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Pequenas Grandes Mentiras (Liane Moriarty) | Crítica

A noite do concurso de perguntas. Uma morte. Vários suspeitos 

por Otávio Ferreira do @octaliterario

Liane Moriarty traz em Pequenas Grandes Mentiras uma história mais complexa, cheia de personalidade e segredos. Um livro que contém a realidade de vários casais, mães protetoras e toda uma sociedade movida pelas aparências. É aquele tipo de drama/suspense que faz a gente transbordar em lágrimas — se você for manteiga derretida, claro. 

O livro já começa na tão esperada noite do concurso de perguntas. Uma noite com pais devidamente alterados por causa da bebida oferecida, muita fofoca e revelações de cair o queixo! Porém, alguém morre e ninguém sabe quem é, nem mesmo como aconteceu. Logo após, voltamos seis meses antes, onde conheceremos Madeline, Jane e Celeste. Mulheres completamente diferentes mas que, no decorrer das páginas, irão se tornar grandes amigas. Celeste e Madeline já são amigas, pois seus filhos estudam na mesma escola. Após um incidente no dia da orientação escolar, Ziggy, filho de Jane é acusado de ter feito bullying contra Amabella, filha de Renata Klein — uma das amigas de Madeline. A acusação causa grande ofurô e revolta, principalmente nas três amigas. Jane confia cegamente em seu filho, sabendo bem o quão bom é o menino. 

Esse é um dos muitos empecilhos que as mães terão que enfrentar no decorrer da história. Mulheres que precisam ser fortes para lutar contra todas as coisas que possam destruir suas personalidades e carreiras, mexendo em suas famílias, ciclos sociais e muito mais. A Liane não mede esforços para nos entregar um bom suspense doméstico, revelando imperfeições onde não deveria existir — já que no livro em questão, Celeste, apesar de seu casamento visualmente impecável, sofre violência doméstica. Madeline encontra dificuldades em manter sua filha mais velha por perto, já que a menina sente mais afinidade com a mulher atual de seu pai ou até mesmo sobre a garota tomar uma decisão drástica para conscientizar os outros sobre o tráfico de pessoas e escravidão sexual em alguns países —, fortalecendo laços por meio de segredos em comum, além, é claro, da escrita fluída e capítulos curtos. O leitor engole as mais de 300 páginas rapidamente e pula do assento quando os plot twist saltam dos parágrafos. 

Comecei a ver a série homônima da HBO recentemente, já que queria ter experiência primeiro com o livro. Mas acredito que valha muito a pena você dar uma conferida, pois já na sua segunda temporada, é uma adaptação que vai além das páginas escritas pela Liane Moriarty. 

Liane Moriarty

Não sou capaz de dizer o quanto Liane Moriarty se tornou uma das minhas escritora favoritas — esse é o segundo livro que leio da autora. O primeiro foi o O Segredo do Meu Marido que, assim como Pequenas Grandes Mentiras, mostra um suspense doméstico que não se prende somente a mais do mesmo em livros do gênero. As condições humanas e o convívio social, são elementos que, acho eu, esteja sempre presente nas histórias dela. 

Só lhes digo que leiam esse livro! É bonito, obscuro, bem construído e trata de assuntos bem atuais.