A 2ª temporada de Landman, série criada por Taylor Sheridan e estrelada por Billy Bob Thornton, chega ao Paramount+ marcada por mudanças estruturais e uma tentativa visível de consolidar sua identidade. Após uma primeira temporada irregular, os novos episódios partem diretamente da morte de Monty Miller (Jon Hamm), evento que reorganiza todo o cenário empresarial e emocional dos personagens. Confira a crítica do início da nova temporada:
Landman – 2ª Temporada
Um novo tabuleiro após a morte de Monty Miller
Com Monty fora de cena, Tommy Norris (Billy Bob Thornton) assume oficialmente a presidência da M-Tex, enquanto Cami Miller (Demi Moore) deixa a posição de coadjuvante social para se tornar peça central no comando da empresa. O impacto dessa reviravolta é imediato: clientes, investidores e executivos passam a pressionar Tommy e subestimar Cami, acreditando que a nova liderança representa fragilidade. A temporada utiliza essa tensão para ampliar os conflitos corporativos e explorar as dinâmicas de poder dentro do setor petrolífero.
Paralelamente, Tommy tenta conciliar o cargo mais alto com problemas domésticos. Angela (Ali Larter), sua ex-esposa, retorna com mais espaço narrativo e a relação entre eles retoma o atrito característico, agora marcado por novas responsabilidades financeiras e familiares. Ainsley (Michelle Randolph) vive sua própria jornada estudantil, enquanto Cooper (Jacob Lofland), filho mais velho, se envolve em um empreendimento petrolífero que pode ampliar sua autonomia — ou colocá-lo em risco.
Expansão dramática e novos antagonismos na série do Paramount+
A temporada também introduz uma presença decisiva: Galino (Andy Garcia), figura ligada ao cartel e agora envolvido em financiamentos petrolíferos que afetam diretamente os planos da M-Tex. Sua participação amplia a sensação de instabilidade e cria um contraponto estratégico à postura pragmática de Tommy.
Demi Moore, por sua vez, surge como um dos destaques dos novos episódios. A série utiliza o luto de Cami para construir uma personagem que alterna vulnerabilidade e firmeza, encontrando espaço para uma evolução que muitas vezes faltou às figuras femininas da primeira temporada. Já Tommy permanece como o eixo cínico e competente da narrativa, com Billy Bob Thornton explorando o humor ácido e o desgaste emocional do personagem.
Uma temporada mais equilibrada — mas ainda em busca de direção
Os três primeiros episódios indicam uma temporada mais sólida e consciente de suas possibilidades. Sheridan parece ajustar críticas da fase anterior ao dar mais profundidade às mulheres da história, reforçar os conflitos corporativos e inserir ameaças externas mais definidas.

Ainda assim, Landman enfrenta o desafio de transformar eventos em desenvolvimento consistente. Tommy, Angela e Ainsley permanecem praticamente estáticos como personagens, enquanto Cooper e Cami despontam como figuras com maior potencial de evolução. A série funciona melhor quando mergulha nas tensões políticas, legais e familiares que permeiam o setor petrolífero, mas carece de uma direção clara que diferencie sua identidade da de outras produções do universo Sheridan.
Crítica: vale a pena assistir à 2ª temporada de Landman?
A nova temporada de Landman apresenta avanços perceptíveis e um conjunto de conflitos que podem, enfim, levar a série a um patamar mais competitivo no catálogo do Paramount+. Com atuações sólidas, especialmente de Thornton e Moore, e novas camadas dramáticas, a produção dá sinais de amadurecimento — mesmo que ainda busque um rumo definitivo. Para quem acompanhou a primeira temporada ou aprecia o estilo de Sheridan, os novos episódios representam um passo à frente e merecem uma chance.