Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente, série nacional da HBO Max Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente, série nacional da HBO Max

Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente – Episódio 4 | Crítica

O Episódio 4 da série brasileira Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente fez sua estreia neste domingo, dia 21 de setembro de 2025 na HBO Max. Intitulado “Vem Chegando o Verão“, o capítulo é repleto de reviravoltas na saga dos comissários de bordo da Fly Brasil que tentam a todo custo trazer o medicamento conhecido como AZT clandestinamente ao país, visando ajudar as pessoas portadoras do vírus HIV. Confira a crítica e recapitulação do episódio 4:

Velório, saída do armário e esquema frustrado: uma recapitulação do episódio 4 da série Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente

O luto e as aparências

O episódio 4 se inicia em clima de luto com o velório do filho de Barcelos (Júlio Machado), comandante da Fly Brasil que aceitou participar do esquema para tentar salvar o filho, mas, com a sua morte, passa a rejeitar qualquer colaboração com a causa.

Nando (Johnny Massaro) está em vias de perder seu emprego como comissário, mas ganha uma sobrevida no emprego após a Dra. Joana (Hermila Guedes) decidir por continuar sua luta pelos pacientes com AIDS, não reportando à empresa a respeito de Nando e o vírus, o que permite que o esquema continue.

Operação frustrada

No entanto, o que seria a maior operação em prol do fornecimento do AZT para os pacientes acaba sendo frustrada por uma denúncia anônima que leva a Polícia Federativa a fiscalizar os trabalhadores da companhia aérea. Apesar de não serem presos, a carga toda acaba sendo descartada e a operação, cruelmente frustrada.

Dramas de Nando marca o episódio 4, Vem Chegando o Verão

O episódio 4 é intercalado com um pouco sobre a história pessoal do protagonista, brilhantemente interpretado por Johnny Massaro. Nando é uma figura bastante peculiar, pois foi de uma pessoa gay adaptada ao contexto da sua sexualidade na década de 1980 para um homem totalmente engajado na luta pela vida de pessoas que passam pela situação semelhante à sua.

Em “Vem Chegando o Verão”, sua mãe acaba flagrando um momento de relação íntima com Raul (Ícaro Silva, outro grande destaque positivo no elenco da série da HBO), gerando um enorme clima de constrangimento culminando na clássica conversa de filho gay que resolve “sair do armário” para a mãe (sendo que muitas vezes, como é mostrado na série, a mãe já sabia. O drama toma uma escalada maior, no entanto, quando ela descobre que Nando é portador do vírus.

O capítulo encerra com Nando escrevendo uma carta aberta à empresa, revelando tudo sobre sua doença e também sobre sua sexualidade, momento em que, trazendo à tona a história real, é exposto o modo como pessoas portadoras do vírus foram submetidas a exames compulsórios na época, comprometendo sua saúde, privacidade, emprego e segurança enquanto os governantes lavavam as mãos para a situação.

Em seguida, temos a cena do casamento de Nando com Lea (Bruna Linzmeyer), já com gravidez avançada e de licença da Fly Brasil.

Crítica final do episódio 4 de Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente

O episódio 4 de Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente, Vem Chegando o Verão, termina com a incerteza a respeito do destino dos personagens principais, principalmente Nando que no momento se encontra sem as pílulas de AZT à disposição. Contudo, é um bom capítulo para estabelecer a base emocional para o desfecho da série no 5º e último episódio.

Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente, série nacional da HBO
Créditos da imagem: HBO Max

A história real que inspirou a série da HBO Max, Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente

A ideia da série surgiu a partir de uma reportagem de 2020 do jornalista Leandro Machado, publicada pela BBC Brasil, que revelou como ex-comissários da Varig ajudaram a trazer clandestinamente o AZT dos Estados Unidos para pacientes brasileiros. O medicamento só foi aprovado oficialmente no país em 1991, com produção local em 1993 e distribuição gratuita a partir de 1996. Até lá, a solidariedade de pessoas comuns foi fundamental para salvar vidas.

O roteirista Thiago Pimentel, junto com Patrícia Corso e Leonardo Moreira, transformou esse episódio da história recente em dramaturgia, conectando pesquisa jornalística, depoimentos e o acompanhamento da infectologista Márcia Rachid, pioneira no tratamento de pacientes com HIV no Brasil.