Perigo no Dormitório (Danger in the Dorm, 2024) é destaque do Lifetime Movies (Crítica) Perigo no Dormitório (Danger in the Dorm, 2024) é destaque do Lifetime Movies (Crítica)

Perigo no Dormitório (2024, Lifetime Movies) | Crítica

O filme Perigo no Dormitório (Danger in the Dorm, 2024), dirigido por Robin Hays, adapta um livro da autora Ann Rule para a tradicional faixa de longas baseados em crimes reais da Lifetime. Com produção voltada para a televisão, o longa resgata o caso de Nancy Wyckoff, assassinada na Universidade de Oregon, em 1972. A história é reimaginada com nomes fictícios e ambientada na fictícia Universidade de Brighton.

Na trama de Danger in the Dorm, Kathleen Roberts (Clara Alexandrova) e Becky Swafford (Grace Vukovic) são amigas de infância que ingressam juntas na universidade. Após um rompimento entre as duas, Becky é assassinada dentro do dormitório. A polícia trata o crime como um caso isolado, mas novos ataques acontecem. Kathleen, frustrada com a falta de ação por parte das autoridades e da administração da universidade, decide investigar por conta própria.

O roteiro segue a fórmula tradicional dos filmes de suspense produzidos para a televisão. Há um mistério inicial, pistas espalhadas de forma progressiva e um desfecho que entrega o culpado sem grandes reviravoltas. Kathleen assume o papel de protagonista ativa, mesmo enfrentando resistência da mãe superprotetora (Bethenny Frankel) e do sistema ao redor.

A adaptação de Danger in the Dorm não se aprofunda na experiência acadêmica dos personagens. A universidade retratada serve mais como pano de fundo do que como um cenário crível. A trama se concentra em interações sociais, clubes e relacionamentos entre estudantes. Aulas são quase ausentes, e os professores, como o reitor Carigan, cumprem funções periféricas. Brighton se apresenta como um espaço de aparência elitista, mas com pouco realismo em termos de vida universitária.

A investigação conduzida por Kathleen inclui suspeitos próximos, como Wade (Jason Fernandes), um possível interesse amoroso, e Conor (Jeffrey Pai), membro da fraternidade local. A tensão gira em torno de descobertas feitas por Kathleen enquanto a polícia e a detetive Jessica Harken (Lily Yawson) permanecem inertes. A protagonista conta com a mobilização de outros alunos para obter avanços.

Perigo no Dormitório compartilha semelhanças com outras produções do canal: ritmo contido, foco na jornada pessoal da personagem central e um desfecho moralizador. O elenco, em geral, entrega interpretações contidas, sem grande variação emocional. A exceção é Clara Alexandrova, que sustenta boa parte da narrativa com sua presença constante em cena.

A relação entre mãe e filha tem espaço limitado, mas cumpre a função de tensionar as decisões de Kathleen. Bethenny Frankel, conhecida por sua participação em reality shows, entrega uma performance que se alinha ao tom geral do filme, sem destoar dos demais atores.

Visualmente, Perigo no Dormitório apresenta uma ambientação simples, com poucos cenários e cenas com número reduzido de figurantes. A escala da universidade é sugerida, mas não visualizada, o que reforça a impressão de um orçamento restrito. Ainda assim, o cenário do dormitório cumpre seu papel como elemento simbólico da ameaça constante que paira sobre as estudantes.

Ao se basear em um caso real, o filme tenta equilibrar respeito à vítima original com a necessidade de criar uma narrativa para televisão. No entanto, as liberdades criativas adotadas tornam o produto mais voltado ao entretenimento episódico do que a um retrato documental.

Conclusão: Perigo no Dormitório é bom?

Perigo no Dormitório é um filme que segue a linha tradicional da Lifetime, voltado a espectadores familiarizados com histórias de crimes reais adaptadas para a TV. A protagonista conduz a trama com determinação, enquanto o roteiro organiza os elementos do mistério de forma previsível. Para quem busca um suspense leve, com base em fatos reais e desenvolvido em ritmo televisivo, esta pode ser uma opção dentro do gênero.