O texto a seguir pode conter SPOILERS de Jurassic World. Se você ainda não viu, então monte num velociraptor e vá ao cinema mais próximo. Depois volta aqui pra gente bater um papo animal 😉
É complicado se desapegar dos clássicos. Só de lembrar aquela trilha sonora ou aquela frase marcante, o coração chega a disparar. Assisti Jurassic Park na fase mais tenra da minha infância. E aquele filme me tocou muito. Mas revisitar um lugar várias vezes pode se tornar repetitivo. É preciso algo novo para religar a chama no coração, mesmo que a qualidade não seja tão alta assim. Jurassic World é essa novidade, que acaba se tornando uma singela homenagem.
A trama se passa 20 anos após os trágicos acontecimentos do primeiro filme. Agora o parque dos dinossauros está realmente funcionando, no melhor estilo Disney. Os humanos conseguem interagir com os dinos até onde é possível. E na boa, qualquer marmanjo viraria criança passeando pelas atrações. A tecnologia permitiu avanços inimagináveis no passado, como criar um animal híbrido. E é desde o nascimento que o Indominous Rex mostra que é, digamos, indomável (Sim, foi péssima).
A ideia é que o bicho seja a mais nova atração do parque e aumente os lucros, como explica a empolgada e temperamental Claire (Bryce Dallas Howard). E ninguém melhor para domar uma fera do que um especialista. Owen (Chris Pratt) é o “encantador” de Velociraptores (que protagonizam muitas das melhores cenas do filme) e que de certa foram também é o interesse amoroso de Claire. E justamente quando os sobrinhos da jovem empresária, Zack e Gray, vão visitá-la que o Indominous decide escapar. Aí começa aquela sequência que você já está careca de conhecer.
O pouco conhecido Colin Trevorrow não compromete na direção. Até entrega boas cenas de ação, mesmo parecendo que está sendo guiado por seu produtor, um tal gênio chamado Spielberg. O filme é repleto de rostos conhecidos, mas que entregam personagens pouco carismáticos. A decepção pode ser representada pelo vilão caricato de Vincent D’Onofrio. Depois de roubar a cena em Demolidor, aqui ele entrega um cara que não diz em momento nenhum pra que veio. Talvez ele poderia ter sido trocado por outro dinossauro, que são sempre os melhores personagens da franquia.
Por falar nos bichos, tenho que admitir que o Indominous coloca medo em certos momentos. Numa mistureba de dinossauros, com DNA de lulas e outros bichos, a fera consegue se camuflar e até mesmo enganar sensores térmicos!! Mas falta algo nela pra cativar quem está assistindo. É como uma frase jogada em algum diálogo raso explica: dinossauros de verdade são sempre os mais legais. Matar por esporte é bacana de ver nos primeiros minutos, mas se torna enfadonho com o passar do tempo.
É clara a tentativa de passar a mensagem que o ser humano não pode brincar de Deus. Nada que não tenhamos visto e ignorado anos atrás. Mas nem tudo são espinhos. Chris Pratt e seus raptores são deveras legais. Confirmando assim a empolgação criada desde que vi as cenas nos trailers. É legal ver o ator fazendo estágio para uma possível nova versão do Indiana Jones, cujo seu nome está associado. Gray (Ty Simpkins) representa a empolgação e o medo que qualquer um teria dentro daquela aventura. Seu amor pelos dinos e o excesso de conhecimento me fizeram lembrar de como fiquei ao final do primeiro filme. Quando não tenta ser um mega blockbuster, o filme acerta em entregar momentos de contemplação e imersão dentro daquele fantástico mundo. Tudo acompanhado da mágica trilha de John Williams. Quando o tema do parque começa a tocar, seu sorriso vai de orelha a orelha. E as lágrimas escorrem também.
Mas é quando o T-Rex, tão amado por uma geração, aparece para salvar o dia no melhor estilo Godzilla, que a empolgação toma conta do seu corpo. Ah, eu amaria estar no meio de tudo aquilo. Poder virar criança de novo.
Jurassic World pode não ser tão marcante quanto Jurassic Park. Mas até que funciona bem para encerrar o que foi iniciado por Spielberg em 1993. E Hollywood, um aviso: Deixem essas portas fechadas para sempre. Os dinos agora tem o mundo deles. Vamos ficar no nosso. É hora de aprender com os erros.
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