Dirigido por Colm McCarthy e escrito por John Hulme, O Homem do Saco (Bagman) busca resgatar o terror psicológico enraizado em mitos de infância e traumas familiares. Estrelado por Sam Claflin, o filme acompanha Patrick McKee, um pai que retorna com a esposa Karina (Antonia Thomas) e o filho pequeno Jake (Carnell Vincent Rhodes) à casa onde cresceu. A mudança, motivada por dificuldades financeiras, reacende lembranças de um passado marcado pelo medo — e desperta a ameaça do lendário “Homem do Saco”, uma entidade que raptaria crianças “boas” e deixaria os adultos impotentes diante do horror. Confira a crítica do filme:
O Homem do Saco
Um terror de origem folclórica e psicológica
O roteiro parte de uma ideia promissora: explorar como os contos de terror infantis podem se transformar em traumas duradouros. Patrick é assombrado por lembranças de uma criatura que ele acreditava ser apenas um mito, até perceber que a ameaça pode ser real. A narrativa mistura elementos de suspense sobrenatural com o drama familiar, abordando também o peso da paternidade e o medo de repetir erros do passado.
Claflin entrega uma atuação sólida, equilibrando fragilidade e desespero, enquanto Thomas e Rhodes contribuem para manter a história ancorada em vínculos emocionais. A ambientação reforça a atmosfera de isolamento e culpa, com destaque para a fotografia sombria e o desenho de som, que evocam o medo noturno e os ruídos que habitam a infância.
O problema da execução
Apesar das boas intenções, O Homem do Saco tropeça na execução. McCarthy, conhecido por trabalhos em Doctor Who e Peaky Blinders, adota um ritmo que carece de tensão e consistência. A história se apoia em clichês clássicos do gênero — sons na noite, brinquedos amaldiçoados, aparições repentinas —, mas sem o frescor ou o domínio visual que poderiam torná-los eficazes.
O filme flerta com o estilo de contos de Stephen King, mas sem a densidade emocional ou a coerência narrativa típica do autor. A promessa de um confronto catártico entre o pai e a entidade acaba se diluindo em um desfecho confuso e apressado, deixando várias questões em aberto e enfraquecendo o impacto emocional acumulado.

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Um potencial desperdiçado
O Homem do Saco tenta equilibrar o sobrenatural com um subtexto sobre medo e responsabilidade, mas a ambição da trama se perde em meio a uma estrutura irregular. Ainda assim, há lampejos de interesse — sobretudo na forma como o filme relaciona o folclore do monstro com os medos da paternidade e a repetição de traumas familiares.
No fim, McCarthy entrega uma experiência visualmente competente, mas que carece de identidade. O Homem do Saco poderia ter sido um estudo inquietante sobre o ciclo do medo, mas acaba se tornando mais uma história de terror convencional, com boas ideias soterradas por uma narrativa sem foco.
 
			 
						