O Episódio 8 (final) da segunda temporada de Pacificador (Peacemaker), criado e dirigido por James Gunn, marca o encerramento de um dos capítulos mais complexos da série da DC. Intitulado “Full Nelson”, o oitavo episódio funciona como conclusão emocional para o protagonista vivido por John Cena e como ponte direta para os próximos projetos do novo Universo DC. A seguir, analisamos o desfecho da temporada, suas implicações e os caminhos abertos para o futuro. Leia a nossa crítica, recapitulação e final explicado do episódio 2×08:
Recapitulação do episódio 8 da temporada 2 de Pacificador
Um fim agridoce para Chris Smith
A segunda temporada de Peacemaker alternou entre comédia e trauma pessoal, e “Full Nelson” leva essa dualidade ao limite. Depois de semanas em conflito com seus companheiros e com o próprio passado, Chris Smith parece finalmente encontrar algum equilíbrio. O episódio resgata a misteriosa “noite no barco” com Harcourt (Jennifer Holland), momento há muito sugerido como um ponto de virada emocional. A revelação mostra que os dois não tiveram um envolvimento físico, mas uma conexão sincera durante um show da dupla Nelson, evento que dá título ao episódio e define o tom nostálgico do encerramento.
Essa lembrança serve como catalisador para o reencontro entre Chris e Harcourt, que finalmente admitem que o sentimento entre eles é real. Gunn usa esse relacionamento para explorar a vulnerabilidade do herói, contrastando seu desejo de redenção com o peso da violência que o acompanha desde o Esquadrão Suicida.
A formação do Checkmate
Paralelamente, o episódio mostra os 11th Street Kids tentando se reorganizar após uma série de derrotas. Adebayo (Danielle Brooks), Vigilante (Freddie Stroma), Economos (Steve Agee) e Harcourt unem forças para criar uma nova agência independente: Checkmate.
A iniciativa nasce como resposta direta à corrupção da ARGUS e ao plano de Rick Flag Sr. (Frank Grillo), que se aproxima de Lex Luthor (Nicholas Hoult) para transformar uma dimensão alternativa em uma prisão de meta-humanos. Essa nova organização ecoa o conceito dos quadrinhos, nos quais o Checkmate foi fundado por Amanda Waller como um grupo de espionagem global.
No universo construído por Gunn, o Checkmate representa tanto uma ruptura com o passado quanto uma promessa de um novo tipo de vigilância, que pode ter papel importante em Superman: O Homem do Amanhã e outras produções interligadas.
A virada trágica: Peacemaker em Salvação
Apesar de aparentar um encerramento otimista, “Full Nelson” guarda uma reviravolta amarga. Nos momentos finais, Chris é sequestrado por agentes da ARGUS sob ordens de Flag Sr. e levado à força para a dimensão conhecida como Salvação. Nos quadrinhos, trata-se de um planeta utilizado por Waller e pelo próprio Checkmate para aprisionar vilões e superpoderosos considerados perigosos demais para permanecerem na Terra.
Flag Sr., em busca de vingança pela morte do filho Rick Flag Jr., cumpre sua retaliação ao empurrar Chris para dentro do portal, dizendo: “Isto é pelo Ricky, seu merda”. Assim, o herói termina isolado, com apenas sua roupa e a lembrança de Harcourt, preso em um território desconhecido e potencialmente mortal.
A cena ecoa o tom melancólico de toda a temporada, transformando o final em uma metáfora sobre punição e solidão. Chris, que passou o ano tentando provar que pode ser uma boa pessoa, termina novamente condenado por suas próprias escolhas.
Conexões de Pacificador 2×08 com o futuro do Universo DC
O encerramento da segunda temporada não se limita ao destino do protagonista. James Gunn utiliza o episódio como elo narrativo entre Peacemaker e os futuros projetos da DC Studios. A presença de Lex Luthor e as menções ao Superman indicam que os eventos da série terão repercussões diretas em O Homem do Amanhã, novo filme do estúdio.
Além disso, personagens como Harcourt, Adebayo e Economos devem reaparecer em produções como Creature Commandos, Lanterns e Supergirl. Em entrevistas recentes, Gunn afirmou que “alguns desses personagens continuarão, mas isso não significa necessariamente Peacemaker 3”, sugerindo que o destino de Chris e sua equipe será desenvolvido em múltiplas frentes do universo compartilhado.
Os temas centrais do episódio 8 da temporada 2 (final)
“Full Nelson” reforça as principais ideias que moldam Peacemaker: culpa, redenção e a busca por pertencimento. O herói tenta reparar os danos causados por suas ações, enquanto seus companheiros lidam com o peso das próprias escolhas. O episódio se concentra mais nas relações pessoais do que na ação, algo que pode frustrar quem esperava um clímax explosivo, mas que mantém a coerência com a jornada emocional da temporada.
A ausência de grandes sequências de batalha é compensada pelo fechamento das dinâmicas entre Chris e Harcourt, e pelo nascimento do Checkmate, que funciona como uma espécie de recomeço coletivo. Ainda assim, há a sensação de que subtramas — como o conflito de Adebayo com a esposa e o arco interrompido de Flag Sr. — poderiam ter recebido mais atenção antes do desfecho.
O final explicado de Pacificador – Temporada 2
O fim da segunda temporada de Peacemaker coloca o personagem em sua situação mais extrema: isolado em uma dimensão prisão e sem aliados imediatos. A partir da lógica do universo de James Gunn, essa prisão serve tanto como castigo quanto como oportunidade para recomeço.
Chris Smith foi aprisionado por representar exatamente o tipo de homem que prometeu deixar de ser. Ao mesmo tempo, a própria existência de Salvação abre espaço para novas ameaças e para o retorno de figuras conhecidas da DC, como Amanda Waller e Maxwell Lord.
Tudo indica que o destino do Pacificador será retomado em produções futuras, especialmente nas que envolvem o Checkmate e o novo Superman. Até lá, Full Nelson cumpre o papel de encerrar o arco de redenção de Chris com ambiguidade e de reafirmar o tom provocativo de James Gunn, que transforma o absurdo em reflexão sobre culpa e humanidade.
A segunda temporada de Peacemaker está disponível na HBO Max.