente nos cinemas, Ruídos reforça o catálogo da A2 Filmes, que tem se destacado por trazer produções internacionais de gênero, como a franquia Terrifier, para o público brasileiro.