Maldade (Malice, 2025) Crítica da série do Prime Video Maldade (Malice, 2025) Crítica da série do Prime Video

Maldade (Malice, 2025) | Crítica da Série | Prime Video

Maldade (Malice, 2025), nova aposta do Prime Video criada por James Wood, segue a onda recente de produções que exploram o choque entre luxo, segredos e violência emocional. A série surge em um momento em que o streaming investe pesadamente em histórias ambientadas em cenários paradisíacos, com personagens ricos confrontados por ameaças internas. Diferente de outras obras recentes, Maldade escolhe revelar seu mistério logo no início: sabemos desde o primeiro episódio quem é o antagonista. A tensão, então, não está em descobrir o culpado, mas em entender as razões por trás de uma vingança calculada. Confira a crítica da série:

Luxo e mistérios: a trama de Maldade

A trama acompanha Adam Healey, interpretado por Jack Whitehall, um tutor que se infiltra nas férias da família Tanner durante uma temporada na Grécia. A princípio, Adam parece apenas um jovem bem-intencionado tentando impressionar pessoas influentes, mas sua postura muda rapidamente. Logo fica claro que sua aproximação não é acidental. A série mostra desde os primeiros capítulos que Adam tem um plano envolvendo Jamie Tanner, vivido por David Duchovny, e que essa estratégia passa por manipular cada membro da família.

Durante as férias, Adam surge como solução prática quando a babá dos Tanner adoece. Ele já estava na ilha trabalhando para amigos da família, o que facilita sua entrada no grupo. Mas pequenos comportamentos denunciam seu verdadeiro objetivo, como a frieza com que tenta isolar Jamie e a facilidade com que distorce situações para se manter por perto. A história se divide entre a Grécia e Londres, explorando como Adam se aproveita das fragilidades conjugais entre Jamie e Nat, papel de Carice van Houten, para colocar os dois um contra o outro.

Erros e acertos de Malice

O grande acerto da série está na construção do protagonista-vilão. Whitehall entrega uma atuação que alterna sutileza e ameaça com naturalidade, evocando inevitavelmente comparações com personagens como Tom Ripley. Adam transita entre simpatia calculada e violência contida, sempre se adaptando para conseguir o que quer. Essa imprevisibilidade sustenta o ritmo dos episódios, mesmo quando a narrativa abraça um desenvolvimento mais lento.

Já Jamie Tanner funciona como contraponto moralmente ambíguo. Ele é um investidor de grande influência, acostumado a usar sua posição como ferramenta de poder, mas também um homem extremamente devotado à família. Essa combinação torna sua vulnerabilidade essencial para o avanço da trama. Nat, por sua vez, representa o elo instável que Adam explora com mais facilidade, já que carrega frustrações antigas e conflitos sobre sua própria trajetória pessoal e profissional.

Maldade (Malice, 2025) Crítica da série do Prime Video

Crítica: vale à pena assistir Maldade (Malice, 2025), nova série do Prime Video?

Maldade constrói bem sua atmosfera e intensifica a sensação de que algo perigoso está sempre prestes a acontecer. Porém, quando chega ao clímax, a série entrega uma resolução menos impactante do que promete. A longa preparação em torno da vingança de Adam sugere um desfecho mais contundente, mas o embate final não alcança o nível de tensão acumulado.

Mesmo assim, Maldade (Malice) merece atenção pelo trio de protagonistas e pela abordagem psicológica que coloca seus personagens no centro do suspense. Seus seis episódios funcionam como uma maratona eficiente — especialmente para quem busca thrillers de manipulação e jogos mentais. A série pode não reinventar o gênero, mas encontra em Jack Whitehall um motivo sólido para ser assistida.