Natal Sob a Aurora Boreal (Christmas Under the Northern Lights, 2024), dirigido por Ernie Barbarash e escrito por Amyn Kaderali, integra a leva de produções natalinas que chegam à Netflix na temporada de fim de ano. Estrelado por Jill Wagner e Jesse Hutch, o filme aposta em elementos familiares do gênero para construir uma história sobre reconexão, identidade e laços afetivos, usando a paisagem gelada do Alasca como pano de fundo narrativo.
Uma escrito com bloqueio criativa: a trama de Natal Sob a Aurora Boreal
A trama acompanha Erin, uma escritora que enfrenta um bloqueio criativo enquanto tenta definir o rumo de seu próximo livro. Em meio à pressão profissional, ela decide viajar com o pai, Doug (Bruce Boxleitner), até a pequena cidade de Aurora, onde ele planeja vender a casa da família. A viagem, motivada também pelo desejo de finalmente ver a aurora boreal, abre espaço para que Erin revisite suas origens e observe aspectos do passado que ela havia deixado de lado.
A dinâmica entre Erin e Doug funciona como eixo emocional do filme, especialmente quando ambos passam a revisitar memórias e refletir sobre decisões que moldaram suas vidas. A presença de Lori (Lauren Holly), corretora de imóveis e antiga amiga de Doug, cria uma subtrama paralela que destaca o reencontro entre dois personagens que seguiram caminhos distintos, mas que ainda compartilham afinidades.
Ao longo da estadia em Aurora, Erin conhece Trevor (Jesse Hutch), guia turístico que mantém fortes laços com a comunidade. A relação entre eles se desenvolve gradualmente, seguindo o ritmo tradicional das narrativas natalinas que combinam descoberta pessoal, tradição local e novos afetos. O roteiro explora esse encontro para destacar como a protagonista passa a reconsiderar sua relação com o próprio passado e com as histórias que deseja contar.

Locações reais e atmosfera
O filme foi rodado em locações reais, o que reforça a ambientação invernal e a atmosfera de isolamento que envolve a jornada de Erin. A produção valoriza cenários externos, neve e eventos locais, embora nem sempre alcance o mesmo nível de cuidado em termos de design interno, algo perceptível em algumas cenas que destoam da proposta estética mais naturalista.
No campo das atuações, Wagner e Hutch sustentam a narrativa com química consistente, apoiando a transformação emocional de seus personagens. Bruce Boxleitner e Lauren Holly completam o núcleo central, trazendo um contraponto interessante ao romance principal ao protagonizarem uma história de reencontro que atravessa gerações.
Críticade: vale à pena assistir Natal Sob a Aurora Boreal na Netflix?
Natal Sob a Aurora Boreal trabalha temas recorrentes nas produções de fim de ano: o retorno às origens, o valor das relações familiares e o impacto das escolhas pessoais. Embora o filme nem sempre consiga equilibrar ritmo e profundidade em todas as cenas, a obra encontra seus pontos fortes quando aposta na relação entre pai e filha e na construção de um ambiente que serve como metáfora para renovação.
A chegada da produção ao catálogo da Netflix amplia seu alcance e coloca o longa no centro da programação natalina de 2024, especialmente para espectadores que buscam histórias sobre reconciliação e caminhos inesperados. Mesmo sem reinventar o gênero, o filme entrega uma narrativa alinhada às expectativas da temporada e capaz de dialogar com quem acompanha tradições de Natal no audiovisual.