O Telefone Preto O Telefone Preto

O Telefone Preto: quando a adaptação é melhor que o original

Eis aqui um raro caso de quando uma adaptação é melhor do que a história original, no caso, o conto de Joe Hill, que é bacana, nada além, ainda mais se comparado a outros da coletânea Fantasmas do Século XX. O sempre competente Scott Derrickson (A Entidade; Doutor Estranho) compreende os mecanismos do horror, de forma a entregar, com O Telefone Preto, um enredo que não fala só de sequestro de menores e fantasmas que se comunicam por um telefone quebrado, mas também sobre amadurecimento. Os estágios da infância para a adolescência, de como aprender a se virar sozinho em um mundo cruel e realista, e de como conquistar o respeito daqueles que o oprimem.

Muito do trunfo desse filme, que é simples na premissa e no valor de produção, reside em seu elenco, a começar pelos jovens – do protagonista interpretado muito bem por Mason Thames, e da superprodígio Madeleine McGraw (fiquem de olho nessa menina), e até do nosso querido Ethan Hawke, que consegue deixar complexa uma figura que não pede tanto, o Sequestrador, e mesmo por trás das várias máscaras emula vozes e comportamentos diversos. O diretor também explora a figura dos espíritos, além de construir de maneira tensa e sufocante o clausuro do protagonista, em uma narrativa que deixa de ser óbvia justamente por mesclar o sobrenatural com uma situação de crime muito real, em uma sessão que vale a experiência e acaba sendo bem-vinda para os apaixonados por terror.

Me siga no Instagram: @bydouglasmct