A Netflix amplia o universo cômico iniciado em Homem x Abelha: A Batalha com Homem x Bebê (Man vs Baby, 2025), nova minissérie estrelada por Rowan Atkinson. Criada pelo próprio ator em parceria com William Davies, a produção aposta novamente na comédia física para colocar seu protagonista em confronto com uma situação aparentemente simples, mas que rapidamente se transforma em caos. Desta vez, o adversário não é um inseto, e sim um bebê abandonado de forma misteriosa. Confira a nossa crítica.
A trama da série
Na trama, Trevor Bingley (Atkinson) tenta reorganizar a própria vida após os eventos desastrosos da série anterior. Agora trabalhando como zelador em uma escola, ele planeja passar o Natal ao lado da filha Maddie e da ex-esposa Jess. Os planos, no entanto, desmoronam quando Jess decide viajar com o novo namorado, enquanto Maddie se prepara para estudar em Paris, exigindo um investimento financeiro que Trevor não tem como cobrir. É nesse contexto que surge a oportunidade de um novo emprego como cuidador de uma cobertura em Londres, exatamente o tipo de trabalho que costuma dar errado em sua vida.
O ponto de virada acontece durante a apresentação de Natal da escola, quando Trevor encontra um bebê abandonado em um bercinho. Sem que ninguém apareça para buscá-lo e diante da demora das autoridades, ele acaba levando a criança consigo para Londres, iniciando uma sucessão de situações improvisadas, perseguições, confusões domésticas e acidentes previsíveis. A série se estrutura a partir desse contraste entre a responsabilidade extrema de cuidar de um bebê e a total incapacidade prática do protagonista para lidar com o imprevisto.
Narrativamente, Homem x Bebê não se distancia muito do que já foi apresentado em Homem x Abelha. A dinâmica é semelhante: um espaço luxuoso, um elemento fora de controle e um personagem que reage sempre da pior maneira possível. A diferença está no tom mais emocional, reforçado pela ambientação natalina e pelo foco maior na vida pessoal de Trevor. A relação com a filha e o desejo de reconstruir laços familiares adicionam um pano de fundo mais humano à comédia, ainda que isso não altere profundamente a estrutura dos episódios.
Com quatro capítulos de menos de 30 minutos, a série mantém um ritmo rápido e direto, pensado para consumo casual. O humor é essencialmente visual, sustentado por quedas, expressões exageradas e ações mal calculadas, marcas registradas de Rowan Atkinson ao longo da carreira. Mesmo com diálogos mais presentes do que nos tempos de Mr. Bean, o ator continua apostando no corpo e no rosto como principais instrumentos cômicos.

Crítica: vale à pena assistir a série Homem x Bebê na Netflix?
Atkinson domina completamente a proposta, e fica claro que Homem x Bebê foi concebida sob medida para seu estilo. A criação ao lado de William Davies garante coerência com a série anterior, ainda que isso também limite qualquer tentativa de inovação. O resultado é uma comédia confortável, previsível e funcional, que não busca reinventar o gênero, mas sim entregar exatamente o que promete.
No fim, Homem x Bebê se posiciona como uma opção leve no catálogo da Netflix, especialmente para quem procura algo descompromissado durante o período natalino. Não há grandes surpresas, mas a combinação entre comédia física, clima de fim de ano e a presença de Rowan Atkinson garante um entretenimento simples e eficaz. Para fãs do ator e do humor pastelão, a recomendação é clara: vale dar o play.