Jogo Sujo (Play Dirty, 2025) - crítica, fatos e curiosidades do filme do Prime Video dirigido por Shane Black Jogo Sujo (Play Dirty, 2025) - crítica, fatos e curiosidades do filme do Prime Video dirigido por Shane Black

Jogo Sujo (Play dirty, 2025) | Crítica do Filme | Prime Video

Dirigido por Shane Black e estrelado por Mark Wahlberg, Jogo Sujo (Play Dirty) marca o retorno do cineasta ao gênero que o consagrou — a mistura de ação, comédia e crime. A produção do Prime Video (assista) adapta livremente os romances de Parker, criados por Donald E. Westlake, e tenta equilibrar humor ácido, violência e um tom noir moderno, mas o resultado é irregular. Leia a nossa crítica:

Jogo Sujo: um anti-herói em meio ao caos

Na trama, Parker (Wahlberg) é um ladrão implacável que comanda uma equipe de especialistas em um assalto de grandes proporções. O golpe, que envolve tesouros históricos e um ditador em queda, acaba levando o grupo a enfrentar a máfia de Nova York e forças políticas internacionais. Como nas histórias originais, a lealdade é um conceito instável — e a traição é o motor central da narrativa.

O roteiro, assinado por Shane Black ao lado de Charles Mondry e Anthony Bagarozzi, costura camadas de trapaças e reviravoltas constantes. Zen (Rosa Salazar), parceira e possível traidora, é a peça que embaralha as intenções do protagonista. Já Grofield (LaKeith Stanfield), o comparsa de espírito artístico, injeta carisma em um filme que por vezes carece de humanidade.

A direção de Shane Black e seus contrastes em Play dirty

Fiel ao seu estilo, Shane Black combina diálogos rápidos e sarcásticos com explosões de violência gráfica. Essa dualidade — entre humor e brutalidade — já se mostrava em títulos como Beijos e Tiros (Kiss Kiss Bang Bang) e Dois Caras Legais (The Nice Guys). Em Jogo Sujo, porém, o equilíbrio se perde: as piadas e o cinismo coexistem sem a mesma fluidez de seus trabalhos anteriores.

A montagem ágil garante ritmo, mas o excesso de reviravoltas dilui o impacto das cenas de ação. O visual também sofre com efeitos visuais irregulares, especialmente nas sequências da corrida de cavalos e do trem, que denunciam o uso pesado de CGI.

Jogo Sujo (Play Dirty, 2025) - crítica, fatos e curiosidades do filme do Prime Video dirigido por Shane Black

Elenco e performances

Mark Wahlberg entrega uma versão fria e impassível de Parker, mas sem o magnetismo necessário para tornar o personagem fascinante. Sua atuação funcional contrasta com o desempenho de LaKeith Stanfield, que dá profundidade e ironia a Grofield, e de Rosa Salazar, cuja ambiguidade sustenta parte da tensão. Tony Shalhoub surge como o mafioso Lozini, mas tem pouco espaço para se impor como vilão.

A trilha de Alan Silvestri é um dos destaques. Com influências jazzísticas e um toque noir, ela ajuda a criar uma atmosfera de assalto clássico, mesmo quando o filme falha em transmitir o mesmo charme visualmente. Gravado majoritariamente em estúdios australianos, o longa tenta recriar Nova York e Nova Jersey, mas a ambientação digital raramente convence.

Crítica: Jogo Sujo é uma boa opção de filme no Prime Video?

Jogo Sujo entrega momentos divertidos e algumas boas ideias de assalto, mas carece da coesão que marcou os melhores trabalhos de Shane Black. Entre o humor corrosivo, a violência estilizada e o excesso de truques narrativos, o filme se sustenta como entretenimento passageiro — um jogo que diverte, mas não deixa marcas duradouras.