Série baseada no clássico dos cinemas é mais um golpe de muitos
O Exorcista 2, 3, O Início. Ao longo dos anos após o lançamento de um dos maiores clássicos cinematográficos de todos os tempo, O Exorcista (1973), a franquia sofreu diversos golpes com trabalhos péssimos, ruins e questionáveis. O motivo disso tudo era obviamente o dinheiro fácil apoiado numa grande marca.
A coisa chegou a tal ponto que qualquer coisa minimamente decente poderia ajudar a resgatar o nostálgico sentimento em torno do filme dirigido por William Friedkin. Já para o público mais novo ou que não conhece o clássico, poderia ser uma forma de bom entretenimento. O Exorcista, série que estreou dia 23 de setembro no Brasil (junto com os EUA) não funciona nem para um, nem para outro.
A trama acompanhará os padres Tomas (Alfonso Herrera) e Marcus (Ben Daniels) enquanto eles investigam o caso de uma família que sofre com uma horrível possessão demoníaca. Geena Davis vive Angela Rance, uma mãe que se vê no meio de um conflito entre fé e razão quando sua filha Charlotte (Brianne Howey) começa a apresentar estranhos comportamentos.
Não há novidade alguma aqui. Enquanto a família principal mostra seus problemas de relacionamento nos EUA, vemos o desempenho do padre Marcus num exorcismo na Cidade do México, e o envolvimento de Tomas com esse episódio.
Personagens incongruentes como a mãe da família principal, ao abordar o padre com total convicção de que possui um demônio em sua residencia, mas logo em seguida muda completamente o tom se tornando uma pessoa cética. O padre Tomas é outro: a cena do choro ao final dizendo que sentiu Deus dizendo para proteger aquela família é patética, visto que ele não criou laço íntimo algum ali, não há emoção. O padre Marcus é o único que oferece algo ali, apenas por Ben Daniels se encaixar no papel.
Ao final, soa como uma ofensa ouvir a Tubular Bells composta por Mike Oldfield. Se chamar O Exorcista apenas serviu para atrair a audiência para uma série sem sal, que não assusta e nada possui da essência do primeiro filme (o máximo que lembra é a paleta de cores em alguns momentos). Não conseguem entender que a obra de inspiração é algo além de qualquer gênero como terror e suspense.
Podem até conseguir melhorar a qualidade nos próximos episódios, e acredito que consigam. Mas aí O Exorcista entra na briga com muitas séries de qualidade por aí, ou seja, está em clara desvantagem.