O universo de Kill Boksoon ganha novo fôlego na Netflix
O cinema coreano volta a explorar o submundo de assassinos profissionais em Mantis (Samagwi), filme dirigido por Lee Tae-sung e recém-lançado na Netflix (assista aqui). A produção funciona como um spin-off de Kill Boksoon (2023), trazendo novos protagonistas e aprofundando a ideia de sucessão em um mundo onde contratos e lealdades ditam a sobrevivência. Com 113 minutos de duração, o longa aposta no choque de gerações, no drama pessoal de seus personagens e em sequências de ação coreografadas com precisão. Leia a nossa crítica do filme coreano.
Do legado de Kill Boksoon ao surgimento da Mantis Company
A trama de Mantis se passa após a morte de Cha Min-kyo, figura central de Kill Boksoon e líder da MK Entertainment, organização que controlava boa parte dos assassinos de elite. Com o colapso da empresa, abre-se um vácuo de poder. Nesse cenário surge Han-ul (Im Si-wan), um matador de talento reconhecido, mas que acredita que sua reputação será suficiente para manter sua carreira intacta.
De volta à Coreia, Han-ul decide fundar sua própria agência, a Mantis Company, mesmo sem vocação para liderança ou visão estratégica. Ao seu lado está Jae-yi (Park Gyu-young), amiga de infância e também assassina, que enfrenta a desconfiança do mercado após ser demitida da MK. A relação entre os dois, marcada por rivalidade, amizade e tensão romântica, torna-se o eixo dramático da narrativa.
Mantis: choque de gerações e disputas internas
Se em Kill Boksoon o foco estava na figura de Boksoon e seu dilema como mãe e assassina, em Mantis a ênfase recai sobre a juventude. O filme retrata como a nova geração de matadores luta para se estabelecer em um cenário fragmentado, onde os contratos diminuem e a competição é intensa.
O personagem Dokgo (Jo Woo-jin), um veterano aposentado, funciona como contraponto ao ímpeto de Han-ul, lembrando constantemente o preço da imprudência. Já Benjamin (Choi Hyun-wook), investidor excêntrico obcecado por Jae-yi, introduz um elemento de instabilidade que acelera os conflitos.
Esse ambiente de incerteza permite que Mantis explore não apenas o embate físico entre personagens, mas também as disputas por legitimidade e reconhecimento dentro da hierarquia dos assassinos.
A química entre Han-ul e Jae-yi no filme coreano
Um dos pontos mais marcantes do filme é a relação entre Han-ul e Jae-yi. Mesmo sem grandes flashbacks explicativos, a conexão entre os dois ganha força através de pequenos gestos, diálogos tensos e confrontos coreografados que revelam tanto afeto quanto ressentimento. A química entre Im Si-wan e Park Gyu-young é um dos elementos que sustentam a narrativa, conferindo densidade a personagens que poderiam se perder em meio à violência.

Estilo, ação e limitações narrativas do spin-off na Netflix
Visualmente, Mantis mantém a elegância característica das produções coreanas do gênero. As sequências de luta são bem conduzidas e cumprem papel narrativo, evitando a violência gratuita. A cena final, em particular, concentra a tensão acumulada e entrega o momento mais intenso do longa.
Ainda assim, a narrativa apresenta limitações. A história se apoia em clichês do gênero e, por vezes, parece funcionar mais como extensão de Kill Boksoon do que como obra totalmente independente. A reflexão sobre a precarização do trabalho dos assassinos, embora interessante, não é desenvolvida em profundidade.
Crítica: Mantis melhora o universo de Kill Boksoon na Netflix? Vale à pena assistir ao filme?
Mantis amplia o universo de Kill Boksoon ao mostrar o impacto da ausência de uma liderança firme e o esforço da nova geração para se afirmar em um mercado em crise. Apesar de tropeçar em alguns lugares-comuns, o filme encontra força na química entre Han-ul e Jae-yi e na habilidade do diretor Lee Tae-sung em coreografar ação com significado. Para os fãs de thrillers coreanos, a produção cumpre o papel de manter vivo o interesse nesse universo, ao mesmo tempo em que abre espaço para novas histórias.