Na Natureza Selvagem (Into The Wild, 2007) - Filme dirigido por Sean Penn que conta a história real de Christopher McCandless - Crítica Na Natureza Selvagem (Into The Wild, 2007) - Filme dirigido por Sean Penn que conta a história real de Christopher McCandless - Crítica

Na Natureza Selvagem (2007) | Crítica do Filme | Netflix

A chegada de Na Natureza Selvagem (Into the Wild, 2007) à Netflix traz novamente aos holofotes uma das histórias mais marcantes do cinema recente. Dirigido por Sean Penn e baseado no livro de Jon Krakauer, o longa retrata a trajetória real de Christopher McCandless, jovem que, após se formar na Universidade de Emory, decide abandonar a vida convencional e partir em busca de liberdade absoluta na natureza selvagem do Alasca. Leia a nossa crítica do filme:

A jornada de Christopher McCandless – uma história real na Netflix

Interpretado por Emile Hirsch, McCandless – que adota o nome Alexander Supertramp – rompe com a vida planejada pelos pais (vividos por William Hurt e Marcia Gay Harden), doa suas economias à caridade e queima documentos para iniciar uma viagem sem rumo definido. O filme mostra sua peregrinação pelos Estados Unidos no início da década de 1990, marcada por encontros com pessoas que deixam marcas profundas em sua caminhada.

Entre eles, estão o casal hippie vivido por Catherine Keener e Brian Dierker, o fazendeiro interpretado por Vince Vaughn, uma jovem artista interpretada por Kristen Stewart e o solitário idoso vivido por Hal Holbrook, cuja relação com Chris oferece alguns dos momentos mais emocionantes do longa. A narrativa intercala essas experiências com o período em que o protagonista se isola no “ônibus mágico” encontrado no Alasca.

Estilo narrativo e construção dramática dos fatos sobre Chris

Sean Penn combina elementos de road movie com o clássico embate do homem contra a natureza. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, utiliza a narração da irmã de Chris, Carine (Jena Malone), como contraponto ao olhar idealista do protagonista. A escolha amplia a perspectiva e coloca em contraste a busca radical de McCandless com os impactos emocionais em sua família.

A fotografia de Eric Gautier valoriza tanto as vastidões naturais dos Estados Unidos quanto os cenários intimistas dos encontros humanos. Já a trilha sonora, composta por Michael Brook, Kaki King e Eddie Vedder, reforça a atmosfera contemplativa da obra, conectando a jornada interior de Chris às paisagens que percorre.

Reflexões propostas pelo filme Na Natureza Selvagem

Na Natureza Selvagem é mais do que o relato de uma aventura. O filme propõe uma reflexão sobre os limites da liberdade individual, a crítica à sociedade materialista e a busca por sentido em um mundo marcado por contradições. A trajetória de Chris é retratada sem romantização excessiva: ao mesmo tempo que inspira, também alerta para as consequências de escolhas extremas.

No fim, a história se transforma em uma meditação sobre a importância dos vínculos humanos. A famosa frase registrada por McCandless – “a felicidade só é real quando compartilhada” – sintetiza a lição que emerge da jornada.

A crítica final de Na Natureza Selvagem: vale à pena na Netflix?

Emile Hirsch conduz o filme com intensidade, dando credibilidade ao personagem em cada fase da viagem. O elenco de apoio entrega atuações consistentes, com destaque para Hal Holbrook, indicado ao Oscar por seu papel. A direção de Sean Penn, embora por vezes se aproxime de um tom grandioso, mantém o equilíbrio entre a força visual da natureza e a dimensão íntima da experiência de Chris.

Com mais de duas horas de duração, o longa nunca perde o fôlego, graças ao ritmo preciso e à diversidade de situações vividas pelo protagonista. Desde seu lançamento, Na Natureza Selvagem consolidou-se como um clássico contemporâneo, permanecendo relevante ao levantar discussões universais sobre juventude, escolhas e pertencimento. Assista na Netflix clicando aqui.