Com grande potencial narrativo e mercadológico, a Miss Marvel de Kamala Khan aparenta ser uma iminência no MCU. Mas será essa a hora certa para ela?
Notícias recentes apontam para um movimento interessante da Marvel Studios em relação ao futuro, que é a inclusão de Kamala Khan, a Miss Marvel, ao seu universo cinematográfico. Primeiro, foi o próprio presidente, Kevin Feige, quem afirmou estar pensando na heroína muçulmana entre suas apostas. Segundo, foi a notícia a respeito de uma seleção de atrizes para viver a protagonista. Promissor, não?
Mas a Marvel precisa esperar para introduzir essa personagem nos cinemas.
Isso porque a origem de Kamala está fortemente relacionada com a Capitã Marvel, Carol Danvers. Elas não são parentes, muito menos possuem a mesma origem de poderes, apesar de estamparem Marvel em seus nomes de combate ao crime. O que acontece aqui é uma admiração por parte da mais nova pela mais velha, uma figura forte, a mais poderosa do universo, reconhecida no planeta Terra e além.
A triste notícia para os mais imediatistas é que isso ainda vai demorar um pouco para acontecer. E a boa é que nem tanto. Em 2019, teremos forte presença de Carol no MCU, tanto no filme solo (em março) quanto no desenrolar da treta com Thanos em Vingadores 4 (em maio), ainda sem o temível título definido. Esse é o tempo de tornar a Capitã Marvel uma heroína forte, marcante, carismática e poderosa, atributos de qualquer figura admirável.
Feito isso, aí sim teríamos terreno a ser explorado para Kamala Khan no MCU de modo quase idêntico aos quadrinhos: fã da capitã, uma garota muçulmana e de família pasquitanesa vivendo nos EUA descobre ter poderes e passa a ajudar a população local a combater o crime sob a alcunha de Miss Marvel, enquanto precisa lidar com suas questões adolescentes e tradições culturais. Sua origem inumana deverá ser adaptada depois do fracasso da Casa das Ideias em introduzir os Inumanos (e todo o conceito que carregam) em seu universo expandido.
O herói adolescente é algo que vende muito nas HQs e temos como maior exemplo disso o Homem-Aranha, alter ego de Peter Parker e, mais atualmente, Miles Morales. Afinal, boa parte do público consumidor de quadrinhos está nessa faixa de idade, ou possui grande saudosismo pela temática já que começou a ler nesse período de puberdade. É algo nessa pegada o que acontece com Kamala, que se beneficia (e ao mesmo tempo fomenta) um mercado com maior inclusão de gênero, minorias etc.
Isso também nos leva a um ponto novo, que é a possibilidade de Miss Marvel ser um sucesso gigantesco, assim como Pantera Negra e seus US$ 1,3 bilhão arrecadados. Temos aqui diversos elementos para o sucesso: herói novo, cultura diferente e temática jovem, facilmente aplicável na fórmula que a Marvel tanto gosta, misturando com o devido cuidado ousadia e conservadorismo.
A maior dúvida até então fica no modo como os poderes de Kamala Khan serão expostos em tela. Ela é capaz de alterar o tamanho não apenas do corpo como um todo, mas também de partes específicas (como o punho) para usos diversos. Poderia causar estranhamento na telona se mal feito. Nesse sentido, o trabalho da Marvel com o Homem-Formiga (e agora a Vespa) podem servir como boa preparação.
Esses apontamentos reforçam ainda mais o ano de 2019 para a Marvel Studios, não apenas para a chegada de Kamala Khan, mas também o futuro dos seus filmes. Até por que há especulações sobre novas sagas a caminho, como Invasão Secreta. Mas isso é conversa para outra hora.