Crítica, fatos e curiosidades de O Último Rodeio (The Last Rodeo, 2025) Crítica, fatos e curiosidades de O Último Rodeio (The Last Rodeo, 2025)

O Último Rodeio (2025) | Crítica do Filme | Paris Filmes

O cinema de inspiração religiosa tem encontrado um público fiel nos últimos anos, especialmente entre produções que equilibram fé e drama humano. O Último Rodeio (The Last Rodeo, 2025), dirigido por Jon Avnet e distribuído no Brasil pela Paris Filmes, segue essa linha ao unir elementos de um drama esportivo com reflexões sobre fé, perdão e redenção. Estrelado por Neal McDonough, o filme aposta em um tom emocional e familiar para contar a história de um homem que tenta se reconectar com a própria fé e com sua família por meio de uma última jornada nos rodeios.

Um drama de fé e superação

A trama acompanha Joe Wainwright (Neal McDonough), um ex-campeão de rodeio que se afastou das arenas após perder a esposa (Ruvé McDonough) e sofrer uma grave lesão. Vivendo como fazendeiro no Texas, ele mantém um vínculo forte com o neto Cody (Graham Harvey), mas a relação com a filha Sally (Sarah Jones) segue abalada. Quando o menino é diagnosticado com um tumor cerebral e a família não tem recursos para custear a cirurgia, Joe decide voltar a competir — enfrentando o tempo, as limitações do corpo e os fantasmas do passado em busca de uma última chance de redenção.

O roteiro escrito por Avnet, Derek Presley e o próprio McDonough segue a estrutura clássica dos dramas de fé: um protagonista desgastado pela vida que reencontra propósito através da família e da crença. Embora previsível, a narrativa é conduzida com sinceridade e se apoia em valores universais, como amor, coragem e perdão.

Direção competente, mas contida

Jon Avnet, conhecido por Tomates Verdes Fritos e 88 Minutos, demonstra domínio sobre o gênero e entrega um filme que aposta mais na emoção do que no espetáculo. Com orçamento modesto, o diretor constrói um ambiente realista e intimista, filmado em locações no interior de Oklahoma. O resultado é um retrato autêntico da vida rural e da atmosfera dos rodeios.

As sequências de montaria, por sua vez, são bem executadas e transmitem a tensão do esporte. Avnet equilibra o perigo físico com o conflito interno do protagonista, reforçando a ideia de que a luta de Joe vai além da arena. Ainda assim, a direção adota um ritmo irregular e pouco ousado, o que impede o filme de alcançar um impacto emocional mais profundo.

O elenco e os temas de O Último Rodeio

Neal McDonough conduz o filme com segurança e carrega o papel principal com carisma e intensidade. Conhecido por trabalhos em Band of Brothers e Minority Report, o ator tem aqui uma rara oportunidade de protagonizar uma história que reflete suas próprias convicções pessoais — incluindo o fato de contracenar com sua esposa na vida real, Ruvé McDonough.

O elenco de apoio é sólido. Mykelti Williamson interpreta Charlie, o treinador e amigo leal de Joe, trazendo equilíbrio emocional à narrativa. Sarah Jones e o jovem Graham Harvey completam o núcleo familiar, reforçando o conflito geracional que impulsiona o drama. Participações de profissionais reais do rodeio, como o peão Daylon Swearingen, dão autenticidade às cenas esportivas.

Crítica, fatos e curiosidades de O Último Rodeio (The Last Rodeo, 2025)

Um filme de coração, mas sem grandeza cinematográfica

Apesar das boas intenções, O Último Rodeio carece de força cinematográfica. A história é conduzida com emoção, mas sem o refinamento visual e narrativo que a elevaria a outro nível. A trilha sonora de Jeff Russo e a fotografia de Denis Lenoir ajudam a construir uma atmosfera melancólica e inspiradora, mas o conjunto final se aproxima mais do formato de um telefilme do que de um longa para os cinemas.

Ainda assim, o filme encontra seu público ao tratar de forma direta temas como fé, reconciliação e segundas chances. Seu mérito está na sinceridade, e não na inovação.

Crítica: vale à pena assistir O Último Rodeio nos cinemas?

O Último Rodeio é um drama simples, movido por valores familiares e espirituais, que combina emoção e humildade narrativa. Mesmo sem grandes surpresas ou ousadias formais, a produção de Jon Avnet cumpre o que promete: oferecer uma história de redenção com o coração no lugar certo.

Com boa atuação de Neal McDonough e uma mensagem de esperança que deve agradar aos fãs de filmes baseados na fé, O Último Rodeio se posiciona como um título modesto, mas sincero — mais adequado à TV ou ao streaming do que à tela grande, mas fiel à tradição do cinema inspirador.