Em “Gancho de Direita”, Os Defensores já começa a dar fôlego e ímpeto para o que vem a seguir na Netflix
Por Luke Muniz
Começando com mais fôlego do que o primeiro episódio, o segundo episódio de Os Defensores já entramos em uma sequência com Matt fazendo suas piruetas e parkours por telhados em Hell’s Kitchen. Atente-se que eu disse “Matt” e não “Demolidor“. Em dúvida sobre voltar ou não e sentindo falta de sua vida noturna, Murdock sente-se compelido a agir em meio ao caos que aconteceu em Nova York. Dado isso, Foggy o encontra e o dá alguns trabalhos a fazer para que mantenha a mente ocupada, e aí que a trama e as subtramas começam a se convergir.
Com o andamento menos arrastado, dinâmico, mais rítmico e agora se preocupando totalmente com sua história e com o andamento dela, já conseguimos deduzir para onde tudo está indo. A montagem de cenas continua com um certo padrão: Luke Cage, passa pra Matt, passa pra Jessica e que passa para Punho de Ferro, este último, mais uma vez tendo menos tempo de tela. As peças começam a se encaixar e forma parte do panorama do que a série vai ser. O bom de já poder prever certos acontecimentos, é que podemos nos surpreender com o desenrolar dos fatos, o roteiro caminha pro óbvio, mas isso aqui em Defensores, até então, não é um problema, tudo está sendo trabalhado muito bem e há esmero e cuidado com o material.
Alexandra e Madame Gao são aliadas mas não fica claro ainda que tipo de relação elas tem no passado, e até onde elas são parceiras. Há um certo medo/respeito por parte de Gao em relação a Alexandra, tendo em vista que a Madame sempre foi mais temida/respeitada por aqueles que a rodeavam. Nota-se isso em um diálogo entre as duas, discutindo sobre um imprevisto em seus planos, e a senhora desvia o olhar de uma forma como se estivesse constrangida e sua fala também muda. Enquanto Alexandra, possui uma postura mais fina, como se tudo estivesse em seu controle, sem titubear e sempre com o pensamento a frente. Mas até então, não passa de uma vilã bidimensional e que gosta de música clássica.
Os primeiros encontros entre os protagonistas de Os Defensores já acontecem, Danny Randy e Luke Cage entram em uma luta e já começam a conhecer os poderes um do outro. É interessante observar a balança, por um lado, um homem de pele altamente resistente e do outro, um homem com um punho mágico que consegue ferir essa pele. E sim, as coreografias de luta melhoram, embora estejam ainda abaixo do nível estabelecido nas duas temporadas de Demolidor. Matt e Jessica se encontram, provável que um dos trabalhos que Foggy deu a seu amigo, levassem ele até Jones. O melhor de tudo é que os eventos estão acontecendo de forma orgânica e funcional.
Alguns diálogos bobos acontecem no núcleo de Danny e Wing, aqui aparentemente não está havendo uma dedicação tão grande, mas nada que prejudique tanto o andar das coisas. Mas uma atenção a mais não faria mal.
A direção do segundo capítulo ainda fica a cargo de SJ Clarkson e ela desempenha um papel melhor do que em seu episódio antecessor. Diga-se de passagem, ela enfrentou um baita de desafio em unir os quatro personagens.
“Gancho de Direita” já começa a dar fôlego e ímpeto para o que vem a seguir na Netflix.