O episódio 6 da segunda temporada de Landman, intitulado “A Noite Escura da Alma”, marca um ponto de inflexão importante na série criada por Taylor Sheridan para o Paramount+. O capítulo amplia o escopo da narrativa ao colocar em evidência negociações decisivas, alianças frágeis e conflitos emocionais que ameaçam tanto a estabilidade da M-Tex quanto as relações pessoais de seus personagens centrais. Confira a crítica e resumo do que rolou:
Recapitulação do episódio 6 da série Landman
A trama se inicia em meio à Permian Basin International Oil Show, evento que transforma a cidade em um polo de negócios e especulação. O clima é de efervescência econômica, mas também de ansiedade: enquanto o setor celebra inovação e tecnologia, trabalhadores como Dale e Boss observam com desconfiança o avanço de máquinas e sistemas automatizados que podem substituir mão de obra humana no futuro próximo.
Cooper, Ariana e o peso das escolhas pessoais
Em paralelo, o episódio dedica atenção à trajetória de Cooper, que avança em sua relação com Ariana. Decidido a se casar, ele busca a aprovação da família da jovem, começando pela mãe, em uma visita carregada de simbolismo. O encontro reforça a tentativa de Cooper de provar que suas intenções vão além do impulso, mesmo após os conflitos recentes envolvendo violência e ameaças.
Antes disso, Cooper recorre a Tommy para pedir um adiantamento financeiro, com o objetivo de comprar um anel de noivado. O pedido desencadeia uma cadeia de interações familiares que expõem a complexa dinâmica entre Tommy e Angela. Em um gesto inesperado, Angela se oferece para ceder seu próprio anel, tentando evitar que o filho comece a nova vida endividado. A decisão, porém, revela tensões mal resolvidas, já que logo depois ela cobra de Tommy uma compensação emocional e simbólica pelo gesto.
Apesar do tom leve dessas cenas, elas reforçam um dos temas centrais da temporada: a dificuldade de separar afeto, dinheiro e poder em um ambiente onde tudo tem um preço.
Rebecca, Newsom e a plataforma offshore
No núcleo corporativo, Rebecca e Nathan lidam com o prazo apertado para viabilizar um poço offshore capaz de gerar até US$ 150 milhões anuais em receita líquida. A descoberta de que Monty desviou recursos desse ativo para investimentos arriscados aprofunda a sensação de que a M-Tex foi construída sobre decisões improvisadas e pouco transparentes.
A aproximação de Rebecca com Newsom, geólogo experiente que já trabalhou em projetos de grande escala, traz uma nova possibilidade para a empresa. A relação entre os dois rapidamente ultrapassa o campo profissional, levantando questionamentos éticos e estratégicos. O fato de Newsom ser o mesmo personagem ligado ao avião envolvido em episódios anteriores adiciona uma camada extra de ambiguidade à negociação.
Tommy, Cami e o acordo com Dan
O arco mais decisivo do episódio envolve Tommy, Cami e Dan. Em Fort Worth, a tensão entre os três deixa claro que a liderança da M-Tex está em disputa. Cami reforça sua posição como proprietária da empresa, enquanto Tommy percebe que sua influência está cada vez mais limitada.
Sem alternativas viáveis, Tommy acaba aceitando um acordo com Dan para viabilizar a plataforma offshore. O contrato estabelece uma divisão inicial desfavorável e condicionada ao pagamento de dívidas, o que expõe a fragilidade da posição de Tommy dentro da própria empresa que ajudou a sustentar por anos. A decisão, tomada com forte interferência de Cami, indica que o futuro da M-Tex pode estar sendo negociado sem consenso real.
Dan, por sua vez, deixa claro que entende as fissuras internas da empresa e sugere que a desconfiança de Cami em relação a Tommy pode ser usada estrategicamente contra ele. A conversa final entre os dois funciona como um alerta: alianças temporárias podem se transformar em armadilhas.
Conflitos familiares e sinais de desgaste
O episódio também reserva espaço para conflitos familiares, especialmente envolvendo TL, pai de Tommy. Uma briga pública e o constrangimento resultante reforçam a ideia de que o passado continua interferindo nas decisões do presente. Angela, mais uma vez, atua como mediadora emocional, lembrando Tommy da finitude do tempo e da necessidade de escolher quais batalhas valem a pena.
A cena final no bar, com personagens reunidos em um momento de aparente descontração, contrasta com o peso das decisões tomadas ao longo do episódio. A dança entre Angela e TL simboliza uma tentativa de reconciliação, enquanto, nos bastidores, o futuro da M-Tex permanece indefinido.
Avaliação crítica do episódio 6 da 2ª temporada de Landman
“A Noite Escura da Alma” se destaca como um episódio de transição, menos focado em grandes reviravoltas e mais interessado em consolidar conflitos que devem explodir nos capítulos seguintes. A aproximação entre Rebecca e Newsom, o acordo arriscado com Dan e o enfraquecimento da posição de Tommy indicam que a segunda temporada caminha para um confronto inevitável.
Ao equilibrar drama corporativo, tensões familiares e escolhas morais, Landman reafirma sua proposta de mostrar que, no universo do petróleo, cada decisão tem consequências duradouras — dentro e fora dos campos de extração.