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Pisque Duas Vezes | Crítica do Filme | Prime Video

A estreia de Zoë Kravitz como diretora revela um thriller psicológico afiado

Disponível no Prime Video, o filme Pisque Duas Vezes marca a estreia de Zoë Kravitz na direção com um suspense psicológico que equilibra luxo, tensão e crítica social.

A estreia de Zoë Kravitz atrás das câmeras confirma a versatilidade da artista, que coescreve o roteiro ao lado de E.T. Feigenbaum. O longa, produzido pela MGM e distribuído pela Amazon, apresenta uma história aparentemente glamourosa que logo se transforma em um pesadelo envolto por mistério.

Enredo de Pisque Duas Vezes (Blink Twice)

A trama acompanha Frida (Naomi Ackie), uma garçonete que se envolve com o bilionário da tecnologia Slater King (Channing Tatum), um homem tentando limpar sua imagem após um escândalo. Quando Frida e sua melhor amiga Jess (Alia Shawkat) são convidadas para passar um fim de semana na ilha particular de Slater, o convite parece irresistível.

O local é paradisíaco, repleto de festas, música e abundância. Mas conforme os dias passam, Frida começa a perceber que há algo estranho por trás do comportamento dos convidados e dos anfitriões. O que parecia ser uma experiência de luxo se transforma em um jogo psicológico, no qual nada é o que parece.

A visão de Zoë Kravitz como diretora

Em seu primeiro longa, Kravitz demonstra um domínio visual preciso. A ambientação da ilha combina o brilho da alta sociedade com uma atmosfera de isolamento e perigo. O figurino — quase sempre branco — reforça a aparência de pureza, ao mesmo tempo em que sugere uniformidade e controle.

A diretora usa a câmera com precisão, alternando entre closes claustrofóbicos e planos abertos que ressaltam o contraste entre o luxo e a prisão invisível que os personagens enfrentam. A edição de Kathryn J. Schubert contribui para essa sensação de desconforto, utilizando cortes rápidos e repetições que criam um efeito de ciclo e de perda de tempo.

Naomi Ackie e Channing Tatum se destacam

Naomi Ackie entrega uma atuação intensa e contida. Sua Frida transita entre o fascínio e o medo, refletindo a fragilidade de alguém que tenta manter o controle em meio a circunstâncias ameaçadoras. A performance sustenta o filme e permite que o espectador acompanhe a transformação psicológica da personagem.

Channing Tatum, por sua vez, interpreta Slater com uma ambiguidade calculada. Ele transita entre o charme e a manipulação, compondo um retrato de poder e abuso que dialoga diretamente com temas contemporâneos sobre desigualdade e consentimento.

Temas e simbolismos de Pisque Duas Vezes

Mais do que um suspense sobre pessoas ricas escondendo segredos, “Pisque Duas Vezes” se aprofunda em questões sobre poder, controle e trauma. Kravitz constrói uma narrativa que coloca as experiências femininas no centro, expondo o impacto psicológico da violência e da exploração.

Pisque Duas Vezes: produtora elogia direção de Zoë Kravitz
Crédito: Warner

O filme também reflete sobre a superficialidade do luxo e sobre como ambientes idealizados podem esconder estruturas de opressão. Essa abordagem é reforçada pela estética cuidadosamente polida e pelo contraste entre prazer e desconforto.

Crítica: vale à pena assistir Pisque Duas Vezes no Prime Video?

“Pisque Duas Vezes” combina tensão psicológica, crítica social e elegância visual em uma experiência compacta de pouco mais de 100 minutos. A estreia de Zoë Kravitz na direção revela uma cineasta com visão clara e domínio técnico, capaz de equilibrar ritmo, simbolismo e narrativa.

Com atuações convincentes de Naomi Ackie e Channing Tatum, o longa transforma um cenário de glamour em um estudo sobre manipulação e sobrevivência. No catálogo do Prime Video, “Pisque Duas Vezes” confirma Kravitz como uma nova voz promissora no cinema contemporâneo.