O Prime Video aposta novamente no universo de Culpa Mia com o lançamento de Minha Culpa: Londres (My Fault: London, 2025), dirigido por Charlotte Fassler e Dani Girdwood. A nova versão (assista) é uma adaptação em língua inglesa do sucesso espanhol de 2023, agora ambientada na capital britânica e estrelada por Asha Banks e Matthew Broome. A proposta é clara: reproduzir o mesmo fenômeno internacional, mas com elenco e estética voltados ao público de língua inglesa. Leia a crítica do filme:
De Miami a Londres: a história recontada em Minha Culpa: Londres (2025)
A trama segue Noah (Banks), uma jovem que deixa Miami após o novo casamento da mãe com um empresário londrino, William (Ray Fearon). Forçada a se mudar para uma mansão na Inglaterra, ela precisa se adaptar a uma vida luxuosa, mas solitária. O maior desafio surge quando conhece o meio-irmão Nick (Broome), um jovem rico que alterna entre a arrogância e um charme irresistível.
Entre provocações e brigas, os dois desenvolvem uma conexão que evolui para um relacionamento intenso, marcado por traumas, corridas ilegais e segredos familiares. Assim como no original espanhol, o conflito moral entre a paixão proibida e o senso de certo e errado conduz a narrativa, embora o novo filme opte por um ritmo mais contido e pela construção gradual da intimidade entre os protagonistas.
O que muda em relação a Culpa Mia
A principal diferença está no tom. Minha Culpa: Londres reduz o erotismo explícito para priorizar o desenvolvimento dos personagens. A relação entre Noah e Nick surge de forma mais lenta, dando espaço para momentos de vulnerabilidade e diálogo. Isso distancia o filme do rótulo de “drama adolescente sensual” e o aproxima de uma abordagem emocionalmente mais equilibrada.
A direção de Fassler e Girdwood também imprime um olhar mais cômico e autocrítico, consciente do melodrama em que está inserido. A ambientação londrina reforça o clima frio e urbano, trocando as paisagens ensolaradas da Espanha por ruas cinzentas e festas noturnas. Ainda que o roteiro siga de perto o original, pequenas mudanças no comportamento dos personagens e no uso dos coadjuvantes tornam esta versão menos dependente da sensualidade e mais interessada na cumplicidade.
Elenco e química dos protagonistas
Asha Banks entrega uma Noah que cresce emocionalmente ao longo da trama, equilibrando insegurança e ousadia. Matthew Broome, por sua vez, surpreende ao interpretar um Nick dividido entre rebeldia e fragilidade, distante de papéis anteriores. A química entre os dois é o principal trunfo da produção — e mesmo quando o roteiro flerta com o clichê, o carisma do casal mantém o espectador envolvido.
Entre os coadjuvantes, destaque para Enva Lewis como Jenna, que oferece leveza às sequências de festa e serve de contraponto à tensão entre os protagonistas. O roteiro também utiliza melhor o ex-namorado de Noah, cuja presença ajuda a reforçar os conflitos de confiança e identidade.
Crítica | Minha Culpa: Londres é uma boa adaptação do livro?
Embora carregue o peso de ser uma refilmagem recente, Minha Culpa: Londres consegue justificar sua existência ao reinterpretar a história sob outro olhar cultural. O filme é menos provocativo, mas mais consciente de suas intenções, equilibrando drama juvenil, romance e doses pontuais de ação.
Para quem já assistiu a Culpa Mia, a nova versão pode parecer desnecessária. No entanto, o público que chega agora ao universo criado por Mercedes Ron encontrará um romance eficiente, visualmente atraente e com ritmo acessível.
No fim, Minha Culpa: Londres funciona como uma reintrodução global da franquia — uma tentativa do Prime Video de transformar um sucesso europeu em fenômeno de língua inglesa. Pode não trazer grandes surpresas, mas reafirma que, no streaming, as histórias de amor proibido continuam rendendo visualizações e discussões em qualquer idioma.