A Netflix aposta novamente em um remake internacional com Românticos Anônimos (2025), drama romântico que une Japão e Coreia do Sul em uma adaptação do longa francês Les Émotifs Anonymes (2010). Com direção de Shō Tsukikawa e roteiro de Kim Ji-hyun, a série de oito episódios propõe uma leitura delicada sobre amor, fragilidade emocional e o poder da arte — neste caso, o chocolate — como forma de cura e conexão. Confira a nossa crítica:
A trama e os protagonistas de Românticos Anônimos
A história acompanha Sosuke Fujiwara (Shun Oguri), herdeiro da tradicional Confeitaria Futago, cuja vida é marcada pela ansiedade e pelo medo de contato físico. Após a morte do pai, ele é desafiado a revitalizar a renomada loja de chocolates Le Sauveur. Paralelamente, Hana Lee (Han Hyo-joo), uma talentosa chocolateira que sofre de fobia social e evita o contato visual, tenta reconstruir a própria confiança.
O encontro entre Sosuke e Hana ocorre em uma competição de fabricação de chocolate e, a partir daí, a série explora o vínculo crescente entre dois personagens que compartilham o medo da exposição. Românticos Anônimos encontra beleza no desconforto: cada diálogo hesitante e olhar desviado traduzem uma forma de intimidade que vai além da linguagem convencional das comédias românticas.
Química e construção emocional
A força da série está na química natural entre Shun Oguri e Han Hyo-joo. O ator interpreta Sosuke com precisão, revelando as nuances de um homem que luta entre a necessidade de se proteger e o desejo de se conectar. Já Han constrói uma Hana de gestos contidos e expressões sutis, transformando o silêncio em ferramenta narrativa. Quando finalmente se aproximam, o momento é mais simbólico do que romântico — representa o início de um processo de cura mútua.
O roteiro mantém um ritmo deliberadamente calmo, o que pode soar arrastado em alguns momentos, mas esse tempo é essencial para que o público compreenda o universo emocional dos protagonistas. Cada obstáculo — seja um erro culinário ou um mal-entendido — se torna uma metáfora para a dificuldade de lidar com a vulnerabilidade.
A arte do chocolate como elo no drama da Netflix
A produção faz do chocolate uma linguagem comum entre os personagens. As cenas na cozinha de Le Sauveur funcionam como espaços de reconciliação e descoberta. Cozinhar não é apenas um trabalho, mas um meio de expressar sentimentos e de encontrar consolo. A série investe em uma estética visual detalhada, com close-ups do processo artesanal e uma fotografia que valoriza tons quentes, reforçando a sensação de conforto e acolhimento.
Personagens e coadjuvantes: o elenco de Românticos Anônimos
O elenco de apoio contribui para a construção emocional da série. Jin Akanishi, como Hiro, oferece um contraponto interessante como o interesse amoroso não correspondido de Hana, enquanto Yuri Nakamura interpreta a terapeuta Irene, cuja presença amplia a discussão sobre saúde mental. O arco familiar de Sosuke, centrado em seu irmão Takashi (Ryo Narita), aparece de forma discreta, mas ajuda a contextualizar as origens de suas inseguranças.
Um drama sobre empatia e aceitação
Mais do que uma história de amor, Românticos Anônimos é sobre empatia. A série trata de forma respeitosa questões de ansiedade social e de transtornos emocionais, evitando caricaturas e buscando naturalidade. O resultado é um retrato sensível de duas pessoas que aprendem a aceitar as próprias limitações e a enxergar o outro como espelho de suas fragilidades.
Crítica: vale à pena assistir Românticos Anônimos na Netflix?
Série de drama contém a força e simplicidade digna de uma maratona
Com tom sereno e atmosfera acolhedora, Românticos Anônimos encontra força na simplicidade. A série japonesa-coreana não pretende reinventar o gênero, mas oferece um olhar honesto sobre o amor e o medo de se relacionar. Entre receitas de chocolate e confissões contidas, o drama conduz o espectador a uma reflexão sobre a importância da gentileza — consigo mesmo e com os outros.
Disponível na Netflix (assista agora), Românticos Anônimos é uma obra que combina doçura e vulnerabilidade, reafirmando que o amor, assim como o chocolate, é melhor apreciado quando feito com cuidado.