O que sempre me cativou em Star Wars foi a possibilidade que esse universo oferece de imaginar milhares de histórias além da saga da família Skywalker. Isso fica mais evidente nos livros, quadrinhos, séries e jogos inspirados na criação de George Lucas. Por mais difícil que seja reconhecer, a verdade é que isso vai além dos Jedi ou Sith. Rogue One, primeiro spin-off planejado pela Disney, chega para mostrar um lado da história que muitas vezes acaba sendo deixado de lado e que tem uma importância incalculável.
No primeiro trailer do longa somos apresentados a Jyn Erso (Felicity Jones), que é definida como uma rebelde por natureza. Sendo assim, ela é convocada pela Aliança Rebelde – mais precisamente por Mon Mothma – para realizar uma missão que pode mudar os rumos da guerra contra o Império. Confira:
https://youtu.be/9Bxu76vKhlY
Aposto que você reconheceu a Estrela da Morte, eterna personagem nas histórias de Star Wars. E como é citado no trailer, a grande missão da qual Jyn está encarregada é a de roubar os planos da arma suprema do Império que está na reta final de construção e próxima de ser testada. No final do Episódio III vemos a Estrela em construção e no Episódio IV acontece o tal teste mencionado no vídeo. Ligando os pontos, Rogue One está situado alguns momentos antes do início de Uma Nova Esperança. Sabe quando Luke dá aquele tiro guiado pela Força? Então, sem a brava equipe que realizou essa missão suicida, nada daquilo seria possível.
Um fato curioso é que a ligação de Rogue One com Star Wars vai além de sua trama. A elite dos pilotos da Aliança Rebelde era conhecida como Esquadrão Rogue e seu líder, o Rogue 1, era o mais habilidoso de todos. Entre os vários personagens que herdaram o posto estão Luke (que destruiu a primeira Estrela da Morte) e Wedge Antilles (que destruiu a segunda Estrela da Morte).
Voltando ao trailer, alguns elementos chamam bastante atenção. Além da apresentação de alguns rostos conhecidos como Forest Whitaker, Diego Luna e Donnie Yen, o clima parece bem diferente de todos os outros filmes de Star Wars. Aqui a sensação de alerta, de estar sempre pronto para a ação parece maior. Tudo é mais cru, mais tenso. Quase beirando o sombrio (a palavra da moda em Hollywood). Conhecendo a maneira como a Disney opera, certamente teremos momentos de alívio diante de toda essa pressão. Mas o cenário não é dos melhores. Já que Rogue One compartilha da mesma linha temporal de Uma Nova Esperança, os Jedi quase não existem mais e o Império comanda a galáxia com punhos de ferro. Por isso o foco está nos elementos mais reais e não nos fantásticos. Saem os sabres de luz e entram as armas de fogo. É uma guerra no sentido mais literal possível.
Também é interessante pensar que Rogue One faz parte de um projeto mais amplo. Quem assiste Star Wars Rebels sabe que a trama mostra os primeiros passos da Aliança Rebelde, quando ainda não possuía tantos adeptos assim. E assim como Rogue One, Rebels também está situada entre o Episódio III e o IV. A série que tomou o lugar da finada Clone Wars foi alvo de inúmeras teorias antes do lançamento do Episódio VII e já que a terceira temporada estreia antes do lançamento de Rogue One, algumas dessas teorias podem ser adaptadas para esse realidade. Sem dúvida os planos da Disney são mais ambiciosos do que aparentam.
O mundo mudou e Star Wars conseguiu adaptar-se ao novo cenário. É a vez da nossa geração carregar o legado daqueles que viram tudo isso nascer. E não precisa perder tempo chamando de cópia disso ou daquilo, criticando o protagonismo feminino e taxando como um simples filme caça níquel. A grande verdade é que Star Wars abriga muitas histórias e algumas merecem sim ser contadas.