O Homem do Saco (2024) - crítica do filme de terror disponível no Prime Video O Homem do Saco (2024) - crítica do filme de terror disponível no Prime Video

O Homem do Saco (2024) | Crítica do Filme de Terror | Prime Video

Dirigido por Colm McCarthy e escrito por John Hulme, O Homem do Saco (Bagman) busca resgatar o terror psicológico enraizado em mitos de infância e traumas familiares. Estrelado por Sam Claflin, o filme acompanha Patrick McKee, um pai que retorna com a esposa Karina (Antonia Thomas) e o filho pequeno Jake (Carnell Vincent Rhodes) à casa onde cresceu. A mudança, motivada por dificuldades financeiras, reacende lembranças de um passado marcado pelo medo — e desperta a ameaça do lendário “Homem do Saco”, uma entidade que raptaria crianças “boas” e deixaria os adultos impotentes diante do horror. Confira a crítica do filme:

O Homem do Saco

Um terror de origem folclórica e psicológica

O roteiro parte de uma ideia promissora: explorar como os contos de terror infantis podem se transformar em traumas duradouros. Patrick é assombrado por lembranças de uma criatura que ele acreditava ser apenas um mito, até perceber que a ameaça pode ser real. A narrativa mistura elementos de suspense sobrenatural com o drama familiar, abordando também o peso da paternidade e o medo de repetir erros do passado.

Claflin entrega uma atuação sólida, equilibrando fragilidade e desespero, enquanto Thomas e Rhodes contribuem para manter a história ancorada em vínculos emocionais. A ambientação reforça a atmosfera de isolamento e culpa, com destaque para a fotografia sombria e o desenho de som, que evocam o medo noturno e os ruídos que habitam a infância.

O problema da execução

Apesar das boas intenções, O Homem do Saco tropeça na execução. McCarthy, conhecido por trabalhos em Doctor Who e Peaky Blinders, adota um ritmo que carece de tensão e consistência. A história se apoia em clichês clássicos do gênero — sons na noite, brinquedos amaldiçoados, aparições repentinas —, mas sem o frescor ou o domínio visual que poderiam torná-los eficazes.

O filme flerta com o estilo de contos de Stephen King, mas sem a densidade emocional ou a coerência narrativa típica do autor. A promessa de um confronto catártico entre o pai e a entidade acaba se diluindo em um desfecho confuso e apressado, deixando várias questões em aberto e enfraquecendo o impacto emocional acumulado.

O Homem do Saco (2024) - crítica do filme de terror disponível no Prime Video

Crítica de O Homem do Saco: vale à pena assistir ao filme no Prime Video?

Um potencial desperdiçado

O Homem do Saco tenta equilibrar o sobrenatural com um subtexto sobre medo e responsabilidade, mas a ambição da trama se perde em meio a uma estrutura irregular. Ainda assim, há lampejos de interesse — sobretudo na forma como o filme relaciona o folclore do monstro com os medos da paternidade e a repetição de traumas familiares.

No fim, McCarthy entrega uma experiência visualmente competente, mas que carece de identidade. O Homem do Saco poderia ter sido um estudo inquietante sobre o ciclo do medo, mas acaba se tornando mais uma história de terror convencional, com boas ideias soterradas por uma narrativa sem foco.