O cinema tailandês vem conquistando espaço no catálogo internacional da Netflix, e O Mesmo Dia com Você (Same Day with Someone, 2025) é mais um exemplo dessa expansão. Dirigido por Rangsima Aukkarawiwat e Yanyong Kuruangkura, o longa mistura romance, comédia e fantasia dentro de uma narrativa já conhecida do público: o loop temporal. Embora apresente falhas de ritmo e de desenvolvimento, o filme tailandês consegue oferecer uma experiência leve, com atuações sólidas e um tema central que valoriza as relações humanas. Leia a nossa crítica:
A trama de O Mesmo Dia com Você
A protagonista é Maysa (Jarinporn Joonkiat), uma jovem privilegiada que parece viver em um conto de fadas moderno. Tudo começa a ruir quando, em um mesmo dia, ela perde um artefato valioso no trabalho, vê seu relacionamento chegar ao fim e ainda se envolve em um grande vexame público. Em um ato de desespero, Maysa faz um pedido que acaba sendo atendido por forças sobrenaturais, e o resultado é um castigo peculiar: reviver indefinidamente o pior dia de sua vida.

A premissa remete a filmes clássicos do gênero, mas o roteiro traz uma variação interessante ao incluir mais de um personagem preso no mesmo ciclo. Essa escolha amplia as possibilidades narrativas e cria novas dinâmicas de conflito e parceria, especialmente na relação entre Maysa e Ben (Warintorn Panhakarn), que funciona como contraponto à impulsividade da protagonista.
Pontos positivos do filme tailandês da Netflix
Entre os destaques de O Mesmo Dia com Você estão as atuações. Jarinporn Joonkiat equilibra bem a superficialidade inicial de Maysa com sua evolução ao longo da trama, tornando crível sua jornada de autoconhecimento. Warintorn Panhakarn complementa essa transformação com uma presença serena e convincente. Outro ponto que chama atenção é a participação de Charlette Wasita Hermenau como Ning, que adiciona camadas emocionais à narrativa.
O aspecto visual também merece menção. A direção de fotografia explora cenários vibrantes e coloridos, reforçando o tom de comédia romântica. Os figurinos de Maysa se destacam ao mesclar moda contemporânea com referências culturais tailandesas, o que dá ao filme uma identidade marcante.
Problemas de ritmo e humor
Apesar dos acertos, o longa sofre com problemas de ritmo. O loop temporal, que deveria manter a tensão e a curiosidade, acaba se estendendo além do necessário, criando a sensação de repetição excessiva. Essa escolha torna algumas passagens arrastadas, prejudicando o impacto das mensagens que o roteiro deseja transmitir.
O humor também oscila. Enquanto algumas situações físicas funcionam bem, outras soam forçadas, especialmente nas reações exageradas dos personagens. Além disso, parte das piadas se perde na tradução, já que o timing cômico do tailandês nem sempre encontra equivalência nas legendas em português.
Por trás da estrutura repetitiva, O Mesmo Dia com Você aborda temas universais: aprender com os erros, valorizar amizades e compreender que a vida não se resume a conquistas materiais. O contraste entre Maysa e sua amiga Ning reforça a necessidade de olhar para além das próprias frustrações e enxergar as dores alheias.
Crítica: O Mesmo Dia com Você é uma boa dica pra assistir na Netflix?
O Mesmo Dia com Você não revoluciona o gênero do loop temporal, mas encontra espaço ao equilibrar romance e comédia com um subtexto de autodescoberta. Ainda que o ritmo arrastado e o humor irregular prejudiquem a experiência, as boas atuações e o visual atraente tornam o filme uma opção válida de entretenimento no catálogo da Netflix (Assista aqui). Para quem busca uma sessão leve e curiosa, é uma aposta que vale conferir.