The Black Spot já está disponível na HBO Max
O episódio 7 de It: Bem-Vindos a Derry, intitulado “The Black Spot”, acaba de chegar à HBO Max e amplia a mitologia do universo criado por Stephen King ao revisitar um dos eventos mais marcantes da história da cidade. O capítulo mistura massacre racial, revelações sobre o verdadeiro Pennywise e uma exposição mais profunda das chamadas Luzes da Morte, elemento central para compreender o poder da entidade. A partir daqui, o texto contém spoilers do episódio – confira a crítica, resumo e explicação de tudo que rolou:
Recapitulação do episódio 7 de It: Bem-Vindos a Derry
O passado do primeiro Pennywise
O capítulo se inicia com um retorno ao ano de 1908, período que contextualiza a origem da forma clássica de Pennywise. Antes de ser tomado pela entidade, o palhaço original se apresentava em números melancólicos sobre a saudade da esposa falecida, interpretada por Periwinkle, a Palhaça. As apresentações atraíam crianças da região, que reagiam ao número com escárnio e zombaria, numa cruel ironia acompanhada apenas por Ingrid, a filha dele. Esse interesse infantil, observável mesmo quando a performance terminava em humilhação, é o que inicialmente desperta a atenção da entidade conhecida como It.
A partir dessa revelação, o episódio deixa claro que Pennywise não é apenas um disfarce escolhido ao acaso. A entidade se apropria de uma figura já marcada por dor e fragilidade emocional, transformando-a na forma icônica utilizada para atrair vítimas jovens ao longo das décadas.
O massacre do Black Spot
O restante do episódio se concentra no ataque ao Black Spot, bar frequentado pela comunidade negra da cidade. A violência no local já havia sido insinuada em obras anteriores do universo de King, mas aqui ela ganha representação direta. Pennywise surge em sua forma completa e preside a destruição que se instala após o incêndio provocado por seguidores do chefe de polícia Clint Bowers.
Durante a sequência, as ações de Ingrid adulta se tornam centrais para a escalada dos acontecimentos. Como Periwinkle, ela revela ter alertado Clint Bowers sobre o paradeiro de Hank Grogan, seu próprio amante, na intenção de provocar um nível extremo de violência que chamasse a atenção de Pennywise. O plano funciona, mas também leva Ingrid a confrontar a realidade: o palhaço diante dela não é mais seu pai, e sim a Coisa.
O confronto termina quando Pennywise utiliza as Luzes da Morte contra Ingrid, deixando-a em um estado de consciência suspensa, próximo de um coma. O ataque sugere que ela poderá voltar a aparecer como instrumento da entidade.

O retorno da criatura após a hibernação
No presente, o episódio revela que Pennywise está em processo de hibernação — fase tradicional de seu ciclo. Porém, o Exército dos Estados Unidos interfere nesse estado ao quebrar um dos pilares responsáveis por conter a criatura. Leroy Hanlon tenta impedir a ação, sem sucesso. O general Francis Shaw demonstra convicção de que libertar a criatura serve como mecanismo para manter a população unida pelo medo, ideia que insinua instrumentalização da entidade para fins estratégicos.
Ao despertar, Pennywise volta imediatamente a atacar, e sua primeira vítima é Will Hanlon, filho de Leroy. O ataque é acompanhado de um novo uso das Luzes da Morte, fechando o capítulo em um momento de alta tensão.
O que são as Luzes da Morte?
As Luzes da Morte constituem um dos elementos mais importantes tanto na obra literária It quanto em suas adaptações. No universo de Stephen King, elas representam a essência da entidade: uma energia sobrenatural capaz de paralisar, enlouquecer ou submeter totalmente suas vítimas. Também conhecidas como “Deadlights”, elas são descritas como a forma pura de It, existente além da percepção humana.

No livro de King, diferentes personagens entram em contato com as Luzes da Morte e sofrem consequências variadas: Henry Bowers é transformado em servo da criatura; Audra, esposa de Bill Denbrough, entra em estado catatônico; e Beverly Marsh enfrenta o colapso ao encará-las na adaptação cinematográfica de Andy Muschietti. As Luzes, portanto, não apenas ferem, mas alteram a consciência e a identidade de quem as observa.
Em “The Black Spot”, duas personagens são atingidas pela energia: Ingrid e Will Hanlon. A condição de Ingrid sugere que ela poderá ser manipulada por Pennywise, já que sua mente está suspensa entre o real e o sobrenatural. Com Will, o impacto abre espaço para interpretações distintas, especialmente considerando as diferenças entre os livros, os filmes e agora a série.
Will Hanlon: destino em aberto
No romance de Stephen King, Will se torna pai de Mike Hanlon e administra uma fazenda próspera. Já nos filmes, os pais de Mike morrem em um incêndio, e é o avô, Leroy, quem assume a criação do garoto. A série agora adiciona uma nova camada com o ataque das Luzes da Morte, deixando incerto se Will sobreviverá, se sofrerá alterações psicológicas ou se será transformado em instrumento da criatura.
O episódio não esclarece o estado final de Will, mas a construção narrativa indica que suas consequências terão impacto direto na trajetória de Mike, figura central na luta contra Pennywise no futuro.

Final explicado do episódio 7 de It: Bem-Vindos a Derry
O desfecho de “The Black Spot” coloca em movimento três forças que devem guiar a reta final da temporada: o despertar pleno de Pennywise, a intervenção militar que manipula a criatura por interesses próprios e o destino indefinido de Will Hanlon. O ataque acompanhado das Luzes da Morte confirma que It recuperou toda a sua força e está pronto para iniciar um novo ciclo de terror em Derry, enquanto personagens humanos continuam desempenhando papéis-chave na manutenção ou no agravamento da ameaça.
O episódio 7, portanto, aprofunda o passado da entidade, resgata eventos históricos da cidade e prepara o terreno para o conflito entre a criatura e as famílias que serão fundamentais para a continuidade da história no universo de Stephen King.