Má Influencer (2025) Crítica da Série Sul-Africana da Netflix: terá 2ª temporada? Má Influencer (2025) Crítica da Série Sul-Africana da Netflix: terá 2ª temporada?

Má Influencer (2025) | Crítica da Série | Netflix

A nova série sul-africana Má Influencer (Bad Influencer, 2025), disponível na Netflix (assista aqui) com sete episódios, mergulha na cultura das redes sociais e na busca incessante por status e validação. Criada por Kudi Maradzika e dirigida por Ari Kruger e Keitumetse Qhali, a produção equilibra drama social e crítica ao universo digital, mostrando como a aparência de sucesso pode esconder um abismo moral e financeiro. Confira a crítica da série:

A trama de Má Influencer

A história acompanha BK (Jo-Anne Reyneke), uma mãe solteira que tenta garantir uma vida melhor para o filho, Leo, que tem necessidades especiais. Sem condições de pagar pela educação adequada, BK recorre a meios ilegais para sobreviver, entrando no mercado de bolsas de grife falsificadas. Ao lado da influenciadora digital Pinky (Cindy Mahlangu), ela constrói um pequeno império baseado em aparências — mas a escalada ao topo tem um custo.

Quando a dupla se envolve com criminosos e atrai a atenção de um policial determinado (Thapelo Mokoena), o sonho de prosperar rapidamente se transforma em um pesadelo. A trama expõe o lado sombrio da influência digital e o perigo de confundir popularidade com sucesso real.

Temas e crítica social

Má Influencer usa o glamour das redes sociais como ponto de partida para discutir desigualdade e ambição. A série destaca como a busca por validação pode empurrar pessoas comuns a cruzar limites éticos e legais. Por trás das fotos filtradas e do brilho artificial, a narrativa revela a precariedade e a frustração que movem grande parte desse universo.

O contraste entre luxo e desespero é um dos pontos centrais da série. O roteiro mostra que, em uma sociedade marcada por desigualdades profundas, o desejo de ascensão social é frequentemente manipulado. BK e Pinky representam duas faces da mesma luta: uma mulher que tenta sobreviver e outra que precisa manter as aparências a qualquer custo.

Elenco e aspectos técnicos

Jo-Anne Reyneke e Cindy Mahlangu se destacam ao dar humanidade a personagens que poderiam facilmente cair em estereótipos. O elenco de apoio, que inclui Zozibini Tunzi, Kamohelo Pule e Emmanuel Castis, reforça a tensão constante da narrativa.

A série também se beneficia de uma produção visual sofisticada. Figurino, fotografia e direção de arte reforçam o contraste entre o brilho do mundo online e a realidade dura por trás das câmeras. Há momentos de grande inventividade técnica, como o uso do dolly duplo para ilustrar o trauma da protagonista, embora alguns recursos visuais acabem ofuscados pela montagem ou pelas legendas, comprometendo o impacto de certas cenas.

Um retrato da era digital

Com ritmo envolvente e uma abordagem crítica, Má Influencer traduz em narrativa a tensão contemporânea entre autenticidade e performance. A série dialoga com produções sul-africanas recentes, como Unseen, ao explorar personagens femininas que enfrentam sistemas opressores e buscam soluções fora da lei.

Mesmo sem reinventar o gênero, a obra se destaca ao capturar a mentalidade de uma geração que mede sucesso em curtidas e seguidores. Seu retrato da ambição, do consumo e da vulnerabilidade nas redes sociais serve como espelho de um tempo em que a fronteira entre verdade e aparência se torna cada vez mais tênue.

Má Influencer (2025) Crítica da Série Sul-Africana da Netflix

Crítica: vale à pena assistir Má Influencer na Netflix?

Má Influencer é um drama eficiente que combina suspense e crítica social para discutir a cultura digital sob a ótica da desigualdade. Com boas atuações e uma direção segura, a série oferece um olhar contundente sobre as consequências da busca por status em um mundo dominado por aparências. Disponível na Netflix, é uma das produções sul-africanas mais interessantes do ano, ao mesmo tempo local em sua ambientação e universal em seu tema.