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Hush: A Morte Ouve

O que você faria se o seu porto seguro, sua casa, fosse ameaçada por um psicopata? E se, para piorar, você não conseguisse ouvi-lo pois é surda? E pior ainda, não pode pedir ajuda direito, pois também é muda?! Como se não houvesse o que piorar, você mora em um local completamente isolado?! Pois é, essa é a premissa de Hush – a morte ouve.

Sinopse: A escritora Maddie Toung (Kate Siegel) vive uma vida isolada desde que perdeu sua audição quando era adolescente, se colando em um mundo de total silêncio. Porém, quando um rosto mascarado de um assassino psicótico aparece em sua janela, Maddie precisa ir além dos seus limites físicos e mentais para conseguir sobreviver.

Maddie nos é apresentada de um modo inusitado: cozinhando. Por um tempo, ouvimos todos os sons de alguém picotando, amassando, mexendo nas panelas, ligando o forno e então… Silêncio. É quando entramos no mundo da personagem, ela observando a receita pelo computador, tentando acertar somente pelo paladar e se frustrando. Logo em seguida, descobrimos mais coisas da protagonista: uma “vizinha” vai visitar e a elogia pelo novo livro de suspense, perguntando como ela consegue os plot twists das suas histórias. Maddie conta que ela sempre pensa em diversos finais, analisando tudo. E, então, por meio da biografia do livro, que passa rapidamente, descobrimos também que ela ficou surda e muda por conta de uma doença na adolescência, que se agravou e terminou da pior maneira.  Apesar de tudo, Maddie parece se virar muito bem em sua casa, apesar de ser uma péssima cozinheira.

Quando chega o período da noite, o perigo vai até a porta de Maddie, mostrando o Serial Killer completamente atordoado por ele estar esfaqueando a melhor amiga da dona da casa na sua varanda enquanto ela grita e nada de Maddie mostrar interesse. A partir do momento em que ela percebe, o filme se desenrola em puro desespero, com a protagonista presa em casa, o assassino a tratando como uma mera presa e brincando com Maddie. Nas palavras dele, vai aterrorizá-la a ponto de ela pedir para morrer.

Eu gostei da forma como foi trabalhado o desenvolvimento do suspense. O filme não precisou ser expositivo para mostrar o que precisava, fazendo tudo de forma orgânica e leve, nos levando exatamente para onde quer. A narrativa nos joga para um lado, depois para o outro, nos dá esperança, aí tira… O diretor sabe brincar com o suspense, de maneira inteligente e criativa.

Claro, há uns erros e sempre tem algum personagem fazendo cagada estratosférica que nos faz revirar os olhos. Entretanto, no saldo geral, o filme consegue te prender, sempre nos fazendo esperar pelo próximo movimento, não do assassino, mas de Maddie. Ela não consegue ouvi-lo, e ele tenta usar isso como vantagem, enquanto a protagonista luta para que isso não seja um problema nessa caçada, lutando para manter sempre um olho no homem para poder sobreviver.

E basicamente é isso: um filme de sobrevivência, com uma vítima que tem tudo para sofrer a pior morte e um assassino com todas as vantagens possíveis… Exceto saber que Maddie não vai esperar sentadinha ele ir buscá-la.