O Assassino do Calendário (2024) - crítica do filme disponível no Prime Video O Assassino do Calendário (2024) - crítica do filme disponível no Prime Video

O Assassino do Calendário (2024) | Crítica do filme

Disponível no catálogo do Prime Video, o filme O Assassino do Calendário (Sebastian Fitzeks Der Heimweg, 2024) é uma adaptação do romance homônimo de Sebastian Fitzek. Dirigido por Adolfo J. Kolmerer, o longa combina elementos de suspense psicológico com discussões sobre violência doméstica, explorando personagens que carregam traumas pessoais e segredos sombrios. Leia a crítica:

Enredo de O Assassino do Calendário

A trama acompanha Klara (Luise Heyer), uma mulher que recebe uma ameaça direta: se não matar o marido até 6 de dezembro, será assassinada. A sentença vem de um criminoso conhecido como o assassino do calendário, responsável por uma série de homicídios com datas predefinidas.

Desesperada, Klara recorre à linha de apoio para mulheres que caminham sozinhas à noite. Do outro lado da linha está Jules (Sabin Tambrea), um atendente disposto a ajudá-la a encontrar uma saída. O que inicialmente parece um caso envolvendo um serial killer logo se revela mais complexo, misturando dramas pessoais, segredos familiares e violência dentro do lar.

Um suspense que trata de violência doméstica

Embora o título sugira um thriller focado na caçada a um assassino em série, o longa trabalha com um tema mais profundo: a violência doméstica. Klara sofre agressões físicas e psicológicas constantes de seu marido, Martin (Friedrich Mücke), e sua ligação para a central revela o desespero de quem busca não apenas escapar da morte, mas também de uma relação abusiva.

Esse aspecto do roteiro aproxima o filme de obras que utilizam o suspense para explorar dinâmicas familiares violentas, deslocando o foco do perigo externo para um risco que está dentro de casa. A adaptação do livro de Fitzek, portanto, dialoga com questões sociais ao mesmo tempo que constrói seu mistério.

O papel de Jules e suas motivações ocultas

O personagem de Jules é central para a narrativa. No início, ele parece um funcionário atencioso da linha de emergência, preocupado com a segurança das mulheres. No entanto, conforme a trama avança, seu comportamento levanta suspeitas: paranoia com invasores, referências enigmáticas sobre a filha e uma estranha relação com os dados de clientes do serviço.

A revelação de que Jules é o verdadeiro assassino do calendário ocorre apenas no clímax do filme. O passado do personagem explica suas ações: após perder a esposa e os filhos em um incêndio, Jules desenvolveu um ressentimento profundo contra mulheres que, segundo sua percepção, “não enfrentam seus problemas”. Essa visão distorcida o leva a selecionar vítimas com base em informações obtidas por meio da central de apoio.

O restaurante The Zen e os “Jogos de Violência”

Um dos pontos mais impactantes do filme envolve a cena no restaurante The Zen, onde Martin leva Klara para comemorar o aniversário de casamento. No local, existe uma área oculta onde ocorrem os chamados “Jogos de Violência” — eventos exclusivos em que mulheres são submetidas a humilhações e torturas sob a justificativa de compensações financeiras e doações sociais.

A passagem revela o ápice da degradação emocional de Klara e explica parte de sua decisão de confrontar Martin, conectando os abusos pessoais com um ambiente em que a violência se transforma em espetáculo.

A relação entre título e narrativa

O título original do filme, “Der Heimweg” (algo como O Caminho para Casa), reflete com mais precisão o foco da trama: a jornada emocional e física de Klara para tentar escapar de um ciclo de violência. Já a escolha do título O Assassino do Calendário para a distribuição internacional e no Brasil remete a um suspense sobre um serial killer, criando uma expectativa diferente da experiência que o filme oferece.

Essa diferença explica parte da surpresa do espectador, que encontra uma narrativa menos voltada para o confronto direto com um criminoso e mais interessada nas consequências de relacionamentos abusivos.

Crítica: o desfecho de O Assassino do Calendário

No final, Jules tenta executar Klara, mas é surpreendido por seu próprio pai (Rainer Bock), que já suspeitava do comportamento do filho. Ele o confronta e atira para impedir que mais um crime aconteça.

Enquanto isso, Klara encontra uma forma de se libertar da opressão de Martin sem precisar matá-lo. Com uma gravação que expõe as agressões e abusos do marido, ela o denuncia, garantindo sua prisão. O fechamento da narrativa coloca Klara diante de uma nova possibilidade de reconstruir sua vida, ao mesmo tempo que encerra a trajetória de Jules como assassino.

Onde assistir O Assassino do Calendário

O filme O Assassino do Calendário está disponível no catálogo do Prime Video, acessível para assinantes da plataforma. Por adaptar um dos thrillers mais conhecidos de Sebastian Fitzek, a produção combina mistério e drama psicológico, explorando tanto os segredos de um assassino quanto as marcas deixadas pela violência doméstica.