Às vezes saem uns jogos que conseguem misturar duas ideias tão óbvias que você se pergunta por que não fizeram isso antes. Metal: Hellsinger, jogo da The Outsiders, é um exemplo disso. Ele é uma mistura de FPS agressivo no estilo dos novos Dooms, com mecânica de ritmo com metal, tal como um Guitar Hero. A cereja no topo do bolo aqui é que os caras conseguiram algumas vozes bem famosas do metal. Temos Serj Tankian, do System of a Down, Alissa White-Gluz, do Arch Enemy, Randy Blythe, do Lamb of God, dentre outros
Em Metal: Hellsinger, você controla A Desconhecida, um demônio misterioso que vai ao inferno se vingar da Juíza e pegar sua voz de volta. A jornada é narrada por uma caveira chamada Paz (Troy Baker), que também funciona como uma arma no jogo.
É fácil perceber a inspiração forte na nova Franquia Doom nesse jogo. Ele é um FPS que não espera que você fique se escondendo dos inimigos. Você é incentivado a investir contra seus inimigos para conseguir sempre melhores combos e curar sua vida massacrando-os. A mecânica principal do é atirar dentro do ritmo das músicas. Cada acerto dentro do ritmo vai aumentar seu multiplicador, fazendo você causar mais dano, estimulando o jogador a sempre investir e se mover rapidamente pelo cenário. Ao chegar no maior multiplicador, a música da fase também ganha os famosos vocais, sendo um grande incentivo para que o jogador não erre e continue vibrando. Sério, ouve essa música aqui:
Tal como Doom, quando os inimigos ficam com pouca vida, você pode usar um ataque que te faz correr até ele, finalizá-lo e recuperar vida. O jogador precisa mover pelo cenário de forma estratégica para balancear o dano, as esquivas e a hora certa de se curar. Se esquivar no ritmo certo também faz você manter o multiplicador de ritmo, que cai constantemente. Essa parte da esquiva é a mais complicada.
Na minha experiência, eu ficava focando tanto em atirar no ritmo certo nos inimigos, que não me preocupava com seus ataques e projéteis. Outra complicação é que seu cérebro vai sempre tentar acertar o ritmo também na esquiva, mas errando a hora certa de escapar dos ataques. No geral, a jogabilidade misturada com a música é o charme especial do jogo, apesar de não ter uma complexidade mecânica e o level design tão bom quanto o Doom. Existe uma pouca variedade de armas, mas elas são bem diferentes, sendo usadas de formas distintas e para momentos diversos na luta. O jogador também pode escolher quais armas e upgrades vai levar em cada partida, oferecendo formas de jogar diferentes e rejogabilidade.
Apesar disso, o jogo não é difícil. Lá para as fases finais, fica um pouco mais desafiador, mas nada que vá te frustrar. Além disso, o game também oferece alguns desafios para ganhar upgrades – aqui o jogo fica um pouco mais difícil, mas eu consegui terminar quase todos eles antes de zerar. Nos chefes, a dificuldade aumenta um pouco porque o jogo geralmente vira um bullet hell, onde você tem que se preocupar com muitos tiros vindo para cima de você. Aqui também é percebida uma falta de criatividade e de recursos para criar diferentes designs, mas nada que influencie muito na qualidade do jogo.
Metal: Hellsinger cumpre muito bem seu objetivo de ser um FPS frenético com ritmo de metal. As músicas são excelentes e motivam o jogador a se manter no ritmo perfeito para receber a recompensa, não somente de gameplay, mas também de empolgação por ouvir os ótimos vocais. O jogo oferece uma ótima calibragem, tanto de áudio como de vídeo, para que você consiga jogar perfeitamente. Além disso, opções de dificuldade tornam o jogo mais acessível e oferecem rejogabilidade para aqueles que buscam um maior desafio. É uma experiência bem Arcade, com uma história bem simples, mas muito bem narrada por Troy Baker. Apesar da narrativa não ter me pegado, fiquei empolgado com o gancho para o próximo jogo. Espero que consigam trazer uma experiência ainda melhor e novos vocalistas de metal para eu poder fazer um headbanging enquanto jogo.