A segunda temporada de Round 6: O Desafio (Squid Game: The Challenge) reforça o sucesso do formato inspirado na série coreana original e mostra que o reality show da Netflix segue encontrando maneiras de capturar a tensão e o fascínio do público. Novamente, 456 participantes disputam o prêmio de US$ 4,56 milhões em uma competição que mistura drama humano, jogos de resistência e um espetáculo visual que remete diretamente ao universo de Round 6. Confira a crítica dos episódios iniciais:
A recriação de um fenômeno televisivo em Round 6: O Desafio
Desde sua estreia, o reality se tornou um caso raro: uma adaptação de ficção para o mundo real que conseguiu manter o interesse da audiência. A nova temporada repete a estrutura da anterior, com os competidores vestindo os conhecidos agasalhos verdes e enfrentando desafios inspirados em brincadeiras infantis, mas agora há um esforço maior em criar uma conexão emocional entre público e jogadores.
Os produtores entenderam que, com centenas de participantes, seria essencial destacar algumas histórias logo de início. Assim, o programa dedica tempo para apresentar figuras como os irmãos gêmeos Jacob e Raul, que assumem a liderança no primeiro desafio, e o aventureiro Curt, que participa ao lado da filha Zoe. Essa humanização é o que transforma a competição em algo mais envolvente, fazendo o público torcer ou lamentar pelas eliminações.
Jogos mais íntimos e emocionais
A primeira grande diferença nesta temporada está no formato dos desafios. Se o icônico “Sinal Vermelho, Sinal Verde” abriu a temporada anterior, agora a produção aposta em jogos menores e de lógica, que permitem acompanhar o desempenho individual e criar tensão mais localizada.
Logo no primeiro episódio, os competidores são divididos em duas equipes lideradas pelos gêmeos e precisam contar até 456 segundos, apertando um botão no momento exato. O grupo que mais se aproxima do tempo correto permanece; o outro é eliminado — e metade dos jogadores deixa a competição nos primeiros 15 minutos. A partir daí, os desafios se tornam progressivamente mais complexos, como o “Pentatlo de Seis Pernas”, em que equipes interligadas disputam uma série de jogos aparentemente simples, mas que exigem coordenação e paciência.
Essas provas menores ajudam a dar ritmo à temporada e aproximam o público das dinâmicas entre os competidores. Em vez de depender apenas da escala grandiosa dos cenários, a produção investe na tensão interpessoal, mostrando alianças, traições e decisões estratégicas que lembram outros realities de sucesso como The Traitors e Big Brother.

O espetáculo visual e a fidelidade à série original
Um dos pontos mais marcantes de Round 6: O Desafio continua sendo o cuidado na reprodução do universo visual de Squid Game. O dormitório com torres de beliches, os guardas mascarados de vermelho e o misterioso anfitrião mascarado voltam com uma fidelidade impressionante. O design de produção é um dos grandes atrativos do programa e reforça a sensação de estar assistindo a uma versão real de um pesadelo distópico.
A teatralidade das eliminações — quando os jogadores “morrem” após a explosão de uma pequena bolsa de tinta em seus uniformes — segue gerando momentos de impacto. O artifício, que poderia soar forçado, acaba funcionando como um símbolo da intensidade emocional que o programa busca provocar. Muitos competidores reagem com lágrimas e desespero, como se a derrota simbolizasse algo maior do que apenas sair de um jogo.
Estratégia e manipulação emocional
Parte do fascínio do reality vem justamente da maneira como os produtores conduzem o drama humano. O público acompanha pessoas comuns colocadas sob enorme pressão, e é evidente que cada uma delas acredita ter uma chance real de vencer o prêmio milionário. Esse sentimento coletivo de esperança e desespero cria um ambiente carregado, em que pequenas vitórias e fracassos ganham proporções épicas.
Ainda assim, há uma percepção de que o programa manipula as emoções dos participantes para gerar momentos televisivos fortes. As escolhas de montagem e a seleção de histórias pessoais reforçam o caráter de espetáculo e o limite tênue entre entretenimento e desconforto moral — uma herança direta da série de ficção que o originou.
Um reality da Netflix que aprende com os próprios erros
A segunda temporada de Round 6: O Desafio mostra um aprendizado em relação à primeira. O ritmo inicial é mais dinâmico, a edição dá destaque a personagens específicos, e os jogos foram pensados para criar identificação e não apenas grandiosidade. O resultado é um programa que mantém o suspense e, ao mesmo tempo, se aproxima de quem assiste.

Apesar de ainda existirem momentos que podem parecer excessivos — especialmente as simulações de “morte” —, a produção consegue equilibrar espetáculo e emoção. O público não assiste apenas a um grupo de desconhecidos sendo eliminados, mas a uma narrativa que se constrói a partir de pequenas histórias humanas dentro de um contexto de competição extrema.
Crítica: vale à pena assistir a 2ª temporada do reality show de Round 6: O Desafio?
Com seus novos episódios, Round 6: O Desafio reafirma sua posição como um dos realities mais ambiciosos da Netflix. A série equilibra entretenimento, tensão e crítica social em uma estrutura que segue o espírito de Squid Game, mas com um toque próprio. A combinação de cenários grandiosos, personagens marcantes e desafios engenhosos torna a segunda temporada ainda mais envolvente — um lembrete de que, mesmo sem a ficção, o jogo pode ser tão intenso quanto o original.
Os primeiros episódios de Round 6: O Desafio — segunda temporada — já estão disponíveis na Netflix. O reality terá novos capítulos lançados semanalmente até o episódio final, previsto para o dia 18 de novembro.