Disponível no Apple TV+, Palmer (2021) marca uma das interpretações mais maduras e comoventes da carreira de Justin Timberlake. Dirigido por Fisher Stevens e escrito por Cheryl Guerriero, o longa acompanha Eddie Palmer, um ex-astro do futebol americano que retorna à pequena cidade natal na Louisiana após cumprir 12 anos de prisão. Enquanto tenta reconstruir sua vida e deixar o passado para trás, ele acaba formando um laço inesperado com Sam, um menino que desafia convenções de gênero e enfrenta o preconceito da comunidade. Confira a nossa crítica:
A força da relação entre Palmer e Sam
Grande parte da força de Palmer está na relação entre o protagonista e Sam, interpretado por Ryder Allen. O garoto, que gosta de princesas e não se encaixa nas expectativas tradicionais de comportamento, representa uma nova geração livre das amarras da masculinidade imposta. Timberlake e Allen compartilham uma química genuína em cena, que sustenta o arco emocional do filme. Entre momentos de leveza e emoção — como a memorável cena do chá da tarde — o vínculo entre os dois personagens se transforma em um retrato delicado de empatia e reconstrução.
O filme também se destaca ao explorar o contraste entre a dureza da vida no sul dos Estados Unidos e a esperança de mudança através da convivência e do afeto. Fisher Stevens evita o julgamento e aposta em um retrato humano, mostrando que tanto Palmer quanto Sam têm muito a ensinar um ao outro sobre aceitação e coragem.
A jornada de redenção de Eddie Palmer (Justin Timberlake)
Ao retornar para casa, Palmer precisa lidar não apenas com o estigma de ex-presidiário, mas também com seus próprios erros e arrependimentos. O roteiro acompanha esse processo de recomeço com ritmo paciente, mostrando o personagem tentando se reintegrar à sociedade, encontrar um emprego e construir novas relações — incluindo com Maggie (Alisha Wainwright), professora de Sam.
Justin Timberlake entrega uma atuação contida e convincente, explorando nuances raramente vistas em sua carreira no cinema. Ele equilibra dureza e vulnerabilidade, refletindo a luta interna de um homem que tenta ser melhor do que seu passado.

Crítica final de Palmer (2021), filme com Justin Timberlake no AppleTV+
Uma história sobre empatia e aceitação
Embora Palmer siga uma estrutura previsível de drama de redenção, o resultado é emocionalmente eficaz. O filme fala sobre segundas chances, sobre aceitar o outro e a si mesmo, e sobre como laços improváveis podem gerar transformações profundas. A atuação de Juno Temple, como a mãe de Sam, acrescenta camadas de dor e humanidade à narrativa, reforçando o impacto social e emocional da história.
Com pouco menos de duas horas de duração, Palmer às vezes se alonga mais do que o necessário, mas mantém o público envolvido até o fim. O resultado é um drama que equilibra sensibilidade e realismo, com um final que reafirma a ideia de que o amor e a aceitação podem surgir nos lugares mais improváveis.
No Apple TV+, Palmer se consolida como um dos dramas mais tocantes da plataforma — e como um passo importante na trajetória de Justin Timberlake como ator.