Ninguém Quer - crítica da 2ª temporada da série da Netflix Ninguém Quer - crítica da 2ª temporada da série da Netflix

Ninguém Quer 2ª Temporada | Crítica da Série | Netflix

A segunda temporada de Ninguém Quer (Nobody Wants This), estrelada por Kristen Bell e Adam Brody, já está disponível na Netflix e confirma o sucesso da primeira fase. Mantendo o equilíbrio entre humor e reflexões sobre relacionamentos modernos, a nova leva de episódios amplia o olhar para personagens secundários e aprofunda o tema central da série: como equilibrar amor, fé e individualidade. Leia a nossa crítica da temporada 2:

A química de Kristen Bell e Adam Brody continua sendo o coração da série Ninguém Quer da Netflix

Assim como na primeira temporada, a relação entre Joanne (Kristen Bell) e Noah (Adam Brody) permanece o núcleo emocional de Ninguém Quer. A química entre os dois atores continua evidente, sustentando o tom de comédia romântica que fez o público se apegar à série em 2024. Noah, agora explorando um caminho mais progressista dentro da fé judaica, e Joanne, ainda em busca de propósito, enfrentam novos desafios que testam a compatibilidade do casal.

O contraste entre a religiosidade de Noah e a postura mais cética de Joanne segue como motor narrativo, mas a série se expande para além da questão inter-religiosa. A 2ª temporada aborda dilemas mais universais sobre convivência, rotina e as escolhas que moldam um relacionamento duradouro.

Aposta no elenco coadjuvante fortalece a 2ª temporada

Uma das mudanças mais perceptíveis está no destaque maior dado aos personagens secundários. Morgan (Justine Lupe), Sasha (Timothy Simons) e Esther (Jackie Tohn) deixam de ser meros coadjuvantes e passam a sustentar histórias próprias, refletindo diferentes facetas dos relacionamentos contemporâneos.

Essa ampliação do ponto de vista é mérito dos novos showrunners Bruce Eric Kaplan e Jenni Konner — veteranos de Girls —, que imprimem mais ritmo e autenticidade às narrativas paralelas. O trio brilha em momentos que equilibram humor e vulnerabilidade, criando situações que qualquer espectador pode reconhecer. A amizade, as inseguranças e os desencontros entre eles tornam a série mais humana e envolvente.

Religião, amor e autoconhecimento continuam no centro de Ninguém Quer

Mesmo com o foco mais distribuído, Ninguém Quer não abandona seus temas originais. A jornada espiritual de Noah ganha contornos diferentes quando o personagem questiona se é possível seguir a vocação religiosa sem o apoio de uma parceira da mesma fé. A presença de Seth Rogen em uma participação especial reforça essa linha cômica, mas também levanta reflexões sobre o peso das expectativas comunitárias.

Já Joanne passa por um processo de descoberta pessoal. Sua curiosidade sobre o judaísmo não leva a uma conversão, mas a um respeito maior pela fé do parceiro e pela busca por significado em sua própria vida. Essa abordagem mantém a autenticidade da série, que não oferece respostas fáceis nem finais idealizados.

Humor e realismo garantem o tom da comédia romântica

O equilíbrio entre humor e realismo segue sendo o grande trunfo da série. Situações cotidianas, como discussões entre irmãs ou os impasses da vida a dois, são retratadas com naturalidade e sem excessos melodramáticos. A série continua divertida, com momentos de humor constrangedor bem dosado, e ao mesmo tempo reflete sobre temas sérios — como insegurança emocional, fé e pertencimento — sem perder leveza.

O roteiro acerta ao mostrar que todos os personagens são falhos, o que torna cada situação mais verossímil. Ao longo dos dez episódios, o público acompanha os altos e baixos de diferentes relacionamentos, em uma representação realista das contradições da vida adulta.

Ninguém Quer - crítica da 2ª temporada da série da Netflix

Crítica da 2ª Temporada de Ninguém Quer, da Netflix

Uma segunda temporada sólida e madura

Em seu segundo ano, Ninguém Quer confirma o talento do elenco e o acerto da Netflix em apostar na série. A produção evita o comum “fracasso da segunda temporada” ao preservar o que deu certo — a química de Bell e Brody, o humor afiado e o olhar sensível sobre as relações — e ainda acrescentar novas camadas ao conjunto.

Mais do que repetir a fórmula, a série amadurece. As histórias de Morgan, Sasha e Esther tornam o universo narrativo mais rico, e as mensagens sobre amor e fé continuam ressoando de forma genuína. Ninguém Quer se consolida como uma das comédias românticas mais consistentes da plataforma, encontrando o ponto ideal entre riso, emoção e reflexão.