Primitive War (2025) - Crítica, fatos e curiosidades do filme Primitive War (2025) - Crítica, fatos e curiosidades do filme

Primitive War (Guerra Primitiva, 2025) | Crítica do Filme

Dirigido por Luke Sparke e baseado no livro de Ethan Pettus, Primitive War — ainda inédito no Brasil — tenta unir dois gêneros de apelo popular: o filme de guerra e o terror com dinossauros. A produção australiana se passa durante a Guerra do Vietnã, em 1968, e acompanha o Esquadrão Abutre, um grupo de reconhecimento enviado para resgatar um pelotão de Boinas Verdes desaparecido em uma selva isolada. O que os soldados não esperavam era enfrentar criaturas pré-históricas trazidas de volta à vida por um experimento soviético. Leia a crítica do filme:

Uma mistura entre guerra e terror: bem-vindos a Primitive War

A proposta de Primitive War é simples e direta: colocar militares em confronto com dinossauros em um cenário hostil. O diretor Luke Sparke aposta em um tom sombrio e violento, abandonando o espírito de aventura familiar de franquias como Jurassic World e adotando uma estética de horror de sobrevivência. O resultado é um filme de ação sangrento, repleto de ataques brutais e batalhas explosivas, que busca entregar o tipo de entretenimento que o público adulto sentia falta em produções sobre dinossauros.

O ritmo da narrativa é intenso, com sequências constantes de combate e pouco tempo para descanso entre uma emboscada e outra. A violência é explícita, com sangue, membros arrancados e corpos dilacerados. O realismo da selva e o clima de paranoia ajudam a reforçar a tensão, enquanto os efeitos visuais, embora limitados, cumprem bem o papel de criar monstros ameaçadores.

Um elenco funcional, mas sem profundidade

Ryan Kwanten interpreta o sargento Ryan Baker, líder do esquadrão, que tenta manter seus homens vivos em meio ao caos. Jeremy Piven vive o coronel que comanda a operação, e Tricia Helfer surge como Sophia, uma médica dependente de morfina que se une ao grupo. O elenco entrega atuações convincentes dentro da proposta, mas o roteiro não se preocupa em desenvolver os personagens. A maior parte deles é construída a partir de arquétipos comuns do gênero militar — o soldado cínico, o novato assustado, o veterano traumatizado —, o que reduz o impacto emocional das mortes.

Entre o espetáculo e o exagero jurássico

Visualmente, Sparke utiliza luzes estroboscópicas e filmagens noturnas para mascarar algumas limitações técnicas. A estratégia ajuda a manter o suspense, mas também torna difícil acompanhar certas sequências de ação. O filme tenta compensar suas falhas narrativas com intensidade visual, mas a duração de mais de duas horas acaba pesando contra a experiência. O excesso de ruído, explosões e tiroteios transforma o clímax em um espetáculo confuso e cansativo.

Apesar das fragilidades, Primitive War acerta em criar um ambiente de constante ameaça. A fusão entre guerra e terror é curiosa, e há momentos em que o filme entrega o que promete: caos, tensão e dinossauros assassinos.

Pôster de Primitive War, filme de ação com dinossauros

Crítica: Primitive War consegue ser melhor que Jurassic World?

Primitive War é uma produção que entende o próprio público-alvo. Luke Sparke não busca complexidade nem metáforas sobre a natureza humana — apenas ação violenta e monstros pré-históricos em meio ao Vietnã. Embora o roteiro e a caracterização deixem a desejar, o filme oferece exatamente o que seu título sugere: uma guerra primitiva, brutal e movida a instinto.

Com isso, Primitive War se destaca mais pela ousadia da mistura de gêneros do que pela execução. É uma obra que entrega entretenimento direto e sangrento, mas que poderia ter sido mais impactante se tivesse reduzido o excesso e apostado em personagens mais sólidos.