Nova versão do Gigante Esmeralda pode carecer de carisma, mas não deixa de ser uma boa história do Hulk.

Possíveis spoilers à seguir.

Em qualquer momento da história, dizer que a Marvel Comics iria trocar o lado humano do Hulk de Bruce Banner para Amadeus Cho seria uma bizarrice total. E ainda é. Mas vale a pena dar uma chance para o agora Totalmente Incrível Hulk, que no arco A Hora do Cho mostra o coreano (que há muito tempo participa de algumas histórias do verdão) na condição do seu ídolo.

A trama acompanha Amadeus Cho, o novo e totalmente incrível Hulk em missões nas quais ele busca, junto de sua irmã Maddy, capturar criaturas que são potencialmente perigosas para a sociedade. O problema é que Amadeus ainda é um tanto imaturo, o que é algo perigoso para alguém que se propõe a ser o novo Gigante Esmeralda.

O elenco reunido para a história é muito bem elaborado, passando pela Madame Devassa, uma rainha alienígena de Seknarf Nove e autointitulada maior colecionadora de monstros da galáxia, relacionando assim com a missão atual dos irmãos Cho. Também há a presença ilustre de Fin Fang Foom.

Ao longo da trama também entendemos o que aconteceu com Bruce Banner meses atrás, e como Amadeus Cho lida com a responsabilidade de ser um herói. Além disso, o garoto também precisa se cuidar para que sua personalidade não ceda totalmente à radiação gama, fazendo com que ele perca o controle. Algo difícil de se exigir de um jovem de 19 anos com a testosterona no auge.

O roteiro de Greg Pak (com desenhos de Frank Cho) respeita e usa diversos acontecimentos na linha do tempo da Marvel Comics ao longo desse novo arco do também novo Hulk. Isso fica perceptível quando a Mulher-Hulk decide chamar os Vingadores para ajudar numa situação de batalha, onde é impedida pela irmã de Amadeus, que tem toda noção e desconfiança a respeito de como Os Maiores Heróis da Terra já lidaram com Bruce Banner em outras oportunidades, inclusive mandando ele para outro planeta (na verdade isso partiu dos Illuminati, mas tudo bem).

Entender a essência e contexto do personagem é primordial quando se escreve uma HQ, e isso traz para O Totalmente Incrível Hulk muito valor. Apesar da clara intenção da Marvel em revitalizar diversos personagens do seu catálogo fazendo com que muitos fãs mais velhos sejam céticos em relação a isso, quando as coisas são feitas com uma equipe competente como nesse caso é possível sim se divertir numa história onde o Bruce Banner não é o Hulk, por mais mais estranho que isso possa parecer inicialmente.

O Totalmente Incrível Hulk é publicado no Brasil pela Panini, na revista Avante, Vingadores!