A trilogia Culpable, baseada nos livros da autora espanhola Mercedes Ron, chega ao fim com Nossa Culpa (Culpa Nuestra), lançado hoje, 15 de outubro, no Prime Video. O longa encerra a história de amor conturbada entre Nick (Gabriel Guevara) e Noah (Nicole Wallace), que atravessou altos e baixos ao longo de três filmes. Desta vez, o casal está separado, e o roteiro concentra-se na tentativa dos dois de seguir em frente, mesmo quando o passado insiste em ressurgir. Confira a nossa crítica do filme mais uma vez dirigido por Domingo González.
A trama de Nossa Culpa: o reencontro de Nick e Noah
Após o término, Nick vive um novo relacionamento com Sofia (Gabriela Andrada), enquanto Noah tenta reconstruir a vida com um novo emprego. O reencontro acontece durante o casamento de seus melhores amigos, Lion (Victor Varona) e Jenna (Eva Ruiz), que veem na celebração uma chance de reaproximar o casal. No entanto, a tensão entre eles é evidente desde o primeiro momento. Quando Noah descobre que Nick comprou a empresa onde passou a trabalhar, o conflito se intensifica, reacendendo sentimentos que ambos tentavam deixar para trás.
Em paralelo, Briar (Álex Béjar) retorna, adicionando camadas de mistério e ampliando o drama. A presença dela funciona como lembrete das feridas emocionais que os personagens ainda carregam, e a narrativa equilibra momentos de ciúme, reconciliação e amadurecimento pessoal.
Crescimento e amadurecimento dos personagens
Ao longo da trilogia, Nick e Noah evoluíram de figuras impulsivas para personagens mais conscientes. Em Nossa Culpa, essa transformação é evidente. Nick, antes dominado pela raiva e pela posse, demonstra autocrítica e tenta lidar com os erros do passado. Gabriel Guevara entrega uma performance que traduz bem esse conflito interno, revelando fragilidade sob a aparência de controle.
Nicole Wallace, por sua vez, exibe uma Noah mais madura e segura, mas ainda marcada pela tensão de reencontrar o antigo amor. Sua relação próxima com Maggie, irmã de Nick, simboliza o crescimento da personagem e a compreensão do que significa, de fato, pertencer a uma família. A interação entre Noah e Sofia é outro ponto de destaque: as duas reconhecem os próprios ciúmes e inseguranças sem recorrer a rivalidades simplistas, o que traz nuances raras para o gênero.
Crítica de Nossa Culpa: vale à pena assistir no Prime Video?
Um desfecho coerente
Visualmente, Nossa Culpa mantém o estilo que caracterizou os filmes anteriores: cenários ensolarados na Espanha e na Inglaterra, trilha sonora pop e figurinos cuidadosamente pensados para reforçar o glamour juvenil. Ainda assim, o filme opta por um tom mais melancólico, refletindo o fim de um ciclo.
O roteiro, embora mais contido em cenas de ação, privilegia os diálogos e os confrontos emocionais. Há humor em momentos pontuais — como as conversas constrangedoras entre Nick e Noah ou a piada recorrente sobre uma cachoeira —, mas a narrativa se mantém centrada no fechamento das histórias individuais.
Mesmo com algumas passagens apressadas e saltos temporais confusos, o longa entrega um desfecho coerente com a trajetória da trilogia. Nossa Culpa encerra a saga de Mercedes Ron sem grandes surpresas, mas com um senso de conclusão emocional. É um filme que fala sobre perdão, amadurecimento e a dificuldade de deixar o passado para trás — temas que garantem à franquia um espaço sólido entre os romances juvenis recentes disponíveis no streaming.