Mar Branco (Rabo de Peixe) 2ª Temporada da Série Portuguesa na Netflix de história real - Crítica e fatos Mar Branco (Rabo de Peixe) 2ª Temporada da Série Portuguesa na Netflix de história real - Crítica e fatos

Mar Branco 2ª Temporada | Crítica da Série | Netflix

A série portuguesa Mar Branco (Rabo de Peixe, no original) retorna à Netflix com sua segunda temporada, retomando a história três meses após os eventos que encerraram o primeiro ano. Criada por Augusto Fraga e inspirada em um fato real ocorrido nos Açores — o naufrágio de um barco carregado de cocaína —, a produção volta com seis novos episódios que ampliam o escopo da narrativa, explorando as consequências da ambição, da violência e do poder. Confira a nossa crítica:

A trama após o naufrágio em Mar Branco 2ª Temporada

A nova temporada começa com Eduardo (José Condessa) e Carlinhos (André Leitão) nos Estados Unidos, onde acabam detidos pela imigração após o contrabando em um cargueiro ser descoberto. De volta a Portugal, Eduardo encontra Rabo de Peixe transformada e descobre que sua antiga casa foi demolida. Paralelamente, o Tio Joe (Pêpê Rapazote) tenta se livrar dos restos da cocaína que ainda guarda, o que atrai novos inimigos à pequena vila.

Enquanto isso, Sílvia (Helena Caldeira) vive o luto pela morte do pai, Arruda (Albano Jerónimo), e lida com a gravidez. A chegada de Orlando (José Raposo), seu tio, reacende antigas disputas familiares e coloca Sílvia diante de uma escolha difícil: assumir o império criminoso deixado por Arruda ou tentar se afastar definitivamente do mundo do tráfico.

Tons mais sombrios e amadurecimento dos personagens de Rabo de Peixe

Se a primeira temporada equilibrava drama e ironia, a segunda opta por um tom mais sombrio. A leveza e a irreverência que marcaram os episódios iniciais cedem lugar a um clima de tensão constante, com destaque para os dilemas morais e as consequências das escolhas feitas pelos protagonistas.

Eduardo, antes movido por impulsos e sonhos de ascensão, carrega agora o peso da culpa. Já Sílvia, antes coadjuvante, assume o centro da narrativa. A personagem evolui de seguidora relutante para figura de comando, em uma transformação que movimenta o novo arco da série.

A direção de Augusto Fraga investe em uma abordagem mais madura, com ritmo acelerado e múltiplos núcleos paralelos — das investigações da inspetora Frias (Maria João Bastos) à expansão das máfias internacionais que buscam recuperar a cocaína perdida. Essa fragmentação mantém o enredo dinâmico e amplia a dimensão da história, sem perder a identidade açoriana que se tornou marca registrada da série.

Entre o realismo e o retrato social

Mais do que um drama policial, Mar Branco continua sendo um retrato sobre desigualdade e sobrevivência. A série explora o contraste entre o cotidiano de uma ilha isolada e as redes globais do tráfico, destacando como a marginalização empurra seus personagens para decisões desesperadas.

Os elementos visuais continuam valorizando o cenário açoriano, reforçando o vínculo entre o ambiente e os conflitos internos dos personagens. A fotografia aposta em tons frios e paisagens amplas que evidenciam o isolamento e a atmosfera de perigo crescente.

Mar Branco (Rabo de Peixe) 2ª Temporada da Série Portuguesa na Netflix - Crítica

Crítica de Mar Branco (Rabo de Peixe)

Um novo fôlego para a série portuguesa da Netflix

A segunda temporada de Mar Branco consolida a série como uma das produções europeias mais ambiciosas do catálogo da Netflix. Ao trocar parte do humor inicial por uma tensão mais crua, Augusto Fraga expande o universo de Rabo de Peixe e oferece um retrato mais complexo de seus protagonistas.

Com riscos maiores, novos vilões e uma narrativa que mantém o espectador em alerta, a produção portuguesa confirma que ainda há muito a explorar na jornada de Eduardo, Sílvia e seus companheiros — e que a maré, mesmo quando baixa, pode sempre trazer novas tempestades.