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Pokémon: Detetive Pikachu | Crítica

Pokémon é uma franquia que está sempre voltando. É uma daquelas obras como Star Wars que sempre está dando um jeito de renovar sua base de fãs com novos jogos, desenhos e produtos midiáticos em geral. Com Pokémon: Detetive Pikachu não é diferente. A franquia volta com um filme inspirado em um jogo com uma premissa bizarra, procurando cativar os fãs de longa data e apresentar os bichinhos para um novo público. Confira nossa crítica sem spoilers.

Pokémon: Detetive Pikachu conta a história de Jim (Justice Smith), um jovem que trabalha em um trabalho sem graça e não possui um Pokémon parceiro. Ele acaba descobrindo que seu pai morreu e viaja para Ryme City (uma cidade onde Pokémon e humanos vivem em harmonia) para investigar sua morte. Lé ele encontra um Pikachu falante (com a voz de Ryan Reynolds) que vai lhe ajudar na investigação para desvendar esse mistério e descobrir a conspiração por trás.

Familiar mas nem tanto

Logo de cara o filme nos joga no universo de Pokémon já conhecido pelos fãs, com uma cena inicial que faz referência a textos de descrição dos bichinhos e uma tentativa de captura com pokébola. Mas com poucos minutos de filme fica estabelecido que toda essa mitologia dos treinadores Pokémon ficou para trás e não é sobre isso que o longa vai tratar.

O filme possui um público alvo bem focado. As pessoas que viveram a febre Pokémon quando eram crianças e agora são adultos que deixaram isso para trás. Isso fica claro pois o protagonista representa exatamente isso. E parte da mistura dos objetivos do longa com a história é justamente isso: o filme lhe convida para relembrar de como era legal viver nesse mundo e ser criança novamente. Dito isso, o longa não entrega aquilo que a gente esperava, com as batalhas e capturas de Pokémon, mas dá várias dicas que se passa no mesmo mundo dos jogos e desenho, com referências a locais e acontecimentos.

O longa leva tanto em consideração que já conhecemos aquele mundo que deixa de explicar algumas coisas importantes para a trama, como o próprio Mewtwo. Observando isso, fica bem claro que aqueles que não tem um apego emocional aos bichinhos de bolso não aproveitarão muito bem o filme.

E o problema principal é o roteiro. Os personagens são desinteressantes, existem diversos furos de roteiro e uma festa de diálogos expositivos que explicam quase tudo que está acontecendo na tela. Um ponto forte fica para a coadjuvante feminina que acaba não sendo um par romântico para o protagonista, mas tendo seus próprios objetivos e um arco para resolver.

Embarcando no Universo

Mas todos esses problemas acabam ficando de lado quando você embarca no universo em parte inspirado na mitologia da franquia e parte criada para o filme. É realmente mágico ver aquelas criaturas em formas mais realistas em CGI e interagindo com o mundo real. E o pouco que o filme entrega de batalhas Pokémon é muito legal, deixando a gente com um gostinho de quero mais. No final, dá para perceber que o filme foi feito por pessoas que gostam dessa franquia e quiseram referenciar o máximo possível daquilo que viveram dentro dessa história fora do comum que está sendo contada.

Deixando o melhor para o filnal, não posso deixar de falar do Pikachu falante de Ryan Reynolds. Apesar de assistir o filme dublado na cabine de imprensa (com uma ótima dublagem por sinal), o Pikachu de Reynolds rouba o filme. O personagem usa sua persona desenvolvida em Deadpool para passar o filme todo fazendo piadas sobre tudo que acontece em tela, em alguns momentos piadas até um pouco adultas. Ele é o alívio cômico que brinca com o próprio roteiro, para mostrar o quão absurdas são aquelas situações e fazer o longa se levar menos a sério. Ele consegue ser fofo, divertido e até dramático em certos momentos.

Em resumo, Pokémon: Detetive Pikachu é um filme com uma ideia tão bizarra que deu certo. Um longa com vários problemas de roteiro e personagens mal desenvolvidos, errando bastante nos seus humanos. Mas, felizmente, acertando em cheio nos Pokémon realistas inseridos naquele mundo que faz referência com algo que fez parte das nossas infâncias. O Pikachu de Reynolds rouba o filme e com certeza é a coisa mais divertida dele. Recomendo que você embarque nessa aventura e seja criança novamente com essa história simples, boba, mas muito respeitosa com o material original.