O cineasta Bryan Bertino, conhecido por Os Estranhos (2008) e A Escuridão e a Perversidade (2020), retorna ao gênero que o consagrou com Presente Maldito (Vicious), novo terror psicológico estrelado por Dakota Fanning, disponível no Paramount+. O diretor mantém a atmosfera claustrofóbica e a tensão crescente que marcam sua filmografia, mas encontra dificuldades em equilibrar forma e conteúdo, entregando uma história que começa de maneira promissora e termina em território previsível. Leia a crítica:
A trama de Presente Maldito e a caixa misteriosa
Dakota Fanning interpreta Polly, uma mulher solitária de 32 anos que tenta reorganizar a vida após um período conturbado. Morando sozinha em uma casa grande e silenciosa, ela passa as noites entre cigarros e ligações não atendidas da mãe e do chefe. Em uma noite fria, uma batida à porta muda tudo: uma senhora idosa (Kathryn Hunter) pede abrigo, dizendo estar perdida. Polly a convida para entrar, sem imaginar que o gesto abrirá caminho para algo muito mais sombrio.
A visitante entrega à anfitriã uma caixa preta com uma ampulheta dentro e avisa que Polly morrerá antes do amanhecer. Para tentar escapar do destino, ela precisa colocar dentro da caixa três objetos: algo que odeia, algo de que precisa e algo que ama. Quando a mulher desaparece misteriosamente, Polly passa a ser atormentada por vozes, aparições e ligações que desafiam sua sanidade.
O terror psicológico de Bryan Bertino com Vicious
Em Presente Maldito, Bertino volta a explorar o isolamento e a dor emocional como motores do medo. A casa de Polly, repleta de sombras e silêncio, funciona como extensão de seu estado mental. O diretor constrói a tensão de forma gradativa, apostando mais na atmosfera do que nos sustos repentinos. Ainda assim, o filme recorre em alguns momentos a ruídos altos e truques visuais que enfraquecem a densidade do enredo.
O roteiro insinua que a maldição da caixa pode estar ligada à culpa e à autodestruição da protagonista, mas as ideias não são plenamente desenvolvidas. Bertino parece mais interessado em manter o espectador desconfortável do que em oferecer respostas claras — um recurso que funciona em seus melhores trabalhos, mas que aqui deixa a narrativa incompleta.
Crítica: vale à pena assistir Presente Maldito (Vicious, 2025)?
Dakota Fanning sustenta o terror
Com a câmera quase sempre centrada nela, Dakota Fanning conduz o filme com uma performance intensa, revelando fragilidade e desespero em igual medida. A atriz transforma a solidão de Polly em força dramática, compensando as falhas de ritmo e a falta de clareza do roteiro.
Presente Maldito reafirma o talento visual de Bryan Bertino, mas evidencia suas limitações como roteirista. O filme tem atmosfera eficiente, boas atuações e momentos de tensão genuína, mas perde fôlego na reta final. Ainda assim, é um terror que desperta interesse e confirma Dakota Fanning como uma das presenças mais marcantes do gênero na atualidade. Assista o filme de terror no Paramount+.