Você já parou para pensar na diferença que a equipe por trás de uma série faz? Pois saiba que os efeitos são muitos. Afinal, as produções são reflexos de seus produtores, e com isso, defendem e expressam os ideais deles.
É isso o que revela uma pesquisa do Centro de Estudos de Mulheres em Televisão e Cinema, da Universidade de San Diego. Segundo o estudo, séries criadas por mulheres, tendem a representar melhor a proporção demográfica, refletindo com mais precisão os 51% de mulheres na população norte-americana. Por outro lado, séries criadas unicamente por homens tendem a trazer apenas 38% de mulheres em papéis protagonistas.
Além disso, séries criadas ou produzidas por mulheres têm maior tendência a contratar roteiristas ou diretoras do sexo feminino: a média é de 57%, enquanto nas séries criadas ou produzidas por homens a porcentagem cai para 21%.
No geral, o estudo também denuncia que somente 11% de todas as séries ficcionais norte-americanas possuem elencos balanceados em relação ao número de homens e mulheres, enquanto 68% são dominadas pelo gênero masculino. Ao mesmo tempo, a representação de mulheres de cor subiu em uma média entre 3% e 4% desde o ano anterior à pesquisa.
Isso demonstra o que já sentimos no mercado: a representação de ambos os sexos está mudando. Apesar de todos os problemas ainda existentes na televisão brasileira em relação às mulheres, é preciso enxergar as mudanças nesses últimos 30 anos. A Rede Globo, por exemplo começou a investir em programas revolucionários que transformaram a programação. Mas é preciso mais do que apenas ver as mudanças, é preciso celebrá-las. O que Fernanda Lima faz no programa Amor & sexo, na emissora, é bastante louvável. A apresentadora dá espaço para as mulheres, discutindo feminismo e dando voz a elas.
Apesar de por muito tempo serem representados como garanhões, os homens também estão sendo representados com mais verdade nos últimos tempos. A equipe do portal UNIVERSODELES acredita que os homens também buscam uma representação menos generalista. Mais cuidadosos, preocupados com o bem-estar e valorizando a sensibilidade, o sexo masculino também busca ser representado com mais verdade na mídia.
Recentemente, Fábio Porchat estreou a série de TV ‘Homens?’. Na trama, onde também é protagonista, ele coloca em dúvida qual é, realmente, o sexo frágil, e se precisamos desta definição. A série focaliza os efeitos drásticos sofridos pelas indefinições que separam a cultura machista e a primavera feminista que vem se desenhando na última década. A proposta é mostrar como os homens estão perdidos diante do empoderamento feminino e como o machismo faz mal para ambos os sexos.
Alexandre (Fábio Porchat) é um homem que “brocha” há um ano e não consegue se relacionar sexualmente; Pedro (Gabriel Louchard) descobre que foi traído pela mulher e tenta um relacionamento aberto; Pedrinho (Raphael Logam) aprenderá a lidar com uma chefe mulher, depois que o antigo chefe foi demitido por assédio. Gustavo (Gabriel Godoy) completa o grupo com frases polêmicas e que, sem trabalhar, ainda mora na casa da mãe.
A série reflete sobre o motivo de homens (entre 28 e 40 anos) não conversarem entre si, principalmente, sobre suas fraquezas. O machismo dentro da família, dentro do trabalho e a impotência sexual são alguns dos temas abordados entre eles. O objetivo é escancarar a confusão vivida pelo sexo masculino em meio a tantas mudanças. Como eles devem se comportar e encarar as dificuldades, já que atualmente é permitido sofrer, chorar, e que uma relação de igual para igual com suas parceiras é o jeito certo de se relacionar.