O Rosto Que Não Consigo Esquecer (The Face I Can’t Forget, 2024), filme do Lifetime Movies ganha crítica O Rosto Que Não Consigo Esquecer (The Face I Can’t Forget, 2024), filme do Lifetime Movies ganha crítica

O Rosto Que Não Consigo Esquecer (2024) | Crítica | Lifetime

O filme O Rosto Que Não Consigo Esquecer (The Face I Can’t Forget, 2024), dirigido por Alicia K. Harris para o Lifetime Movies, acompanha Mia Keller, uma escritora que sofre um acidente de carro e perde completamente a memória. Durante a recuperação, sob os cuidados do marido Jesse e da filha Madison, Mia começa a ter visões e lembranças fragmentadas de uma segunda filha. A partir disso, ela entra em um conflito com a própria realidade, já que sua família insiste que essa criança nunca existiu. Confira a nossa crítica do filme.

A premissa central do longa gira em torno da dúvida entre delírio e verdade. Mia se vê cada vez mais desconectada do que todos ao seu redor dizem ser real. A busca por respostas leva a protagonista a explorar pistas que surgem em seus próprios flashbacks, desafiando o que lhe é apresentado como fato por aqueles em quem mais confiava.

A construção narrativa do filme

O roteiro de Matt Sweeney conduz a história com foco na dúvida da protagonista, mantendo o mistério sobre a existência ou não da segunda filha até os momentos finais. A estrutura narrativa prioriza o ponto de vista de Mia, o que coloca o espectador em sintonia com sua incerteza e fragilidade diante das informações conflitantes que recebe.

A direção de Alicia K. Harris organiza a história por meio de sequências de tensão contida, priorizando os elementos psicológicos ao invés de construções visuais impactantes. Os ambientes e os diálogos refletem o estado interno da personagem, apoiando-se em uma abordagem mais introspectiva do que sensacionalista.

Interpretações e personagens

Rayisa Kondracki interpreta Mia com foco na instabilidade emocional provocada pela amnésia e pela percepção distorcida da realidade. James Gilbert, no papel de Jesse, atua como contraponto racional, tentando convencer a esposa de que suas lembranças são resultado de trauma. Victoria Baldesarra complementa a dinâmica familiar com a filha que também parece esconder algo.

O núcleo secundário contribui para a atmosfera de dúvida, sem fornecer respostas diretas. Essa ambiguidade favorece o andamento da trama, que evita antecipar revelações e mantém a tensão até o desfecho.

Aspectos técnicos de O Rosto Que Não Consigo Esquecer

As filmagens ocorreram em Toronto, no Canadá, utilizando locações que alternam entre o ambiente doméstico e hospitais. A escolha dos espaços físicos contribui para a sensação de confinamento e confusão que a personagem principal experimenta.

A montagem trabalha com cortes secos entre as lembranças e o presente, reforçando o caráter fragmentado da narrativa. Já a trilha sonora aparece de forma pontual, sem assumir protagonismo nas cenas, apoiando o suspense de maneira funcional. A fotografia utiliza uma paleta fria, o que se alinha à neutralidade emocional da protagonista no início do filme.

O suspense psicológico e a dúvida como motor da trama de The Face I Can’t Forget

O Rosto Que Não Consigo Esquecer utiliza o suspense psicológico como principal ferramenta narrativa. O filme trabalha o conceito de memória instável e de realidades paralelas construídas por traumas. A ausência de certezas leva o espectador a interpretar as situações com base em pistas subjetivas, sem garantias de veracidade.

A ausência de uma explicação rápida ou definitiva amplia a tensão e reforça o foco da narrativa em provocar reflexão sobre o que pode ser considerado real. O enredo se desenvolve em ritmo constante, com reviravoltas sutis, que mantêm o envolvimento até o desfecho.

O Rosto Que Não Consigo Esquecer é bom? Vale à pena assistir?

O Rosto Que Não Consigo Esquecer propõe uma trama baseada em memória, trauma e manipulação da realidade. O longa evita soluções fáceis e mantém a ambiguidade como elemento central. A condução narrativa favorece o envolvimento gradual e exige atenção aos detalhes. Para quem busca thrillers psicológicos com foco em personagens e memória, o filme oferece uma proposta consistente dentro do formato tradicional do canal Lifetime.